Lampadário Espírita

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CAPÍTULO 21

Provações

Referes-te a nuvens nos céus das tuas aspirações.

Acusas angústias e inquietudes, macerando os melhores programas que traças, tendo os olhos fitos no futuro.

Experimentas a sensação de pesado fardo em forma de opróbrio e dor sobre as tuas fracas forças.

E porque sonhas com a felicidade que todos gostariam de fruir, sentes a melancolia que se avoluma e desperdiças as horas nobres da renovação espiritual entre rebeldias injustificáveis e desesperos incompreensíveis.

Sim, há dor no teu coração e não poucas frustrações se assenhoreiam das tuas horas, nublando o claro sol das tuas esperanças, de tal modo que a aflição constringente se agasalha nos teus painéis mentais.

Medita seriamente, porém.

Recolhe-te ao oásis da prece e refaze as paisagens sombrias, banhando-as com a clara luz da confiança.

Olha em derredor.

Dirás que o sofrimento é comensal de todas as horas, em todos os corações, em todo lugar. Explicarás que somente poucos desfilam, no carro dourado da alegria, adornados de felicidade, enquanto a miséria desta ou daquela natureza espia a pompa e o triunfo...

Não te demores a fitar na vida apenas a lição retificadora.

A felicidade que muitos aparentam possuir, em verdade não é legítima.

Aqueles que passam, sob o frêmito das glórias, não poucas vezes trazem o coração como fornalha escaldante ardendo no peito.

Muitos deles tudo dariam por uma hora de solidão, em silêncio.

Ignoras o preço que pagam os apaniguados das láureas efêmeras da transitoriedade carnal.


* * *

Não te inquietes tanto ante a treva aparente no teu domicílio afetivo ou com a soledade momentânea que te cinge o espírito. "Logo mais" é realidade que alcançarás nesta ou em outra vibração da vida. "Amanhã" é medida de tempo que chegará ao amago das tuas horas.

Confia no bem e persevera.

O que agora te parece punição injusta, logo depois se te afigurará dádiva libertadora.

O céu carregado de brumas apaga só aparentemente o cintilar das estrelas.

Respondendo à indagação no 258 de "O Livro dos espíritos", proposta por Allan Kardec, os Excelsos Mensageiros responderam, conscientes: "Ele próprio (o homem) escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu livre-arbítrio".

Isto é: as dificuldades e agonias, o espírito as solicita antes de mergulhar em nova existência corporal, para aprimorar o caráter e redimir-se das culpas.

Assim sendo, considera os espíritos superiores de todos os tempos; consulta a história dos construtores do Mundo Melhor; examina a vida daqueles que elaboraram os programas da técnica do conforto, da saúde das multidões; pensa nos santos e nos sábios e vê-los-ás desfilarem sob sarcasmos e azedumes, invariavelmente entre névoas e dores, estigmatizados por uns e azorragados por outros, integérrimos, no entanto, pelo caminho dos elevados ideais que esposaram...

Possivelmente aspiras a própria felicidade e por essa razão te rebelas.

Aumenta a dosagem de paciência.

O amor fluirá abundante do nosso Pai na direção da tua vida, se te converteres em instrumento do bem, transformando as feridas do teu sentimento em condecorações luminescentes que te identificarão com a vida um pouco mais adiante.

Fita, pois, a madrugada do dia nascente e segue a rota dos que avançam, encorajados, abrindo os caminhos, para que os teus pés te conduzam ao porto ditoso da paz última e da felicidade real, vencidas as provações que escolheste antes.

NOTA — Tema para estudo: L. E. — Parte 2a — Cap. VI — Escolha das provas.

Leitura complementar: E. — Cap. V — Causas anteriores das aflições. — Itens 6/10.




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