Lampadário Espírita

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CAPÍTULO 22

Mundo e mundos

Quando contemples a majestade da noite salpicada de astros que tremeluzem no empíreo longínquo, rememora o conceito profundo de Jesus: "Na Casa de meu Pai há muitas moradas"...

Ainda ontem, muitos estudiosos da religião, aferrados à lamentável misoneísmo, conclamados a considerarem o problema da pluralidade dos mundos habitados, redarguiam que vida somente havia na Terra e que os corpos celestes tinham por finalidade "embelezarem as noites". Mesmo que se lhes falasse daquelas galáxias somente identificadas por meio de complicadas operações matemáticas, preferiam permanecer na posição cega da intolerância, fascinados pela própria limitação de crescimento intelectual.

Hoje, porém, graças à astronomia e aos conhecimentos hodiernos, mediante os quais se desbravam os continentes celestes, descobrindo e identificando ilhas interplanetárias a distâncias incomensuráveis, a atualidade do informe de Jesus se faz comprovar, incontestável.

Não mais a pequenez do orbe terrestre na atmosfera de que se envolve, habitado, como se fruísse de regime de exceção.

As moradas da Casa divina se multiplicam em infindáveis escalas de progresso.

Mundos primitivos em elaboração, onde o estado de ignição funde metais que convulsionam a própria estrutura, e mundos sublimes onde o amor e a plenitude da felicidade transcendem o conhecimento da mente humana limitada.

Esferas de provações rudes e expiadoras e celeiros regenerativos, habitações de progresso e lares de santificação, disseminados pelas galáxias, acenando ao espírito, em lutas aflitivas, paisagens de perene ventura, longe das sombras dos sofrimentos e da morte...

À semelhança de países, cantões, cidades e aldeias de um mesmo continente, em que diversas escolas de progresso tecnológico, intelectual e moral se observam, os mundos dos espaços siderais são estâncias do Reino de Deus, esperando por nós, viandantes em marcha para a perfeição.


* * *

Para avançar e se redimir na densa névoa da Terra, o espírito se utiliza do corpo que, à semelhança de indispensável escafandro, se transformará em estímulo de progresso.

Abafadouro das lembranças, é também o corpo o veículo pelo qual o espírito se retempera nos embates santificantes, sofrendo-lhe os impositivos restritivos e nele plasmando as peças valiosas para mais plena manifestação.

Patrimônio da organização divina que no-lo concede como bênção de inestimável valia, evolute conosco na razão direta em que nos libertamos das vibrações mais grosseiras e deletérias de que se faz refúgio e expurgadouro especial.

Brutalizando-o, perturbamos-lhe a estrutura, violentamos-lhe a função e deformamos-lhe o aspecto.

Respeitando-o, mediante disciplina ética e os impositivos da realização nobre, aprimoramos-lhe o metabolismo, oferecendo sutis estruturas para registro, fixação e transformação nos departamentos dos aparelhos diversos que se harmonizam, facultando ao espírito campo valioso de manipulação com liberdade e precisão inesperadas.


* * *

Mundos espalhados no macrocosmo e mundos celulares miniaturizados, engastados na organização somática, departamentos todos eles da mansão divina, que oferecem ao espírito em aprimoramento as ensanchas de ser ditoso pela progressão redentora — resgate e aprendizagem no corpo domiciliado no Orbe — que, desde agora, nos podemos impor como "deuses" que todos somos, na execução da obra excelsa de Deus, Nosso Pai, e de sublimação de nós mesmos.

NOTA — Tema para estudo: L. E. — Parte 2a — Cap. VII — Influência do organismo.

Leitura complementar: E. — Cap. III — Diferentes estados da alma na erraticidade. — Item 2.




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