Lampadário Espírita

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CAPÍTULO 24

Resistência ao mal

Bem-aventurados os pobres de vaidades e ambições que sabem render culto de confiança ao Pai!

Bem-aventurados os ricos de amor indiscriminado e indistinto que sabem ampliar as fronteiras do Reino da esperança entre os que se debatem nas malhas cruéis do desespero e da ignorância!

Bem-aventurados os simples que não se ensoberbecem na grandeza nem se amesquinham na aflição!

Bem-aventurados os que se doam ao melhor da vida para a vida melhor do espírito!

Somos a imensa família do Cristo, atados por liames fortes do pretérito-próximo, convocados para a redenção de nós mesmos. Lutas e desenganos não nos devem arrefecer ante as tarefas que nos competem desenvolver. Somos espíritos enfermos em tratamento de emergência nas mãos de Jesus, o Amigo Incomparável e Constante. Muitas chagas que teimam por continuar abertas, aguardam nossa imediata enfermagem envidando esforços expressivos para cicatrizá-las.

Aqui é a antipatia gratuita esperando nosso apaziguamento; ali é a revolta insensata aguardando pacificação; à frente é pessimismo retratando hoje os fracassos de ontem, que devemos combater com a clara manhã da esperança; ao lado é a dor, são as mágoas, são os constrangimentos irritantes desejando o bálsamo da nossa bondade e a esponja do nosso otimismo, embora nos pareçam trevas ameaçadoras em nossos céus...

A oportunidade da reencarnação e dádiva muito preciosa que não podemos desconsiderar. Para tanto, aproveitemos o agora e façamos a paz íntima por meio da edificação da paz em derredor.

Renascimento é, também, recuperação, refazimento, reencontro com o que ou com quem se demora aguardando a nossa presença, a nossa ação lenificadora.

O conhecimento espírita que brilha em nosso íntimo é farol a iluminar-nos seguramente.

Arrebentemos, pois, e em definitivo, as peias negativas do passado... Adiar a dívida significa reencontrá-la mais tarde com juros adicionados em caráter de cobrança sem moratória... Aproveitemos a fé que nos norteia e realizemos o melhor.

A desencarnação explicar-nos-á muita dúvida que agora nos atormenta e o desvelar da carne oferecer-nos-á a serenidade ou o suplício de termos ou não termos feito o que poderíamos e deveríamos fazer.

Por essa razão, em nossa família fraternal encontraremos sempre, neste ou naquele irmão infeliz, o necessitado em forma de algoz ou travestido em impiedoso censor fiscalizando nossos atos e palavras, exercendo, no entanto, o papel de educador inconsciente, em nome da Lei Divina, para que nos aparelhemos para a jornada da autoiluminação. Não revidemos antipatia com animosidade nem azedume com remoque... Ignoramos o mal que fizemos, não sabemos o bem que nos estão fazendo...

Para que haja paz, em nós, ajudemos todos com a nossa cordialidade e sigamos adiante...

Companheiros valorosos se dizem desanimados ante os maus exemplos e os fracassos que constatam a cada passo. Esquecem-se, no entanto, dos triunfos demorados daqueles que só hoje caíram, quando poderiam ter caído há tempos; daqueles que sofreram o dilacerar do coração sob o relho de tormentos íntimos, por todos ignorados; dos que se debruçaram sobre as bordas do abismo do autocídio e recuaram, derrapando em desvios de consequências menos graves; dos amigos que estiveram loucos na dor, discretamente lutando sozinhos, e só agora não mais conseguiram manter a aparência, entregando-se exânime ao desequilíbrio...


* * *

Não, não apontes como exemplos de maus exemplos os que não dispuseram de forças para prosseguir e permanecer. Lembra-te das próprias fraquezas e compreende-os. Ora por eles. Dês que eles não podem seguir à frente, avança tu.

Adianta-te na marcha e doa o pão da esperança de que disponhas, animando os que perderam a alegria de viver e estão em grave inclinação para baixo.

Jesus é a rota! Sigamos convictamente, tranquilamente.

Chamados à nossa alvorada redentora, transformemos óbices em rotas e permaneçamos fiéis.

Se chamamos Jesus ao nosso Lar, por meio do Culto Doméstico, para que habite em nossa casa, conduzamo-Lo em nosso coração e em nossa mente, situando-O, em todos os dias e horas da vida, intimamente em nós.

Este o objetivo a perseguir e a colimar.

NOTA — Tema para estudo: L. E. — Parte 2a — Cap. VII — Simpatia e antipatia terrenas.

Leitura complementar: E. — Cap. IX — Obediência e resignação — Item 8.




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