Diante daqueles companheiros que te ludibriaram a confiança ingênua e o devotamento espontâneo, mantém inalterada a conduta evangélica, esparzindo bondade.

Ao lado dos que desrespeitaram a tua fé, infligindo-te aflições de classificação difícil, prossegue devotado e humilde.

Perante os que te subestimam a lucidez espiritual, portando-se em relação a ti como se fosses bronco ou ignorante, coloca-te na posição de colaborador discreto e mantém-te generoso.

Em volta dos que interpretaram erroneamente as tuas palavras, colocando a pimenta da intriga ou a urze da maledicência na tua boca, insiste na seara da luz, ignorando a enfermidade deles.

Diante dos maus, tem a coragem de ser bom, sofrendo a investida tumultuada dos teus dias e das tuas horas, no campo de luta onde te encontras.

Honra-te com o sinal de identificação do amor, discretamente, sem alarde, impertérrito, sem balburdia...

Fazendo um exame retrospectivo dos teus dias, verificas que avançam o tempo e a hora da tua desencarnação e desfilam pela tua mente pesquisadora o pouco feito e o muito por fazer, nublando-se teus olhos do pranto que nasce da inquietação.

Faze e refaze as tarefas que te não pareçam bem realizadas. Começa e recomeça o labor que se te apresente como de necessidade intransferível.

A gota d’água reluzente que te seduz, subitamente se transforma em borrifo de lama ao contacto do pó.

Se transitam aqueles corações que passaram pela tua vida, assinalados na tua mente pelas características da aflição que te causaram, utiliza-te da oportunidade e põe no reencontro o sal do amor, para que não partas da Terra malsinado por evocações do temperamento rebelde.

Se defrontas aqueles que persistem em inquietar as tuas horas, utilizando-se de acusações indébitas, para e medita.

Se o acervo dos motejos que te atiram vem perturbar a paz alheia, levanta serenamente a voz, elucida e esclarece a bem de todos. Mas, se o ultraje se dirige somente a ti, não tenhas a preocupação da autodefesa: o advogado da verdade é sempre o tempo.

Evita o aranzel e as justificativas que complicam a lucidez do bem.

Portador da mensagem da verdade que o Espiritismo te propicia, utiliza-te dela somente para edificar.

Defrontarás muitos sabidos, entre os companheiros de lutas, e poucos sábios na rota evolutiva.

Foste convocado pela consciência divina para a tarefa de restauração da hora de Jesus na face do planeta angustiado.

Semeia bênçãos sem cessar, esparzindo a luz da misericórdia divina, que possas filtrar nos momentos de comunhão pela prece e meditação com as esferas acima das vibrações que envolvem o orbe.

Com o silêncio, Jesus perturbou os inquiridores impiedosos; em silêncio, Jesus fez um legado incomensurável de sabedoria; silenciando a traição de Judas, a negação de Pedro, a deserção dos amigos, a ingratidão dos beneficiários do seu devotamento, deu-se em amor a todos eles e a nós, transformando em feitos o enunciado de que os Seus discípulos se conheceriam por muito se amarem...

E agora que te encontras nas leiras do evangelismo pelas linhas espíritas, seja o teu sinal de identidade, em qualquer circunstância, o amor!

NOTA — Tema para estudo: L. E. — Parte 3a — Cap. XII — Caracteres do homem de bem.

Leitura complementar: E. — Cap. XI — A lei do amor. — Itens 8/10.