Lampadário Espírita

Versão para cópia
CAPÍTULO 55

Reflexão

Dentre os múltiplos conceitos apresentados, os léxicos definem reflexão como sendo, também: consideração atenta, meditação séria; cálculo, raciocínio, aplicação do entendimento, da razão.

Reflexionar, portanto, é medida de segurança espiritual para colimar objetivos superiores.

Há males incontáveis e de consequências imprevisíveis que são originados da intemperança, intemperança que traduz ausência de equilíbrio, equilíbrio somente possível de ser adquirido por meio da reflexão.

Agir, após reflexionar, para não lamentar quando houver agido sem reflexão.

O hábito salutar de reflexionar gera responsabilidade e consciência ante as decisões a serem assumidas.

Qualquer ideia para ser corporificada, preenchendo as finalidades a que se destina, não prescinde da meditação séria, da consideração atenta.

Não são poucos os que, por ignorância dos postulados cristãos e espíritas, habituados ao acomodativo programa de transferência da ação e da responsabilidade, apresentam aos espíritos tarefas que lhes dizem respeito e solicitam soluções fáceis, objetivas, apressadas, longe de qualquer esforço, seja mental pela reflexão, seja atuante pela aplicação do entendimento, da razão. "Não — afirma o Codificador do Espiritismo —, os espíritos não vêm isentar o homem da lei do trabalho: vêm unicamente mostrar-lhe a meta que lhe cumpre atingir e o caminho que a ela conduz, dizendo-lhe: Anda e chegarás. Toparás com pedras; olha e afasta-as tu mesmo. Nós te daremos a força necessária se a quiseres empregar. " 7 Equivalem esses conceitos a vigorosos apelos à maturidade emocional e espiritual de quem deseja empreender a nobilitante tarefa do autodescobrimento de si mesmo, de cujos valiosos recursos a reflexão se faz medianeira incontestável.

Ponderar, para evolver com nobreza.

Refletir, a fim de lobrigar êxito.

* "O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual. Mas, direi s — assevera Santo Agostinho e transcreve Allan Kardec —, como há de alguém julgar-se a si mesmo? Não está aí a ilusão do amor-próprio para atenuar as faltas e torná-las desculpáveis?

O avarento se considera apenas econômico e previdente; o orgulhoso julga que em si só há 7 "O Evangelho segundo o Espiritismo" — Capítulo XXV — Item 4.

dignidade. Isto é muito real, mas tendes um meio de verificação que não pode iludir-vos.


Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na podereis ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de sua justiça. " 8
* * *

Para doar-se integralmente como o fez, durante toda a vida pública, Jesus tornou-se a ação pura e edificante mais vigorosa de que a Humanidade tem notícia.

No entanto, orando e vigiando sem cessar, reflexionava demoradamente em longos silêncios, em solidão, mergulhado na quietação da noite ou nas longas jornadas pelos sítios da natureza, para manter perfeita identificação com o Pai.

Jamais contestou as indagações ou verberou à frente dos abusos, sem refletir, pautando todas as palavras e atos na mais nobre medida de equilíbrio e segurança.

Não te esqueças disso, nunca, no turbilhão dos dias que vives na atualidade.

NOTA — Tema para estudo: L. E. — Parte 3a — Cap. XII — Conhecimento de si mesmo.

Leitura complementar: E. — Cap. XXV — Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará. — Itens 1/5. 8 "O Livro dos espíritos" — Parte III — Cap. XII.




Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 55.
Para visualizar o capítulo 55 completo, clique no botão abaixo:

Ver 55 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?