Sementeira da Fraternidade

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CAPÍTULO 34

CANTO DE LUZ

Parte 1
A melodia da tua voz soava triste como se a noite da saudade caísse de susto sobre o teu ansioso coração.

 

Descerrei as portas dos meus ouvidos para reter o canto e todo eu enchi-me de tristeza.

 

Esperava que a emoção do teu sacrifício purificasse as vibrações do teu ser, no entanto o céu das tuas esperanças chorava pranto de dor.

 

A cítara parecia morta aos teus pés, envolta em rude abandono.

 

A casa imensa que antes enchias de luz tornou- -se pequena para agasalhar tuas imensas agonias...

 

Percebi que o rocio desse canto lúgubre me censurava o ardor dos meus encantamentos. Mas a fraqueza da recriminação não conseguiu deter a força do rio das minhas esperanças.

 

Cantei, então, como se a minha vida pudesse inundar a tua vida de sol...

 

E meu canto se transformou em prece poderosa que derramou cascatas de bênçãos no chão das tuas tristezas e as emoldurou com o ouro da ternura.

 

Agora que estás na luz das esperanças do amor, enseja-me afagar tuas etéreas mãos felicidade erradia para que habites por fim no solar dos deserdados da paz, caídos como estão na esteira dos sonhos desfeitos...

 

Rabindranath Tagore

 


Rabindranath Tagore
Divaldo Pereira Franco


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