Sementeira da Fraternidade

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CAPÍTULO 39

HIPNOSE E MEDIUNIDADE

Parte 1
Indubitavelmente, não há como negar, desfilam através da História agentes e pacientes da mais alta qualidade. Entre eles, não poucas vezes, bà surgido ambiciosos ilusionistas e prestidigitadores, magos e charlatães que se encarregam de explorar a credulidade do povo para armazenarem em quotas largas os frutos maléficos da própria insanidade.


Desde as remotíssimas teorias do fluidismo universal a Paracelso, deste a Franz "Mesmer — que criou o magnetismo animal mais tarde utilizado com finalidade terapêutica — a James Braid — que em 1841 introduziu o hipnotismo —, a Richet, a Jean Charcot, a Bernheim a hipnologia

" logrou realizar grande aperfeiçoamento, conseguindo desenvolver uma jornada de expressivo mérito.


Entre esses pesquisadores, medeando-os, porém, as meninas Fox, em Hydesville, foram instrumento. do mais consciente e audacioso estudo dos fenõme-

*nos paranormais através da mediunidade — desde 1848 — que abriu novas perspectivas para o conhecimento da vida nas suas múltiplas faixas de vibrações física, psíquica e espiritual.

 

Logo após, no imenso tumulto que se seguiu Allan Kardec, em Paris, apresentou fatos e lógica comprobatórios da imortalidade, inscrevendo nos códigos sublimes do pensamento histórico da Humanidade as diretrizes incontroversas da Doutrina Espírita, restaurando a mensagem apostólica de Jesus Cristo em sua pureza primitiva de modo condizente com a mentalidade dos dias modernos.

 

Desde então, levantaram-se psicólogos de notável descortino, psiquistas de larga folha de serviços à pesquisa experimental, fisiologistas eméritos e profundos conhecedores da psique humana e da organização fisiológica do ser para atestarem os resultados das suas investigações no mecanismo da mediunidade, arrancando o fenômeno mediúnico puro e simples dos velhos chavões da sugestão hipnológica, em que alguns outros pesquisadores apressados desejaram situá-lo.

 

Mesmo hoje, aparecem com frequência homens que deveriam encarregar-se de esclarecer a mente humana, nela projetando as soberanas luzes do Evangelho restaurado, para tentarem a façanha de reconduzir a mediunidade ao poste da vergonha ou à praça da zombaria, utilizando métodos controversos e ridículos.

 

O fenômeno mediunico, todavia, queiramos ou não, a proceder das idades imemoriais, — que tem sido a alma de velhas e perdidas civilizações, qual hálito renovador dos povos de todos os tempos, em cujos intercâmbios esses povos mesmos hauriram informes e esclarecimentos — continua como canal cósmico por onde transitam seguras as consolações e esperanças para o atribulado espírito humano.

 

Ontem, porém, ligados a uma intolerância incompreensível, fazia-se que os médiuns ardessem em piras fumegantes, levados à condição ridícula de bruxos, para que as suas cinzas abafassem a voz clarificadora que bradava de além-das-sepulturas, chamando as consciências à justiça e à honra cristã.

 

Agora, na impossibilidade de se repetirem as mesmas cenas dantanho busca-se achincalhar as manifestações medianímicas, conduzindo-as à mesma situação de apodo com que no passado se tentou esmagar tòdas as ideias nobres que floresceram para libertação da inteligência humana.

 

Quem hoje, porém, se arvore a escarnecer os médiuns e a mediunidade, estribado em conceitos ultrapassados ou falsamente alicerçado em pseudos conhecimentos da experimentação precipitada — reunindo moedas com esta ou aquela justificativa — nada mais faz que repetir façanhas desde há muito desconsideradas, situando-se na posição perigosa de falso cultor da verdade, verdade que expõe ao comércio barato das remunerações vulgares.

 

A Psicologia, através da disciplina parapsicológica, não pretende, de maneira alguma, investir contra esta ou aquela doutrina religiosa, filosófica ou científica, contra tal ou qual norma de comportamento humano. Não tem opinião firmada nem estabeleceu escola de conceito científico aceito. Objetiva, sim, por enquanto, aprofundar no organismo da mente humana os instrumentos de investigação para descobrir nos seus paineis realidades ignoradas, aclarando as ocorrências do país sempre desconhecido da alma.

 

Ligados, entretanto, a interesses nem sempre nobres, servidores da religião ou da pesquisa põem-se de pé, de quando em quando, arrebatados por incompreensível entusiasmo para, na impossibilidade de combaterem a ideia espiritista, investirem contra os instrumentos dela, por meios pouco louváveis, em que se mesclam a troça e o despautério, em chocante apostasia dos juramentos a que se vincularam: o de defenderem a verdade e iluminarem a consciência libertando-a da ignorância...

 

Transitam por todos os caminhos os espíritos sedentos de amor e paz sem que recebam desses ensaístas da verdade qualquer diretriz segura, e tais, no entanto, se arvoram a afligir e supliciar aqueles que se oferecem a socorrer em nome do Amor.

 

Têm os médiuns o seu modelo em Jesus, mártir do preconceito da sua época, tanto quanto nos sábios do passado e do presente, que deram e dão a própria vida, vitimados como têm sido pela vacuidade dos seus contemporâneos e pela falsa ciência de todos os tempos.

 

A posteridade sempre faz justiça às vítimas das épocas transatas. O amanhã dissipará, sem dúvida alguma, as nuvens que teimosamente se demoram a empanár o claro sol da revelação espiritual...

 

... E a boca mediúnica permanecerá informando depois que passarem os acusadores — assim como sobreviveu aos pioneiros exagerados da subconsdênda e da histeria —, a fim de que os modernos lidadores da Parapsicologia radicalista de hoje cedam lugar — como ocorreu aos magos da metapsíquica de ontem —, aos investigadores imparciais de amanhã que, conscientes e livres, prestarão o seu culto à verdade, tenha elà o nome que tiver, refletindo, porém, a mensagem consoladora de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Anônimo de sempre e o perene Herói da cruz, nosso Modelo e nosso Condutor, que se demora ainda incompreendido por muitos dos que dizem servi-Lo e amá-Lo.

 

Vianna de Carvalho

 


Vianna de Carvalho
Divaldo Pereira Franco


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