Sementeira da Fraternidade

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CAPÍTULO 53

ADVERTÊNCIA OPORTUNA

Parte 1
Evocando os mártires da Verdade, que em todos os tempos assinalaram a rota da evolução com as marcas do sacrifício pessoal, da renúncia e da vida, não podemos ignorar os testemunhos que, no correto exercício da mediunidade iluminada pela Revelação Espírita, somos convidados a oferecer.

 

Ainda ontem, enquanto, campeavam maiores dosagens da ignorância, o médium, considerado bruxo ou feiticeiro, era conduzido à fogueira e ao presídio, pagando com a vida carnal a prerrogativa do exercício das faculdades psíquicas. Logo depois, diminuídas as punições capitais, a mediunidade foi levada ao pelourinho do descrédito e ridículo, caindo sobre os instrumentos dos Espíritos acusações crueis e inconscientes que os amargavam, afligindo-os superlativamente.

 

Hoje, no entanto, embora as expressivas conquistas realizadas pelas investigações paranormais, a mediunidade, não poucas vezes, é tida como chaga moral ou miserabilidade psicológica que degrada a personalidade, corrompendo os centros da emoção, para muitos dos investigadores apressados e inconscientes, ou para aqueles que não se deram ao trabalho de estudar a realidade dos fenômenos de ordem espiritual.

 

Conquanto os laureis e triunfos enganosos com que se pretende já homenagear médiuns e trabalhadores da última hora, rareiam a legítima compreensão e a sincera amizade, destituídas de interesses imediatistas em torno das suas faculdades, como se através do suborno afetivo ao sensitivo se credenciassem tais apaniguados da ilusão a concessões generosas que reconhecem não merecer, mas que pleiteiam à Espiritualidade Superior.

 

Kepontam em toda parte os aficionados do engodo e mesmo alguns podem dizer-se filiados a este ou àquele Núcleo da Revelação Espírita. Ignoram, todavia, as leis do equilíbrio da vida e possuem a habilidade de adaptar as claras lições do Cristo e de Kardec aos próprios conceitos, de modo a endossarem seus planos ardilosos e prejudiciais à prática escorreita da Mensagem Espírita.

 

Estejamos atentos!

 

Cuidemos do "orar e vigiar".

 

Quando as facilidades campeiam e os aplausos se multiplicam, muito graves se fazem os compromissos com a Esfera Superior da Vida, pelos riscos que decorrem das atitudes daqueles que se tornam porta-vozes da Imortalidade.

 

Da mesma forma que a nuvem tolda a luz meridiana do sol, o elogio público e a gratidão festiva cbnubilam a visão espiritual, perturbando o discernimento.

 

Coloquemos, portanto, as possibilidades de intercâmbio à luz do Evangelho Restaurado, resguardadas da insensatez e do ridículo, precatando-nos da adoração e dos cometimentos dos que promovem festividades frívolas.

 

A dor que está embrulhada de amargura e disfarçada, as feridas ocultas e dilacerantes, as perturbações graves nos espíritos inquietos que sorriem enganados, as mil aflições ignoradas mas que a mediunidade disciplinada e fiel sabe registar são o permanente campo de ação, esperando a valiosa cooperação da discrição da caridade: duas mãos convertidas em taça de amor lenindo e socorrendo, distantes das louvaminhas do teatro animado dos homens.

 

Mantenhamos fixos na rota seguida por Jesus os recursos da mediunidade dignificada e, mesmo que estes não sejam mais os graves dias da arena dos testemunhos e dos postes do opróbrio, além das vibrações orgânicas, na Erraticidade, verdugos do bem e sicários do progresso dos homens vigiam e formulam planos, agridem com habilidade e planejam com astúcia, dirigindo as suas baterias bélicas contra os lídimos servidores do Cristo, aguardando surpreendê-los para os esmagar depois...

 

O que a pedrada contundente não consegue, o disfarce da hipocrisia consuma. A ofensa direta rechaçada pela humildade pode retornar como veneno insidioso, em forma de calúnia que colima o objetivo.

 

Com as horas avinagradas e as melhores expressões confundidas, Jesus, o Excelso Médium de Deus, recebeu o madeiro da infâmia e expirou entre malfeitores reconhecidos, como se o fora também, para fazer rutilar do alto da Cruz a luz do exemplo.

 

Seremos, então, nós outros, servos imperfeitos que ora nos candidatamos a servi-Lo e amá-Lo, que merecemos as glórias e as honrarias que Ele mesmo não fruiu?!

 

Resguardemos, pois, as fontes nobres da informação e do consolo imortalista contra a leviandade e, acautelados, avancemos servindo, porque o serviço constante e desinteressado é tudo quanto pode o discípulo fiel pretender em memória de Quem se fez o Servidor por Excelência.

 

Vianna de Carvalho

 


Vianna de Carvalho
Divaldo Pereira Franco


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