Vivendo Com Jesus

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CAPÍTULO 14

A Corte De Jesus

Os reis, os príncipes e os mandatários do mundo cercam-se de uma corte constituída de súditos que pensam e agem conforme eles, encarregados de atender-lhes a vontade, de livrá-los de problemas e resguardá-los de quaisquer dificuldades.

Caracterizam-se uns pela bajulação dourada, outros pela severidade e indiferença no trato com as demais pessoas, mais outros, ainda, pela soberba e prepotência dos seus tempe-ramentos. Alguns são frívolos e exploradores, outros são dedi-cados e cuidadosos, diversos são ignorantes guindados ao poder pela astúcia e habilidade nos negócios que lhes dizem respeito.

Cercados por esses conselheiros e ministros, os poderosos, invariavelmente, amolentam o caráter, perdem a sensibilidade afetiva, acreditam-se invulneráveis e, estupidamente, pensam que tudo podem, colocando-se acima das leis e da Justiça.

Por mais que se demorem guindados ao poder, no entanto, as enfermidades se lhes instalam, o organismo se debilita, e, quando são afastados da governança por muitos daqueles que lhes foram beneficiários, são surpreendidos pela morte...

A fatalidade biológica a ninguém concede regime de exceção.

(...) E consomem-se, algumas vezes, em largo período de degenerescência orgânica, como sói acontecer com todos os seres vivos que se confundem no portal de cinza e de lama da sepultura...

Sendo Jesus o Rei solar, por ocasião do seu mergulho nos fluidos grosseiros do orbe terrestre, também se fez acolitar por anjos e por serafins, por apóstolos do Bem e da Misericórdia que Lhe prepararam a senda a percorrer, havendo habitado a Terra anteriormente para à plainar-lhe as estradas, ou permaneceram nos Círculos da Luz contribuindo com a Sua vontade soberana, quando da instalação do Reino de Deus nas mentes e nos corações humanos.

De igual maneira, expressivo número de Espíritos em processo de redenção das provas a que se encontravam submetidos, ofereceram-se para testemunhar-Lhe a grandeza, vestidos por organismos doentes, sob ações de indigitadas entidades, de modo a servirem-Lhe de voluntários para as curas, sem violência à Lei de Causa e Efeito.


Tal o caso do invidente sobre quem os Seus discípulos perguntaram:

— Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?

Jesus respondeu: — Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus. (11)

Tratava-se de um voluntário pertencente à Sua egrégia corte.

Muitas vezes, diante dos sofrimentos humanos, Jesus elegia alguém destituído de débitos pesados ante as divinas leis, a fim de demonstrar o Seu poder e instalar a confiança entre os desesperados.

A ressurreição de Lázaro, a do filho de Jairo, a filha da viúva de Naim, considerados mortos, no entanto, adormecidos no fenômeno orgânico da catalepsia, são exemplos eloquentes.

Todos eram membros dedicados da Sua corte.

Terminadas as lições imortais das bem-aventuranças no inolvidável entardecer daquele dia, quando se espalhara sobre a Terra a psicosfera de Amor que deveria diluir os envenenamentos mentais que pairavam no ar, desceu Jesus às praias do mundo onde se encontram os infelizes e defraudados, a fim de atender as suas angústias.

E, ao fazê-lo, acompanharam-no grandes multidões, conforme anotou Mateus nas suas memórias.

Quando alguém experimenta a bênção da luz, não mais aceita a escuridão. Ele fez-se a luz do mundo, para que não retornassem as sombras.

Na montanha, a Natureza é mais rica de beleza e de harmonia, a visão do horizonte faz-se deslumbrante e arrebatadora. Nas praias ou planícies misturam-se o tumulto às necessidades, às aflições, em patéticas de desespero.

Jesus sempre descia às misérias humanas, a fim de diminuí-las com o Seu inefável Amor.


Desse modo, logo se encontrou na savana das necessidades imediatas das criaturas sofredoras, acercou-se Lhe um leproso, suplicando-Lhe:

— (...) Senhor, se quiser es, podes torna 1:4; Mateus 14:16 - notas da autora espiritual)

Vide o nosso Há flores no caminho, capítulo 1, editado pela LEAL.

Ele, que estivera com Deus na montanha, agora convivia com os esquecidos filhos de Deus no vale.

As paisagens emocionais e espirituais eram diferentes.


Tomado de compaixão, Ele respondeu:

— Quero; sê limpo! — enquanto lhe estendeu a mão e o tocou. No mesmo instante ficou limpo de sua lepra...

O toque de Jesus revigorava pelo penetrar da Sua energia na maquinaria orgânica desorganizada, produzindo uma aceleração das moléculas do paciente, produzindo-lhe a harmonia.

Agora seriam as curas do corpo, em razão da sublime terapia que fora apresentada às almas, para que não mais enfermassem, caso Lhe seguissem as diretrizes.

Em Cafarnaum, a encantadora cidade próspera, à margem do mar piscoso, Ele adentrou-se na casa de Pedro, encontrando-lhe a sogra enferma, febril.

Misericordioso, tocou-lhe a mão, e a febre desapareceu, permitindo que ela se erguesse do leito e O servisse.

O Seu toque abençoado, rico de saúde e Amor, proporcionava a transferência dos fluidos recuperadores do equilíbrio orgânico, impondo-se ante a debilidade e os vírus destrutivos.

A partir dali, a notícia que se espraiou pela boca do vento por toda a região, atraiu a massa volumosa dos enfermos.

A Sua presença desconcertava também os Espíritos perversos que se homiziavam nas sombras dos sepulcros para atenazar as criaturas distraídas e presunçosas. Temiam-no, respeitando-o de maneira especial.

Aqueles eram dias realmente luminosos e únicos, embora anunciados, não poderiam ser concebidos em face da sua grandiosidade.

O Seu ministério fora programado muitos séculos antes.

Mensageiros nobres surgiram como estrelas fulgurantes através dos tempos, sinalizando a Terra com alicerces de luz, a fim de que ficassem estabelecidas as primeiras bases da futura construção do Reino de Amor e de Justiça.

É certo que ainda não se cumpriram aquelas extraordinárias promessas, em razão do processo de evolução do ser humano; todavia, a presença psíquica de Jesus ficou no Planeta, não como o mártir da cruz, mas como o inexcedível Amor feito de misericórdia e de compaixão.

A tragédia da cruz, que tanto comove, em razão do estoicismo do assassinado, prolonga-se na história da humanidade em razão da indiferença daqueles que Lhe são amados e ainda preferem Mamon e a ilusão ao Seu convívio.


(11) João 2:3


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Mateus 14:16

Jesus, porém, lhes disse: Não é mister que vão: dai-lhes vós de comer.

mt 14:16
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João 2:3

E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho.

jo 2:3
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João 9:2

E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?

jo 9:2
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João 9:3

Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.

jo 9:3
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