Vivendo Com Jesus

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CAPÍTULO 15

Corpo E Sangue

A herança perversa da ancestralidade evolutiva pela qual o princípio inteligente transformou-se em Espírito, ao longo dos milhares de séculos, tornou-se lhe marca poderosa nos recessos do ser, que ainda sofre as injunções do primarismo em detrimento das sublimes possibilidades da espiritualização.

As fixações do instinto, lentamente diluídas pelas claridades da razão, vêm trabalhando os metais dos impulsos automatistas, de modo que as dúlcidas vibrações do sentimento amparado na lógica e na razão propiciem a compreensão das novas possibilidades de crescimento interior.

As conquistas logradas, se examinadas de maneira re-trospectiva, apresentam o imenso pego já realizado, nada obs-tante, muitos outros audaciosos esforços ainda devem ser en-vidados, de modo que melhor se capacite para as inenarráveis conquistas do porvir.

A pedra bruta empurrada pela correnteza arredonda-se ao longo dos milênios, tornando-se dócil ao curso da água que a conduz.

O espírito amolda-se aos objetivos das divinas leis, mediante os impositivos das sucessivas existências no curso da evolução.

Certamente não se trata de um empreendimento fácil, no entanto, nada é simples, quando se trata dos valores imperecíveis que devem ser conquistados e vivenciados na sua plenitude.

Da ignorância para o conhecimento, do primarismo para o discernimento, da caverna para a comunidade social edificante, vem o espírito superando os desafios que fazem parte do seu desenvolvimento.

Tela manchada de sombras, aguardando a aquarela de luz que componha a paisagem de harmonia em que se deve transformar, depura-se, a pouco e pouco, incessantemente, enquanto novos contornos e conjuntos surgem do caos...

Tem sido assim em toda a sua trajetória através dos milênios, especialmente os mais recentes, considerando-se a conscientização que, lentamente, se lhe assoma à consciência e passa a comandar os seus atos.

Do antigo báratro à ordem, dos desajustes e transtornos ao equilíbrio e à harmonia, muitos exitosos tentames foram logrados.

Agora está diante da inadiável decisão de superar toda a sombra interior, a fim de que brilhe a luz da Verdade no cerne do ser.

Dispondo dos imprescindíveis recursos para a ação libertadora, ainda sofre o cerco dos hábitos doentios, as incertezas defluentes da comodidade no vício, os receios de romper com o passado e avançar sem ter definido o alvo a conquistar.

Certamente, todas essas questões estão esclarecidas no Evangelho de Jesus, cujas diretrizes não deixam margem a qualquer tipo de insegurança ou dúvida.

Quem teme as alturas nunca se atreverá a sair das furnas onde se homizia, justificando fotofobia...

É inadiável avançar, romper o casulo retentivo para poder voar, deixar-se conduzir pelas brisas suaves da felicidade que convidam à libertação.

Enquanto permanecerem os temores injustificáveis, os interesses mesquinhos, a oportunidade da plenitude se transfere para mais tarde, mais além...

Chegavam os momentos definidores da Boa Nova.

Para esse fim Ele viera e tentara preparar os Seus da melhor forma possível.

Servira-lhes de bastão de segurança nas horas de tibieza moral e de desfalecimento.

Alimentara-os de vida abundante em todos os momentos.

Demonstrara a Sua intimidade com Deus.

Ensinara pelo exemplo, superando os padrões estabelecidos.

Enfrentara os labirintos do coração e os porões sombrios dos seres humanos com a mesma altivez e coragem.

Convivera com todos os tipos existentes na Sua terra, sem demonstrar preferência por uns em detrimento de outros...

É certo que os elegera, porque eles estavam comprometidos com a Mensagem desde antes do berço.

Para isso também vieram, foram preparados, receberam apoio, foram amados como poucos.

As horas da Verdade chegavam inapeláveis.

Eram os dias da Páscoa, das festas que se vestiriam de tragédia.

Ninguém poderia imaginar o desfecho da saga espetacular.

Somente Ele o sabia.

A mesa posta e todos a sua volta.

A sublime lição de humildade, lavando-lhes os pés, fora executada com grave elevação, em profundo silêncio.

— (...), tomou Jesus pão e, abençoando-o, o partiu e deu-lhe, e disse: tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lhe; e todos 22:61 (nota da Autora espiritual) Era necessário comerem o Seu corpo e beberem o Seu sangue. O corpo é a mensagem libertadora, que alimenta para sempre, que resiste ao tempo e nutre.

Ninguém vive sem alimento, especialmente o da Verdade.

Ninguém vive sem estímulo, particularmente o da vida.

E o Seu sangue é a força vigorosa da esperança e da alegria de viver.

Naquela despedida, Ele doava-se em totalidade, para que todos pudessem viver totalmente.

O Amor dele se tornava nutrição, a fim de que nunca lhes faltassem força nem vigor.

Tudo quanto viesse a acontecer, conforme sucedeu, não poderia constituir motivo de receio, antes de vinculação, por-quanto Ele estaria psiquicamente em cada um e em todos eles.

Sem essa vinculação, não haveria prosseguimento.

É necessário que ocorra a morte, a fim de que suceda a ressurreição.

Se Ele não partisse, o Consolador não viria no seu momento, conforme aconteceu quando, em plena noite do ateísmo e do cinismo, os túmulos se arrebentaram, e as vozes silenciosas, que nunca deixaram de cantar a imortalidade, trouxeram o hino vigoroso da sobrevivência, facultando a convivência dos ditos mortos com os chamados vivos.

Corpo e sangue! O corpo é o pão de vida e o sangue é o vinho nutriente da coragem para a vida.

Não provareis antes do vinho da videira!

O ser humano já se encontra em condições de superar os atavismos fortes do passado remoto, para tornar-se homem novo e avançar com Jesus.




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