Vivendo Com Jesus

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CAPÍTULO 20

Fidelidade De Paz

Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João, eram modestos e dedicados discípulo de Jesus.

Mais velho do que seu irmão, embora ainda jovem, acompanhava a sinfonia apresentada pelo Maestro Divino com inusitada alegria, que nunca encontrara no labor com o seu pai e os amigos nas atividades pesqueiras.

Jesus era especial, e a Sua palavra, sempre revestida de musicalidade, penetrava-o como se fora um punhal de luz que o clareava interiormente.

Aprendera a viver naquela região, adotara os seus costumes e contentava-se com os resultados da pesca, mesmo nos dias mais difíceis, quando a renda era mínima.

Não possuía outras ambições, pois que os seus pais atentos sempre supriam as suas e as necessidades da família.

Mas desde o momento em que foi convocado para a construção do Reino de Deus, passou a viver dias de encantamento e de felicidade.

De alguma forma era inquieto, extrovertido, antes de conhecer o Mestre, que diante da sua movimentação o chamara como ao seu irmão, de Boanerges (filhos do trovão), aprendendo a tornar-se controlado e dócil.

Passou à posterioridade também com a alcunha de Maior, para distingui-lo do outro Tiago, o filho de Alfeu.

À medida que o relacionamento do Senhor com o seu irmão tornou-se enriquecido pela dúlcida afetividade, as citações bíblicas normalmente referem-se lhe sempre ao lado do futuro evangelista, cujo amor pelo Mestre, na última ceia, enternecendo-se pelas dores que o Amigo iria experimentar, colocou a cabeça no seu tórax, como se desejasse esquecer-lhe o coração.

Quando começou a experimentar a presença do amor transcendente no íntimo, compreendeu o significado da própria vida a serviço do ideal e as possibilidades de que dispunha para o ministério.

Diligente, sempre se encontrava a postos para qualquer emergência ou atividade extra, sem exigência ou reclamação.

Fascinavam-no os atos do Senhor, sempre comedido e conhecedor das misérias humanas, distendendo misericórdia e compaixão.

Ele foi escolhido para participar do augusto banquete da transfiguração no monte Tabor, ao lado de Pedro e do seu jovem irmão, ficando embevecido por muito tempo, quando O vira em todo o Seu esplendor, dialogando com Moisés e Elias, que se Lhe submetiam.

Anelara por ficar ali, em uma tenda, com os outros, fruindo a felicidade incomum do momento.

O Mestre, porém, lhes houvera dito que era necessário descer para estar com os companheiros e as aflições humanas, porque nos vales o charco exala podridão; e as flores, perfumes.

Na planície do Esdrelon para onde se encaminharam, outra surpresa os aguardava, quando um pai aflito rogou a Jesus socorro para o seu filho endemoniado, e o Mestre, com ternura inexcedível, expulsou o Espírito imundo que o afligia, dando a todos uma lição de incomparável sabedoria.

Para aquele mister era necessário possuir forças morais, a fim de ser atendido pelas entidades infelizes, de nada adiantando gritaria ou ameaças, cerimônias ou verborragia...

A austeridade do Amigo e Suas palavras repassadas de energia e misericórdia produziram um grande impacto no obsessor impenitente, que logo deixou a sua vítima, passando a acompanhar o Sublime terapeuta, renovando-se e transfor-mando-se para melhor.

É certo que uma coorte de anjos acompanhava o Messias, mas também de seres infelizes que ao Seu lado beneficiavam-se das Suas energias, dos Seus ensinamentos, abandonando os antigos doentios propósitos e fazendo parte da caravana daqueles que se renovavam para o Bem.

No Tabor, Jesus esplendera de glórias, e no Esdrelon, de compaixão para com as deficiências dos infelizes.

O convívio com Ele era sempre rico de experiências grandiosas e inesperadas, porque tudo nele era especial, inimitável, único...

Quando os amigos se reuniam para discussões banais e disputas injustificáveis, ele, invariavelmente, afastava-se do grupo, a fim de poder reflexionar, não se deixando influenciar pelos tormentos deles.

É claro que também sofria algumas angústias, tinha dificuldades de assimilar todas as informações ouvidas, mas sentia que eram procedentes e deveriam ser cumpridas.

Com João confabulava em torno do porvir, do período que se acercava, e quando percebia que não estava tão próximo, recorria-lhe à jovialidade e à sabedoria para discutir como pro-ceder até o instante da ação. É claro que pensava ser o Reino por Ele anunciado, o que tornaria Israel o país mais ambicionado do mundo, possuidor de todos os poderes, livre, enfim, da submissão a Roma.

Desde o princípio que assim pensava, e foi graças a essa ideia que sua mãe tentou interceder pelos 20:22 (nota da Autora espiritual) A resposta do Senhor fora perturbadora, e tiveram dificuldade, todos os membros da família, de entender, por que Ele perguntara se estavam dispostos a beber da Sua taça de amarguras... É claro que estavam, porquanto, pensavam que teriam que sorver alguma substância amarga, como era relati-vamente comum nas celebrações festivas...

Lentamente, porém, foi-se dando conta de que a taça era muito mais complexa do que pensara, e sorvê-la, era dar-se cm totalidade, mesmo quando o sofrimento chegasse com as suas tenazes de aflição.

Todo o tempo disponível ele conviveu com Jesus e deixou-se impregnar pelo Seu perfume de amor, assinalando a sua existência com as diretrizes ouvidas e absorvidas.

Por isso, procurava não criar embaraços no Ministério do Mestre, cooperando quanto possível em todos os misteres, de maneira a expandir o Reino de Deus na Terra, a começar pela própria conduta.

Vivia surpreso em acompanhar as multidões que se multiplicavam em volta do Amigo, apresentando as suas derrotas estampadas em doenças terríveis, em castigos da Divindade pelos pecados cometidos, sempre beneficiadas, sem que, no entanto, aqueles réprobos que se recuperavam viessem fazer parte do núcleo de ação amorosa.

Homenageavam o Mestre somente com o interesse de terem saradas as chagas purulentas, recuperados os olhos, os ouvidos, a voz, libertados dos Espíritos maus, de imediato correndo na direção dos mesmos vícios que lhes causaram as aflições, sem consciência do que se lhes passava.

(...) E o Senhor atendia sempre as massas, assim como as pessoas isoladas com a mesma ternura e bondade, o que o sensibilizava profundamente.

Assim foi durante todo o labor, até o momento terrível em que viu o Amigo na cruz estertorando, e ele foi tomado de pavor, ficando a distância...

Logo depois, com as alvíssaras da ressurreição, renovou-se lhe o entusiasmo e, por fim, compreendeu qual era o Reino, qual a taça onde estava o conteúdo amargo, o que era mi essa rio fazer.

Após a descida das línguas de fogo, no memorável Pentecostes, foi dominado totalmente pelo psiquismo do Senhor e saiu a pregar, a divulgar a Boa Nova de alegria, chegando a viajar para levar a mensagem às distantes terras espanholas.

Mas retornou e desafiou o contexto com o seu verbo inflamado de júbilo, provocando a ira de Herodes Agripa I, neto de Herodes, O Grande, no ano 44 d. C., que o mandou decapitar para servir de exemplo aos demais...

A sua fidelidade e exemplificação coroou-o, por fim, de paz e de plenitude.

Ele bebeu, sim, a taça de amargura até a última gota.




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