Vivendo Com Jesus

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CAPÍTULO 24

Compaixão Com Dinamismo

Onde quer que Jesus se apresentasse, o sofrimento antecipava-Lhe os passos, aguardando a Sua misericórdia.

Aqueles eram dias parecidos a estes, com ligeira alteração de comportamento sociológico e cultural, enxameando, porém, as dores que fazem parte da agenda evolutiva dos Espíritos.

Todos os profetas que O antecederam convidaram as multidões à mudança de conduta, à busca da Verdade, à utilização da roupagem carnal para a aprendizagem das lições da vida, de maneira a superar os impositivos momentâneos e alcançar a anelada paz, que somente é possível depois de concluída a jornada física.

O ser humano é aprendizerebelde da evolução, que opta pelo prazer de efeitos imediatos, embora anestesiantes, em detrimento da alegria pura e profunda de curso demorado. Por isso, encontra-se, invariavelmente, percorrendo o estreito corredor das amarguras quando poderia passear pelas imensas paisagens livres do bem-estar.

Iniciando o Seu ministério, anotou Mateus, que Ele percorria as cidades e as aldeias, ensinando nas sinagogas, proclamando a Boa Nova e curando todas as enfermidades e moléstias. Contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida como ovelhas sem pastor.

Então, disse aos seus discípulos: a seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara. (Mateus 9:38 nota da Autora espiritual)

O grande avanço no conhecimento adquirido através dos séculos abriu horizontes inimagináveis para o ser humano, facultando-lhe decifrar muitos enigmas em torno do Cosmo e da vida, auxiliando-o a ter diminuídas muitas aflições que es-magaram as gerações transatas. Nada obstante, por imprudência e imposição do egoísmo, a sua conduta deu origem a novas expressões de aflição, naqueles dias ignorada.

A sua marcha tem sido caracterizada por avanços fascinantes, sem que a legítima serenidade se lhe haja aninhado nos sentimentos que acompanham as luzes formosas da inteligência.

A Palavra de vida eterna encontra-se-lhe ao alcance com pequenos movimentos e mínimo interesse. Entretanto, os hábitos arraigados desde longa data submetem-no a situações deploráveis e dominações alucinadas que se transformam em guerras cruentas, em crimes hediondos, em perversidades inimagináveis. Nele confraternizam o anjo e o demônio, cada qual buscando predomínio, produzindo os efeitos compatíveis com as suas formulações.

Porque tem permanecido mais tempo nos instintos do que na razão, e as suas atitudes são governadas pelos ditames do eu doentio, em vez do Espírito em evolução, ainda não conseguiu superar as heranças da hediondez e da morbidade que lhe assinalam o início do processo.

Jesus significa liberdade, e a Sua mensagem é o pábulo da vida.

À Sua época, o Senhor percebia a imensa multidão sedenta de luz e esfaimada de amor, buscando apoio, exausta no sofrimento e correndo em direção do prazer, quando seria lícito buscar o dever que dignifica, lamentando serem tantos os necessitados e tão poucos aqueles que poderiam auxiliá-la, apontando-lhe o melhor rumo e a mais eficaz conduta.

Ao longo dos evos multiplicaram-se os atormentados e infelizes, que a si mesmos assim se fizeram, enquanto diminuíam os socorristas e misericordiosos.

Ele teve então compaixão das massas infelizes!

Não se trata, porém, da compaixão que apenas se apiada, mas daquela dinâmica que atende as necessidades, diminuindo a carga dos sofrimentos, e, por isso, Ele curava todas as enfermidades e dores que Lhe buscavam a ajuda.

Na imensa noite que separam aqueles Seus dias dos so-frimentos atuais, desceram à Terra, atendendo à sua proposta, os Espíritos nobres que violaram o silêncio dos túmulos para convidar as criaturas à observância da ética e da ação promovedoras da saúde e da paz.

A partir desse momento, não mais predominaria a ignorância em torno da sobrevivência do ser à morte física.

Demonstrada por Ele na ressurreição gloriosa, o Além-túmulo rompeu o seu mistério e libertou os que eram considerados ausentes, a fim de que pudessem auxiliar o imenso rebanho na messe expressiva, demonstrando que cada qual é responsável pelo que faz de si mesmo, tendo oportunidade de crescer e libertar-se do jugo da escravidão do primitivismo por onde começou a jornada evolutiva.

Em toda parte na Terra, os clarins alvissareiros da Boa Nova passaram a modular a melodia da Verdade, demonstrando a grandeza da vida em sua exuberância e finalidade, de modo que ninguém se pudesse escusar de renovar-se, sob justificativas falsas de desconhecimento dos objetivos essenciais da existência.

A compaixão dinâmica de Jesus enviou o Consolador ao mundo terrestre, e todo o Planeta passou a conhecer a realidade da vida, especialmente além da morte, onde, realmente, têm lugar as origens do ser, do seu destino, da sua existência.

Comunicando-se, ora em azáfama perturbadora que chama a atenção, noutras vezes no discreto silêncio da elevação moral, os seres espirituais proclamam chegado o momento da transformação do planeta que avança no rumo de mundo melhor, onde o sofrimento não mais terá vigência, por total desnecessidade de manifestação.

Consciente das suas responsabilidades, o ser humano descobre o sentido existencial e entrega-se-lhe jubilosamente, modificando, totalmente, as ocorrências do futuro, que deixarão de ser penosas para apresentar-se abençoadas.

Estes, portanto, são novos dias para o amor e para a fraternidade, quando luz a esperança e se estabelece a paz, subs-tituindo os estímulos fortes das aflições pelos suaves apelos da compaixão ativa que trabalha para o Bem geral.

E verdade que ainda faltam muitas conquistas e ajustamentos morais para que se estabeleça na Terra o Reino dos Céus; no entanto, já se pode perceber quão maravilhoso é poder -se vivenciar a amizade pura, o devotamento fraternal sem jaça, a solidariedade enriquecedora sem mesclas de servilismo ou de interesse subalterno...

O anjo da caridade distende os seus braços sobre os aflitos e diminui-lhes o choro e o desespero, acenando-lhes com a esperança risonha os melhores dias que os aguardam.

Restabelecendo-se, a pouco e pouco, as primícias dos venturosos períodos de amor e de harmonia para a sociedade propostos por Jesus, todos irmanam-se, desencarnados e encarnados, para ser travada a grande batalha da Verdade contra a ignorância, do Bem contra o Mal, da alegria contra a tristeza perversa.

Bem-aventurados, pois, todos aqueles que se disponham ao bom combate da luz contra a treva, da afetividade contra os sentimentos de ira e de rancor, quando, então, ainda compadecido do estágio moral dos seres humanos, o Mestre incomparável recebê-los-á afetuosamente, oferecendo-lhes a seara de luz para cuidar!...




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Mateus 9:38

Rogai pois ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara.

mt 9:38
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Mateus 9:37

Então disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros.

mt 9:37
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