Vivendo Com Jesus

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CAPÍTULO 25

A Sublime Revolução

Tratava-se, inegavelmente, de uma revolução jamais acontecida.

Aquele Homem especial rompia todos os limites impostos pela prepotência e pelo abuso do poder.

A Sua presença agitava as massas ansiosas e inquietava os governantes injustos e exploradores.

Estava começando a batalha árdua, que se prolongaria pelos próximos anos, aumentando a geopolítica do país, governado por descendentes de estrangeiros que abominavam as tradições locais, desprezavam as raízes espirituais em que se firmavam as convicções religiosas e sociais, infelizmente desrespeitadas nesse período.

Israel aguardava um condutor que a libertasse do nefando jugo romano, concedendo-lhe favores extraordinários e facultando-lhe a preservação do orgulho de raça denominada eleita por Deus em detrimento de toda a humanidade.

Os séculos de escravidão na Babilônia e no Egito, as humilhações defluentes das lutas inglórias com outros povos que o sitiaram por demorados períodos, quais as lutas perversas com os filisteus, o cerco promovido pelos assírios, a subserviência a déspotas que o envileciam, de forma alguma lhe ampliaram os horizontes do entendimento em relação a Deus e às Suas leis soberanas.

O narcisismo doentio produzira o morbo da degradação moral e os seus profetas, em razão das abominações praticadas pelos governantes e sacerdotes hipócritas, silenciou as vozes espirituais por quase quatro séculos, de modo que pudesse perceber a necessidade de reconsiderar as convicções vigentes e as expectativas em torno do Messias...

O orgulho que cega é o responsável pela perda de sentido em relação à grandeza moral, abrindo espaço para a presunção e a soberba, que se encarregam do exterior, sem a menor contribuição para a realidade íntima do ser.

Desse modo, embora as demonstrações exuberantes do Rabi galileu, a empáfia dos representantes do povo e dos seus ministros espirituais, os israelitas esperavam um vândalo impiedoso que vingasse as gerações transatas que estorcegaram nos longos cativeiros e na humilhação sem nome.

O templo de Jerusalém espelhava a alma israelita: imponente, majestoso, ornados de peças muito valiosas, ostentando o poder temporal e as dádivas transitórias que lhe foram acrescentadas por Herodes, O Grande, onde se realizava, porém, o hediondo comércio dos Divinos bens...

Por isso, não ficaria, mais tarde, pedra sobre pedra que não houvesse sido derrubada pelos conquistadores igualmente impenitentes...

O bafio pestilencial do ódio, da discriminação em classes poderosas e desventuradas, tornava-o um reduto de infâmias e exploração da ignorância dos simples e ingênuos, através dos lamentáveis holocaustos de gratidão a Deus, ou de súplicas materiais para atender as necessidades transitórias.

A mensagem espiritual desaparecera completamente, e as cerimônias complicadas somente eram apresentadas aos dominadores vitimados pela luxúria e pela exorbitância dos cri-mes a que se entregavam...

O Mestre iniciara o Seu ministério conforme anunciaram os antigos profetas.

A Sua voz cantava o hino das bem-aventuranças, convocando as vidas à abnegação, ao dever, à pureza de sentimentos.

De imediato, como celeste Taumaturgo, Ele começou a demonstrar o poder de que se encontrava investido, diminuindo as imensas cargas de aflição que pesavam sobre os ombros vergados dos sofredores e infelizes.

Ele era uma aragem perfumada e balsâmica na ardência dos desesperos que dominavam as existências a se estiolarem nas enfermidades degenerativas, nas provações inomináveis.

Unindo às palavras os atos de amor e de misericórdia, Ele renovava o solo dos corações com a palavra consoladora e com a diminuição das mazelas dilaceradoras.

Tocadas nas fibras mais íntimas, as multidões seguiam-nO ansiosas e dominadas pela esperança.

Tudo nele era diferente. O Seu amor superava todas as expressões conhecidas até então.

Atendia os leprosos e os ladrões, as meretrizes e os viciados, com a mesma complacência com que a outros libertava da cegueira, da surdez, da paralisia, da loucura... Mas não con-cordava com as suas condutas equivocadas, sempre os convi-dando a uma radical mudança da forma de viver.

Os demônios temiam-no e obedeciam-Lhe à voz, embora, algumas vezes, tentassem inutilmente enfrentá-lo.

Dúlcido como o sândalo penetrante, era também enérgico, quando necessário, estabelecendo os parâmetros seguros para a existência feliz.

A Sua revolução tinha por meta a conquista do Reino dos Céus.

Diferente de tudo quanto ocorrera antes e jamais voltaria a suceder, a revolução não destruía vidas, erguia-as; não derramava o sangue dos lutadores, estancava-o naqueles que se encontravam feridos...

Nada solicitava, jamais pedia o que quer que fosse a alguém.

Ele viera para dar, para doar-se, para servir como jamais outrem assim procedera.

(...) E todos fascinavam-se com o Seu comando, deixando-se arrastar pelo seu verbo flamívomo e incorruptível.

Mas Israel anelava pela revolução armada, aquela que vítima, que destroça, que destrói. Era natural que O não reconhecesse, ou melhor, que O detestasse e, por isso, os Seus sicários políticos e religiosos tramaram a Sua morte.

Não havia lugar para Ele na história daquele povo belicoso e sofredor.

As classes em que se dividia a população bem demonstravam o nível de indiferença e de crueldade que sustentava as contínuas intrigas, traições e lutas intestinas...

O dia raiara banhado por suave temperatura, enquanto as boninas arrebentavam-se em flores, e o perfume da primavera rociava a Natureza nos braços gentis da brisa do amanhecer.

Às margens do lago de Genezaré, em Cafarnaum, as pessoas aglomeravam-se, aguardando o prodígio do Seu incomparável amor.

A Sua mensagem fora levada por incontáveis regiões à volta de Israel, e de toda parte vinham vê-lo os necessitados e os curiosos. A todos Ele distendia as mãos fulgurantes de luz e ricas de bênçãos.


As rosas miúdas e simplórias confraternizavam com as de Sharon, quando Ele reuniu os Seus discípulos e, em particular, num tom coloquial feito de ternura, disse-lhes:

— Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai. (Mateus 10:8 (nota da Autora espiritual) Houve um grande silêncio, que iria permitir ficar insculpida na mente e fixada nos sentimentos a lição vigorosa.

A conquista interna do Reino dos Céus deveria produzir os frutos da compaixão e da caridade em todos aqueles que O amassem. Teriam que possuir os dons de curar, de libertar do Mal, de arrancar das sombras da catalepsia aqueles que fossem considerados mortos...

A revolução teria que prosseguir, mesmo quando Ele já não estivesse aqui.

A gratuidade em todas as ações seria o selo de identificação do vínculo com Ele.

Transcorreram dois mil anos, e a Sua revolução prossegue convidando à doçura, à humildade, ao respeito pelo próximo e à caridade sob todos os aspectos considerada.

É necessário criar-se condições para que a revolução do amor prossiga engalanando a sociedade com a paz legítima, a iluminação interior e â fraternidade sem jaça.


O seu enunciado de amor continua a ecoar na convulsão dos tempos:

—Eu vos mando...




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Mateus 10:8

Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios: de graça recebestes, de graça dai.

mt 10:8
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