Vivendo Com Jesus

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CAPÍTULO 29

Glorificação Pela Prece

Lucas 9:13 Os discípulos haviam acabado de receber a diretriz de segurança para enunciar e viver a emoção da prece eficaz.

Eram dispensáveis palavras e fórmulas cabalísticas, tornando-se necessária somente a comunhão mental com o Pai Generoso.

As tradições haviam estabelecido processos complicados para pedir, e raramente apresentavam diretrizes para agradecer.

Solicitado pelos companheiros para que apresentasse uma proposta singela como a pureza dos lírios do campo, Ele lhes ofereceu a nobre oração que ficou denominada como dominical.

Ela possui todos os requisitos próprios para o colóquio com Deus, abrindo as portas dos sentimentos e desnudando-os interiormente, a fim de que cada orante se apresente como é, sem atavios nem dissimulações, destituído de aparências e aconchegando-se Lhe com a pureza interna, sinceramente con-vencido do Seu amor.

Ele havia explicado como procedem os seres humanos quando buscados e como age o Supremo Pai em relação aos filhos necessitados.

Ainda assim, ficaram algumas interrogações nos discípulos, e Ele as pôde perceber.

Embora fossem simples na aparência, eles eram Espíritos vividos, ricos de outras experiências que viriam a lume no momento próprio, mas, naquele instante, algo aturdidos, deixaram-se invadir por inquietações que lhes caracterizavam o dia a dia.

Não conheciam o mundo nem as suas tramoias, pois que sempre viveram naquela região, à exceção de Judas, que viera de Kerioth - a oito quilômetros de Jerusalém —, e antes houvera sido oleiro; e, desse modo, mantinham a simplicidade das gentes do interior, das regiões pobres e laboriosas esquecidas pelos poderosos.

Encontravam-se na condição de discípulos, e não tinham dimensão das tarefas que os aguardavam, nem sequer do ignificado profundo em torno do convite que lhes havia sido cito para que O seguissem.

Como ovelhas mansas que conhecem a voz do seu pastor, abandonaram os poucos recursos, afastaram-se das lides cotidianas e seguiram-no, ora fascinados por Ele, noutros momentos, taciturnos e receosos, sem compreenderem a magnitude do ministério que lhes estava sendo proposto.

Tudo lhes parecia muito difícil de entender, embora o deslumbramento ante todos os sucessos que presenciavam.

Jamais haviam pensado na possibilidade daquelas ocorrências. Ademais, o Mestre fascinava-os, e não podiam resistir ao Seu arrebatamento.

Tinham participado de acontecimentos que ninguém jamais vivenciara, e isso os mantinha tocados de ternura pelo Senhor.

Necessitavam, porém, de aproximar-se também do Pai, tanto referido por Ele, e o recurso mais seguro era a oração.


Dando continuidade às explicações necessárias para o êxito da prece, Jesus, enternecido, concluiu:

— E eu vos digo a vós: pedi e dar-se-vos-á; buscai, e achateis; batei, e abrir-se-vos-á;

Porque qualquer que pede, recebe; e quem busca acha; e a quem bate, abrir-se-lhe-á.

Era como uma sublime inspiração musical.


Houve um breve silêncio, para que penetrassem no seu conteúdo profundo e sábio, após o qual Ele prosseguiu, com a Sua lógica imbatível:
—E qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente?"

Ou, também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?

Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lhe pedirem?

Havia uma sublime e mágica promessa de amor nessa proposição especial.

Se entre as criaturas humanas, ainda vencidas pelo egoísmo, a bondade paternal predomina, muitíssimo grandiosa é a do Genitor Divino, sempre vigilante em relação aos filhos amados.

A oração é o recurso mais valioso para aproximar a criatura do seu Criador. É também o tônico para erguer da debilidade a ponte para a comunhão com a vida em abundância, o vigor para todos os momentos e o meio rápido para a renovarão das forças.

A epopeia da oração, ainda pouco vivenciada pelos seres humanos, encontra-se nesse poema de encantamento apresentado por Jesus, glorificando o Pai e engrandecendo os filhos.

Deve-se entender, no entanto, o sentido especial dos ensinamentos nele contidos.

Discernir o que pedir, porquanto nem tudo que se pede é o ideal para a existência feliz, em razão da falta de sabedoria do que se deve solicitar.

Confunde-se necessidade real com interesse momentâneo, com paixão egoica, ao mesmo tempo com ambição desmedida e fuga dos efeitos que seguem às realizações infelizes.

A arte de pedir é também a sabedoria de eleger.

Nem sempre, por isso mesmo, o Pai concede ao orante aquilo que ele deseja, porque sabe não o ser o de que realmente necessita.

A dor e a escassez são disciplinas abençoadas para o aformoseamento do Espírito, para a conquista da saúde e da abundância, em vez de punição.

A solidão e o sofrimento são oportunidades redentoras, que devem ser vivenciados com alegria, a fim de aprender-se a viajar para dentro, para o ignorado país de si mesmo, enriquecendo-se de autoconhecimento.

Por outro lado, em face das angústias normais no processo da evolução, busca-se sair das situações penosas sem nenhuma preparação para aquelas que se constituirão futuros desafios e aguardam sabedoria para serem vivenciadas.

Nem todos, portanto, buscam o melhor, porém, o mais agradável, prazeroso, mesmo que tenha um amargor final.

De igual maneira, bate-se às portas do Bem por nonadas, buscando-se coisas e valores sem significado, pela ânsia de possuir, de desfrutar, de ter...

Jesus é a lição viva da renúncia às coisas e aos impositivos do mundo.

Os Seus discípulos ainda não O entenderam, e, por isso, não sabem orar, não querem submeter-se às injunções do processo evolutivo, esperando deferências e milagres, que os não existem.

Ao Seu lado, a brisa da Natureza era mais cariciosa, e a vida muito mais prazerosa...

Ele, porém, teria que retornar ao Sólio do Altíssimo, e para que ninguém padecesse mais de solidão ou de abandono, Ele os ensinou a orar, ofereceu-lhes a glorificação pela prece, mediante cujos recursos poderiam sempre estar usufruindo os benefícios da Sua presença.

(...) E foi assim que realmente aconteceu, quando checaram os dias do testemunho...




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Lucas 9:13

Mas ele lhes disse: Dai-lhes vós de comer. E eles disseram: Não temos senão cinco pães e dois peixes: salvo se nós próprios formos comprar comida para todo este povo.

lc 9:13
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Lucas 11:11

E qual o pai dentre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente?

lc 11:11
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Lucas 11:10

Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á.

lc 11:10
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Lucas 11:12

Ou também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?

lc 11:12
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Mateus 7:10

E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente?

mt 7:10
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Lucas 11:9

E eu vos digo a vós: Pedi e dar-se-vos-á: buscai, e achareis: batei, e abrir-se-vos-á;

lc 11:9
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Mateus 7:8

Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra: e, ao que bate, se abre.

mt 7:8
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Mateus 7:9

E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?

mt 7:9
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