Sabedoria do Evangelho - Volume 2

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CAPÍTULO 23

MATEUS É CHAMADO

MT 9:9


9. Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria, e disselhe: "Segue-me". E, levantandose, ele o seguiu.


MC 2:13-14


13. Saiu outra vez para beiramar, e toda a multidão vinha a ele e ele lhes ensinava.


14. E quando ia passando, viu Levi, o (filho) de Alfeu, sentado na coletoria, e disselhe: "Segue-me". E levantandose ele o seguiu.


LC 5:27-28


27. Depois disso, saiu e olhou atentamente um cobrador de impostos (publicano), sentado na coletoria, e disselhe: "Segue-me".


28. E deixando tudo, ele levantouse e seguiu-o.

Ao sai de casa, caminhando pela rua, passa Jesus diante de uma coletoria de impostos, com seu chefe sentado à mesa.

Ao coletor de impostos os romanos denominavam publicanos, ou seja, "agentes do tesouro púbico"; e os gregos telônes, palavra composta de télos (imposto) e ônéomai (comprar). Consistia sua função em comprar do governo o direito de cobrar os impostos, pagando antecipadamente, de seu bolso, a import ância orçada pelo Tesouro, e ficando a seu risco ser reembolsado pelos particulares. Paga a soma total ao governo, o coletor distribuía seus agentes para cobrar taxas de pedágios, de trânsito de mercadorias, de caravanas, do comércio, de alfândegas, etc., de todo o distrito que lhe estava afeto. O que conseguisse cobrar era seu, inclusive se havia (e havia sempre) superavit. Alguns, mais afortunados, compravam os impostos de uma província inteira, sendo então "chefe de publicanos", como era o caso de Zaqueu (cfr. LC 19:3). Como o povo era oprimido por eles, que buscavam reaver seu dinheiro com lucro, o povo os odiava, inclusive porque o empréstimo antecipado lhes valia uma autorização oficial de "cobradores da dívida pública" . E toda a classe era desprezada e comparada aos "pecadores".

E eram mal vistos porque, em geral, cobravam mais do que deviam, para aumentar seus rendimentos (cfr. LC 3:12-13). No mundo profano havia o mesmo pensamento e Cícero (De Officiis 1:42) os cham "os mais vis dos homens". Os judeus consideravam "traidores e apóstatas", tanto que o Talmud os proibia de servir de juízes ou de testemunhas nos processos: e a mais consideravam-nos "legalmente impuros", por seu contato constante com os não-judeus.

Ao narrar o fato, Mateus dá-se apenas esse nome, acrescentando "o publicano", enquanto os outros dois dão seu primeiro nome, Levi, esclarecendo Marcos, ainda, que era "filho de Alfeu".

Cafarnaum, situada nas fronteiras do domínio de Herodes Antipas com o de Filipe, tinha um posto aduaneiro que era importante, porque ficava no entroncamento das estradas que ligavam Damasco ao Mediterrâneo e ao Egito.

Jesus afronta fariseus e escribas, ao escolher um desses homens como discípulo, após olhá-lo atentamente (ethéásato) à sua mesa de trabalho.

E Levi abandona ex abrupto sua mesa e segue-o, com total desprendimento, deixando seu escritório entregue aos auxiliares.

Muitos de nós ainda agimos na personalidade, como se fora ela nosso EU,. preocupamo-nos, então, com os haveres e "compramos" bens que nos aumentem os alforges durante a romagem terrena.

Nada há de errado nisso, enquanto não chega o momento de a tudo renunciar, para dedicar-nos integralmente à vida espiritual.

Mateus ("dom de Deus"), exemplifica o caso do homem de negócios que se preocupa com os bens da Terra. Mas, ao ouvir a voz de chamamento do Cristo Interno, resolve abandonar tudo e seguir o caminho da perfeição.

O momento do chamado é uma oportunidade que não deve ser perdida por nós. Mas é indispensável saber ouvir a voz que nos convoca, reconhecê-la, quando vem de dentro do coração, e não confundi-la com chamados externos, intelectuais ou emocionais, de ’guias", sejam encarnados ou desencarnados, que prometem o que não podem dar, que se denominam a si mesmos "mestres" ou "gurus", coisa que jamais o próprio Jesus fez, pois nos esclareceu que "um só é nosso Mestre: o CRISTO" (MT 23:10).

Cada um de nós deve permanecer atento à própria personalidade, para que não "viva" a preocupar-se com lucros materiais. A individualidade deve reclamar de nossa personalidade, quando esta só cogita de "juntar tesouros que a ferrugem consome e a traça corrói e os ladrões roubam" (MT 6:19).

Temos que ensinar à nossa personalidade a confiar no PAI.




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Marcos 2:13

E tornou a sair para o mar, e toda a multidão ia ter com ele, e ele os ensinava.

mc 2:13
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Marcos 2:14

E, passando, viu Levi filho Alfeu, sentado na alfândega, e disse-lhe: Segue-me. E, levantando-se, o seguiu.

mc 2:14
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Lucas 5:27

E, depois disto, saiu, e viu um publicano, chamado Levi, assentado na recebedoria, e disse-lhe: Segue-me.

lc 5:27
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Lucas 5:28

E ele, deixando tudo, levantou-se e o seguiu.

lc 5:28
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Lucas 19:3

E procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura.

lc 19:3
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Lucas 3:12

E chegaram também uns publicanos, para serem batizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fazer?

lc 3:12
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Lucas 3:13

E ele lhes disse: Não peçais mais do que o que vos está ordenado.

lc 3:13
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Mateus 23:10

Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo.

mt 23:10
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Mateus 6:19

Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;

mt 6:19
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