Sabedoria do Evangelho - Volume 3

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CAPÍTULO 15

A FILHA DE JAIRO

MT 9:23-26


23. Quando Jesus chegou à casa do chefe (da sinagoga), ao ver os locadores de flauta e a multidão em alvoroço, disse: 24. "Retirai-vos, pois a menina não está morta, mas sim dormindo". E caçoavam dele.


25. Mas, retirada a multidão, entrou Jesus, tomou a menina pela mão e ela se levantou.


26. E a fama desse fato correu por toda aquela terra.


MC 5:35-43


35. Ele ainda falava, quando vieram da (casa) do chefe da sinagoga, dizendo a este: "Tua filha já morreu, por que ainda incomodas o Mestre"?


36. Tendo Jesus ouvido o recado que foi dito, imediatamente disse ao chefe da sinagog "Não temas, apenas confia".


37. E não permitiu que ninguém o acompanhasse, senão Pedro, Tiago e João irmão de Tiago


38. Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus um alvoroço, e que choravam e lamentavam muito.


39. E tendo entrado disse-lhes: "Por que fazeis alvoroço e chorais? a menina não está morta, mas dorme". 40. E caçoaram dele. Tendo, porém, feito sair a todos, ele tomou consigo o pai e a mãe da menina e os que com ele vieram e entrou aonde estava a menina


41. E, tomando-a pela mão, disse-lhe: "Talithá koúmi", que se traduz, "Menina, (eu te digo), levanta-te".


42. Imediatamente ela se levantou e começou a andar, pois tinha doze anos. Então eles ficaram atônitos.


43. E Jesus recomendou-lhes expressamente que ninguém o soubesse, e mandou que dessem a ela de comer.


LC 8:49-56


49. Enquanto ele ainda falava, veio alguém da casa do chefe da sinagoga, dizendo a este: "Tua filha morreu, não incomodes mais o Mestre"


50. Ouvindo isso, respondeu-lhe Jesus: "Não temas, apenas confia e ela será salva".


51. Tendo chegado à casa, não permitiu que ninguém entrasse com ele, a não ser Pedro, João e Tiago, e o pai e a mãe da menina.


52. Todos choravam e a pranteavam, mas ele disse: "Não choreis: ela não está morta mas dorme".


53. E caçoavam dele, porque sabiam que ela estava morta.


54. Porém ele, tomando-a pela mão, disse em voz alta: "Menina, levanta-te"!


55. E seu espírito voltou e ela se levantou imediatamente, e ele mandou que dessem a ela de comer.


56. Seus pais ficaram atônitos, mas ele advertiu-os de que a ninguém dissessem o que havia ocorrido.

Era hábito antigo entre os israelitas contratar tocadores de flauta (hebr. : halilim, grego; aulêtaí) e carpideiras (hebr. ; meqôneneth), para velar o morto e acompanhar os funerais; por mais pobre que fosse a família, esses elementos não faltavam. E quanto mais podia despender, mais "barulho" era necessário, para exprimir uma "dor maior". Um chefe de sinagoga que perdia sua "filha única" de doze anos, devia haver contratado bom número deles. Daí os evangelistas falarem em "multidão em alvoroço".

Marcos e Lucas anotam que alguém veio avisar ao pai que a menina falecera: inútil incomodar mais o Mestre: diante da morte, quem teria poder? Mas Jesus reanima a esperança do pai e escolhe os três discípulos mais íntimos (Pedro, Tiago e João) para entrar com ele na casa, deixando de fora todos os que O acompanhavam.

Ao entrar, manda que se retirem todos os que estavam no quarto da menina, permitindo a permanência apenas dos pais e dos três discípulos. Parece querer esconder seu trabalho... Ao passar pela multidão de choradores, avisa que parem com o barulho, pois a menina não morreu, mas apenas "estava dormindo" (grego: katheúdei, composto de eudô, dormir e da preposição katá, que exprime movimento de cima para baixo; daí, o sentido preciso do verbo usado ser: está deitada para dormir, ficar inerte). Uma afirmação dessas parecia zombaria, e o povo começa logo a rir e caçoar Dele.

Apesar da demora dos preparativos, Jesus espera que todos saiam, o que deve ter levado algum tempo.

A sós, no quarto, com os pais e os três discípulos, com toda a simplicidade, Jesus segura a mão da menina, usando termos próprios exatamente para despertar quem dorme: "menina, levanta-te"!

A alegria dos pais foi grande, cuidando de regozijar-se. Mas o Mestre chama-lhes a atenção para a alimentação, pois devia a menina estar fraca de fome, em vista do tempo em que ficara em jejum pela doença.

Finalmente a recomendação comum, de que não se divulgue o ocorrido, o que podia trazer prejuízo à missão espiritual de Jesus, com centenas de pedidos de todos os que tivessem mortos na família, e que desejariam que Ele os ressuscitasse, mesmo quando o "carma" não admitisse tal gesto; e isso viria trazer o descrédito e a má-vontade para com Sua tarefa, fazendo inimigos gratuitos.

A cena vem demonstrar a ação da individualidade no ambiente das personalidades. Os pormenores indicam o simbolismo com rara precisão.

Inicialmente o chefe da sinagoga, que representa a mente, ao ver o estado lastimável da personalidade, que "era sua filha única", recorre ao Cristo Interno, com absoluta fé, pedindo que realizasse um" contato" (que a tocasse).

Antes de mais nada, o primeiro passo do Cristo é verificar que o resgate já fora completado pelo autosacrif ício, inclusive com derramamento de sangue. Faz então cessar o fluxo sanguíneo, que durara DOZE anos. E isso explica a razão de os três evangelistas haverem colocado a cura da hemorragia exatamente antes de ser atendido o pedido da mente (do pai, Jairo).

Depois, vem o cuidado de querer realizar tudo em segredo. Mas antes disso, os servos (os demais veículos, emoções, sensações, etc.) vêm comunicar à mente que de nada mais adianta agir, porque a personalidade já sucumbiu ao peso do sofrimento. O Eu Interno renova-lhe a fé: "confia".

Ao aproximar-se da casa (corpo) verifica que está cercado por uma multidão em alvoroço de elementais, de "kama-rupas", de obsessores, de fluidos pesados, todos a querer apossar-se de sua vitalidade.

Necessária uma limpeza externa: então são todos expulsos da casa, num socorro oportuno.

Escolhe, então, para entrar na "casa" da personalidade, o corpo físico, os elementos que julga necess ários: os pais, isto é, o Espírito e a Mente; e os três, discípulos, Pedro (emoções), Tiago (intelecto) e João (intuição) . Nesse ambiente de paz e serenidade, tendo "entrado no quarto e fechado a porta", o Cristo Interno "toma a mão da menina", isto é, se liga à personalidade unindo-a a Si, e fá-la renascer da morte para a vida, iniciando novo ciclo de existência, não mais apegada às ilusões terrenas da matéria, mas no mundo do Espírito, embora continuasse dentro do corpo de carne.

Uma vez despertada a personalidade, Sua preocupação prende-se à sual fixação na vida espiritual, e para isso algo existe de indispensável e urgente a "alimentação" do aprendizado, de que se encarregam a Mente e o Espírito.

Temos, portanto, a exemplificação do que deve ocorrer, na ressurreição de uma personalidade cujo carma tenha sido resgatado totalmente, sobretudo quando isso tiver ocorrido por vontade própria, pelo auto-sacrifício que vai até o derramamento de sangue. Esse resgate total (DOZE anos de hemorragia, e DOZE anos de vida da personalidade) deve ser verificado antes da "ressurreição": necessário que o "espírito" esteja purificado de qualquer resquício do passado e que não haja mais necessidade de "derramamento de sangue" que, por isso, se estanca.

Vemos, então, o trabalho nos diversos planos: o corpo físico (1. º plano) que estava inerte, deve ser trazido às sensações (etérico, 2. º plano) e as emoções (3. º plano, astral) precisam ser transformadas; o intelecto (4. º plano) tem que ser iluminado pelo alimento do ’pão sobressubstancial"; o Espírito individualizado (5. º plano) precisa voltar a comandar seus veículos inferiores, revivificando-os sob a direção da Mente (6. º plano - daí o nome do pai da moça ser exatamente Yâ’yr, Jairo, que significa "o sexto"), para que então a Centelha Divina, o Cristo Interno (7. º plano) possa expandir-se, em manifesta ção plena, através da personalidade ressuscitada, plasmando assim o "homem novo".

Note-se, porém que isso não significa que o carma deva durar doze anos. O número DOZE é simbólico de uma terminação de ciclo (por exemplo: os doze signos do zodíaco), podendo esse ciclo contar qualquer número de anos. Nos doze signos do zodíaco encontramos, v. g., doze meses; no entanto, computamos 52 semanas e 365 dias, que nada realmente têm que ver com o número doze. Fica bem claro, pois, que DOZE é apenas representativo de um ciclo completo.




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Mateus 9:23

E Jesus, chegando à casa daquele chefe, e vendo os instrumentistas, e o povo em alvoroço,

mt 9:23
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Mateus 9:24

Disse-lhes: Retirai-vos, que a menina não está morta, mas dorme. E riram-se dele.

mt 9:24
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Mateus 9:25

E, logo que o povo foi posto fora, entrou Jesus, e pegou-lhe na mão, e a menina levantou-se.

mt 9:25
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Mateus 9:26

E espalhou-se aquela notícia por todo aquele país.

mt 9:26
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Marcos 5:35

Estando ele ainda falando, chegaram alguns do principal da sinagoga, a quem disseram: A tua filha está morta; para que enfadas mais o Mestre?

mc 5:35
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Marcos 5:36

E Jesus, tendo ouvido estas palavras, disse ao principal da sinagoga: Não temas, crê somente.

mc 5:36
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Marcos 5:37

E não permitiu que alguém o seguisse, a não ser Pedro, e Tiago, e João, irmão de Tiago.

mc 5:37
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Marcos 5:38

E, tendo chegado à casa do principal da sinagoga, viu o alvoroço, e os que choravam muito e pranteavam.

mc 5:38
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Marcos 5:39

E, entrando, disse-lhes: Por que vos alvoroçais e chorais? a menina não está morta, mas dorme.

mc 5:39
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Marcos 5:40

E riam-se dele; porém ele, tendo-os feito sair, tomou consigo o pai e a mãe da menina, e os que com ele estavam, e entrou onde a menina estava deitada.

mc 5:40
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Marcos 5:41

E, tomando a mão da menina, disse-lhe: Talita cumi ? que traduzido, é: Menina, a ti te digo, levanta-te.

mc 5:41
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Marcos 5:42

E logo a menina se levantou, e andava, pois já tinha doze anos; e assombraram-se com grande espanto.

mc 5:42
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Marcos 5:43

E mandou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e disse que lhe dessem de comer.

mc 5:43
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Lucas 8:49

Estando ele ainda falando, chegou um dos do príncipe da sinagoga, dizendo: A tua filha já está morta, não incomodes o Mestre.

lc 8:49
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Lucas 8:50

Jesus, porém, ouvindo-o, respondeu-lhe, dizendo: Não temas; crê somente, e será salva.

lc 8:50
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Lucas 8:51

E, entrando em casa, a ninguém deixou entrar, senão a Pedro, e a Tiago, e a João, e ao pai e a mãe da menina.

lc 8:51
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Lucas 8:52

E todos choravam, e a pranteavam; e ele disse: Não choreis; não está morta, mas dorme.

lc 8:52
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Lucas 8:53

E riam-se dele, sabendo que estava morta.

lc 8:53
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Lucas 8:54

Mas ele, pegando-lhe na mão, clamou, dizendo: Levanta-te, menina.

lc 8:54
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Lucas 8:55

E o seu espírito voltou, e ela logo se levantou; e Jesus mandou que lhe dessem de comer.

lc 8:55
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Lucas 8:56

E seus pais ficaram maravilhados; e ele lhes mandou que a ninguém dissessem o que havia sucedido.

lc 8:56
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