Sabedoria do Evangelho - Volume 6

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CAPÍTULO 21

TRABALHADORES DA VINHA

MT 20:1-16


1. Pois o reino dos céus é semelhante a um homem chefe-de-familia, que saiu desde a madrugada para engajar trabalhadores para Sua vinha.

2. E tendo contratado com os trabalhadores um denário por dia, enviou-os para sua vinha.

3. E tendo saído cerca da hora terceira, viu outros ociosos em pé na praça,

4. e disse-lhes: "ide também vós para a vinha, e vos darei o que for justo". Eles foram.

5. Novamente saiu cerca da hora sexta e da nona, e agiu da mesma forma.

6. E saiu cerca da undécima hora, e achou outros que lá estavam, e disse-lhes: "por que estacionais aqui desocupados o dia todo"?

7. Disseram-lhe: "porque ninguém nos contratou". Disse-lhes: "Ide também vós para avinha".

8. Chegando a tarde, disse o dono da vinha a seu capataz: "Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até os primeiros".

9. E chegando os da undécima hora, receberam um denário cada um.

10. E vindo os primeiros, julgaram que receberiam mais; mas receberam um denário também eles.

11. E ao receber, murmuravam contra o chefe-de-família 12. dizendo: "esses, os últimos, trabalharam uma hora e os trataste como a nós, sofredores do peso do dia e do calor (do sol)".

13. Respondendo, ele disse a um deles: "Companheiro, não te faço injustiça; não contrataste comigo um denário?

14. Toma o teu e vai; quero dar a este último tanto quanto a ti;

15. ou não me é lícito fazer o que quero nos meus negócios? ou teu olho é mau, porque eu sou bom"?

16. Assim os últimos serão primeiros e os primeiros, últimos.



Jesus achava-se a caminho, entre a Galileia e Jerusalém, já tendo passado o Jordão, achando-se, provavelmente, na planície de Jericó. Essa viagem, a última que fez em direção à cidade santa, tinha seu objetivo predeterminado: a ida para o sacrifício final, previsto e predito já por duas vezes (MT 16:21 e MT 17:22-23); dentro de mais alguns dias, repetirá o aviso (MT 20:18-19), para deixar bem clara em Seus discípulos a ideia da importância do ato que se consumará.

Nessa viagem situa-se a parábola alegórica dos trabalhadores da vinha, em que mais uma vez é procurada uma comparação que dê ideia do que venha a ser o "reino dos céus". A lição é privativa de Mateus.

Analisemos rapidamente os termos de nossa tradução.

"Semelhante é o reino dos céus a um "homem chefe-de-família " (anthrôpôi oikodespôtéi), ou "donodecasa", que saiu "desde a madrugada" (háma prôi, literalmente "com a madrugada"), isto é, à primeira hora (6 da manhã) ou até antes.

Era costume na Palestina, até bem poucos anos, que os desempregados ("diaristas" ou "jornaleiros") se reunissem na praça da aldeia ("bâzâr") à espera de que alguém os viesse contratar, tal como ocorre em nossas cidades, com automóveis-táxi, caminhões "a frete" e carrinhos-de-mão, que ficam nos "pontos" aguardando interessados em seus serviços. Chegando alguém que declarasse necessitar da mão-deobra, o trabalhador pedia muito mais do que esperava obter, e o interessado oferecia muito menos do que pretendia pagar. Estabelece-se, então, a discussão; um abate, outro sobe sua oferta, até que concordem exatamente no salário normal, que é a tarifa convencional que sempre se paga pelo serviço.

Naquela época, o preço normal era um "denário", isto é, uma dracma. Que a cena foi assim imaginada, verifica-se pela frase "tendo assim contratado de comum acordo" (symphônésas). Para um homem do oriente médio, até hoje, dizer o preço, receber o dinheiro e entregar a mercadoria, não é "negociar": isso supõe discussão, preço alto, oferta baixa, até chegar-se a um acordo. Se tal não ocorrer, o oriental se sente psicologicamente frustrado: prefere discutir e ganhar menos, depois de meia hora de "negociação" a receber muito mais (pelo preço inicialmente pedido) mas sem "negociação": no fundo de sua alma, sente que não soube exercer sua profissão, que "falhou" com o freguês. Para bem compreenderse essa psicologia, só assistindo às centenas de cenas semelhantes que ocorrem nos mercados e lojas do oriente médio. Mas voltemos ao texto.

Os trabalhadores contratados foram para avinha. Começaram o trabalho por volta das 6 horas, sabendo que o "dia" terminaria às 18 horas, quando receberiam a paga de um denário, preço convencionado e aceito por ambas as partes.


Ou avinha era grande demais, ou o serviço maior do que pudessem dar conta os braços contratados: o chefe-de-família volta à praça mais quatro vezes:

  • a) à hora terceira (9 horas)

  • b) à hora sexta (12 horas)

  • c) à hora nona (15 horas)

  • d) à hora undécima (17 horas).


Os contratados à hora terceira trabalhariam durante nove horas; os da hora sexta, seis horas; os da hora nona, três horas; e os da hora undécima, uma hora apenas.

Há certas incoerências: se o chefe-de-família foi quatro vezes à praça contratar trabalhadores, como ainda pode, às 17 horas, encontrar trabalhadores "ociosos", a ponto de dizer-lhes: "por que estais aqui desocupados o dia todo"? Será que das vezes anteriores os não havia visto? Nem teria sido visto por eles?

Chegando a tarde, isto é, às 18 horas, surge em cena o capataz (epitrópos) que aí figura como superveniente apenas para efeito de realizar os pagamentos.

O normal seria pagar primeiro os que primeiro chegaram. Mas a inversão dessa ordem normal não aborrece os trabalhadores. O que os deixa magoados é ver que os que labutaram apenas uma hora, receberam o mesmo denário que os que se esforçaram durante doze horas, com todo o calor do dia: acham que o tratamento é injusto. Não reclamam do capataz, mas, ousadamente, do próprio chefe-defam ília.

Este, porém, não se aborrece. Chama o reclamante de "companheiro" (hetaíre), numa camaradagem inexplicável, e demonstra-lhe que não há injustiça, pois contratou com ele um denário pelo dia inteiro de trabalho. Se ele quer ser generoso, não há razão para reclamações: a justiça do contrato foi mantida.

A frase final "os últimos serão primeiros e os primeiros, últimos só se aplica à ordem do pagamento, e não a importância idêntica paga a todos, que foi a razão da reclamação. A não ser que se entenda que, tendo os primeiros trabalhado mais, receberam proporcionalmente menos que os últimos que trabalharam menos e ganharam proporcionalmente mais.

Realmente, ao contratar os trabalhadores da 3. ª hora, o chefe-de-família disse apenas que "lhes daria o que fosse justo", sem especular preço. O mesmo parece ter sido feito com os outros.

Alguns exegetas procuram explicar essa diferença de tratamento. Maldonado diz que as horas não representam as diversas épocas do mundo, mas as idades diferentes de cada homem (diversas cujusque hominis aetates signíficant) e que os últimos trabalharam mais intensamente em uma hora, que os primeiros o dia todo (tantum una hora quantum aliis toto die laboraverunt, Comm. in 4 Evang. pág. 412/414).

No Talmud (Berakhoth) há uma parábola que lembra esta: "a que se assemelha o caso de Rabbi Boun ben Rabbi Hiya? A um rei que tivesse engajado em seu serviço muitos trabalhadores, dos quais um era mais ativo em seu trabalho. Vendo isso, que faz o rei? Leva-o, e com ele passeia para um lado e para outro. Chegam os trabalhadores à tarde, para receber apaga, e é dado igual pagamento completo tamb ém ao que tinha passeado o dia todo. Vendo isso, queixaram-se os companheiros: estamos cansados do trabalho de um dia inteiro, e o que apenas trabalhou duas horas recebe o mesmo salário que nós. O rei explicou: é que este fez mais em duas horas, que vocês num dia inteiro. Assim, quando Rabbi Boun estudou a Lei até os 28 anos, conheceu-a melhor que um sábio ou um homem piedoso que a tivesse estudado até os cem anos".

A grande dificuldade dos exegetas reside, sobretudo, no fato de eles interpretarem o chefe-de-família como sendo Deus, e a recompensa (o "denário") como sendo o reino dos céus, isto é, o CÉU definitivo depois da morte. Tanto que João Crisóstomo busca desculpas, dizendo que "certamente no céu não há lugar para murmurações, pois é isento de ciúme e de inveja; mas a parábola diz-nos que os convertidos gozam de tal felicidade no céu, que daria para causar inveja aos outros santos" ... (Patrol. Graeca, vol. 58, col. 613). Não sabemos como tanta infantilidade possa ter partido de homens tão grandes e tão sábios!

A parábola, realmente, não é de fácil interpretação, já que esbarramos em contradições internas, que dificultam conclusões teológicas e simbólicas. A não ser que tomemos os dados da parábola grosso modo, sem dar muita importância aos pormenores (como é permitido no estilo parabólico), esbarraríamos em óbices insuperáveis. O que não cabe, positivamente, é a interpretação "à letra".

Vemos, por exemplo, uma duplicidade de tratamento por parte do chefe-de-família, que parece dar a entender que há privilégios e preferências inconcebíveis, partindo da Divindade: "não é lícito fazer o que quero nos meus negócios"? ou teu olho é mau porque eu sou bom"? Teríamos - se se tratasse de Deus - um deus parcial, com simpatias e nepotismos que qualquer pessoa de bom senso jamais admitiria num simples e imperfeito pai terreno que - ensina a psicologia - não deve tratar um filho melhor que os outros, para que os menos queridos não fiquem justamente traumatizados. Teríamos um deus pior que os homens! Essa a dificuldade dos exegetas, porque não tinham à mão a chave-mestra: para eles, o "reino dos céus" era o céu.

Mas se sabemos que o reino dos céus é um estado de alma resultante do encontro com o Cristo Interno, verificamos que a semelhança da parábola é perfeitamente aceitável, desde que esse denário não represente absolutamente o reino dos céus: este jamais pode ser pagamento, pois é CONQUISTA individual laboriosa e lenta.

O símile traz dados psicológicos interessantes para quem dirige escolas iniciáticas ou mesmo os que simplesmente organizam grupos espiritualistas. A lição é preciosa.

As criaturas trazem, em seu âmago, a convicção profunda de que "antiguidade é posto". Então, não se julgam as pessoas pelo valor intrínseco, mas pelo "tempo de serviço". Se um funcionário trabalha oito horas por dia, acha-se com o direito de ganhar mais que outro que só trabalha quatro, sem levar em consideração o valor do serviço realizado por um e pelo outro. Essa é a mentalidade geral, sobretudo daqueles que "suportam o peso do dia e o calor do sol".

Cuidem, pois, os dirigentes de se não deixarem levar por essa mentalidade, atribuindo os primeiros postos aos discípulos mais antigos, só pelo fato de serem "mais antigos": escolham com o critério do merecimento, e não com o da antiguidade, por maiores que sejam as reclamações e as pressões. O interesse da OBRA deve estar acima das preferências de amizade, acima de tempo de serviço e acima de favores recebidos. Não é "injustiça" nem "ingratidão" preferir-se A a B, se A vale mais que B, embora B tenha feito maiores favores à obra e nela permaneça há mais tempo: o que deve decidir é o valor intrínseco e a capacidade real de produção e a fidelidade ao pensamento básico da organização.

Isso traz dificuldades, dissabores e até, por vezes, inimizades ocultas ou claras. Mas se realmente ocorrer tal coisa, isso virá provar que o dirigente estava certo: se um discípulo se aborrece porque foi preterido e colocado outro no lugar que ele julgava merecer, isso prova que ele não o merecia, por estar ainda imaturo, tanto que ainda se magoa por exterioridades e faz questão de postos e de posições.

Cuidem-se os dirigentes!

Mas, a que se assemelha o reino dos céus?

A um chefe-de-família. O reino dos céus é obtido se alguém souber agir como o chefe-de-família, não como os trabalhadores.

Quem é o chefe-de-família? É o Espírito, a individualidade, que sai à Terra para engajar trabalhadores (personalidades ou personagens, compostas de bilhões de células) a fim de que trabalhem na sua vinha, ajudando-lhe a ascensão (1).

(1) Pietro Ubaldi, em "Grande Síntese", cap. 29, escreve: "só o relativo, que se transforma, possui tempo, isto é, ritmo evolutivo. A Lei, sem limites, está à espera no eterno; o tipo preexiste ao ser que o atravessa, e as formas vão e vêm".

Então ocorre que algumas pegam o trabalho pesado durante as "doze" horas, isto é, um ciclo inteiro de civilização, pois doze é o giro completo do zodíaco. Sofrem o "peso do dia" e também o "calor do sol", pois tem que desbastar toda a parte grosseira da hominização primitiva, do trabalho braçal, da conquista pura e simples do pão de cada dia com o suor real de seu rosto. E nesse afã atravessa todo aquele eon.

Os trabalhadores seguintes irão sendo convocados em períodos posteriores. Mas à medida que a evolução avança, cada tipo de personagem dura menos tempo: motus in fine velocior, "no fim, o movimento é mais rápido".

Assim as do terceiro ciclo servem ao "senhor" (Espírito) que as engaja, durante nove horas, ou seja, três quartos de um eon. Os convocados no sexto ciclo, servirão durante meio eon (seis horas). Os chamados no nono ciclo trabalharão apenas um quarto de eon (três horas). Logicamente tudo isso terá que ser tomado sensu lato, e não com rigor matemático. Na parábola, aprendemos uma teoria fundamental que variará dentro de limites razoáveis.

Por aí entendemos certas coisas que constituíam interrogação sem resposta. Por exemplo, o progresso da civilização, que caminha em proporção geométrica: da primeira tentativa de voo do mais pesado que o ar ao voo a jato transcorreram 50 anos; deste ao voo espacial, e em visita à lua, dez anos; mais: da primeira experiência cinematográfica (Lumière, 1
900) à televisão (1
940) distaram 40 anos. Mas desta às transmissões através de um satélite (Telstar) transcorrem só 20 anos! Consideremos, ainda, a diferença entre as personagens nascidas há cinquenta anos e as atuais, quando o Q. I. sobe em índices incontroláveis. Assim, as últimas personagens utilizadas na evolução do Espírito, executarão seu trabalho em períodos de tempo muito menores, embora o serviço realizado seja equivalente (ou até superior) aos dos primeiros trabalhadores. Daí o salário ser idêntico em valor. Proporcionalmente, o trabalho executado também foi equivalente.

O reino dos céus, pois, é semelhante a um homem justo, que distribui a cada trabalhador o salário justo, de acordo com o valor do serviço realizado, e não do tempo empregado para realizá-lo. Assim, tanto merece aquele que necessita de dez encarnações trabalhando para consegui-lo, quanto aquele que numa só existência o conquista, porque seu esforço foi mais intenso. O Espírito é o único que pode julgar, o único que pode contratar e escolher as personagens de que necessita para "trabalharem em sua vinha".

Pode haver uma objeção: da parábola surge a impressão de que os trabalhadores (as personagens) preexistem à escolha da individualidade, e também que elas subsistem após terem prestado seu serviço.

Mas a referência cremos ser feita ao TIPO de personagem, nas diversas etapas evolutivas, como diz Pietro Ubaldi: "o tipo preexiste ao ser que o atravessa, e as formas (personagens) vão e vêm".


* * *

Se não quisermos atribuir o ensino às relações entre individualidade e personagens transitórias, vemos que a parábola reflete o que exatamente ocorre entre o CRISTO (o Mestre) e Seus discípulos, criações Suas, filhos Seus, espiritualmente gerados e sustentados durante milênios, em trocas simbióticas.

O Mestre convoca e agrega em torno de Si os discípulos que sintonizam com Sua tônica vibratória e que, espontânea e voluntariamente aceitam trabalhar para Ele durante uma ronda. A vinha (o planeta) escolhida é vasta e o trabalho é árduo e longo. Alguns, engajados à primeira hora, têm a incumbência de desbastar o solo, de viver entre criaturas ainda rudes e primitivas. Mas prosseguem no serviço sem esmorecimento.

No entanto, a seara cresce, o serviço aumenta, outros operários são requeridos e outras convocações são feitas, às diversas épocas: no final do labor, agiganta-se a tarefa, que se tornou mais vasta e difícil.

A humanidade é menos rude mas, por isso mesmo, mais intelectualizada, apresentando resistências mais difíceis de superar. O trabalho complica-se sobremaneira. Então a recompensa destes merece ser igual à dos primeiros. Apesar de discípulos e colaboradores, há sempre a expectativa de merecer mais. O Cristo, então, narra a parábola para avisar, desde logo, prevenindo os porventura incautos, que nada mais receberão além do justo, pois deverão aprender a dizer: "somos servos inúteis, cumprimos nosso dever".


* * *

Aplica-se, ainda, a parábola aos homens em particular, dentro de uma só vida.

Há os que desde a infância se dedicam ao ministério e durante toda a existência dele não se afastam, em contraposição àqueles que são convocados na mocidade, na idade adulta e outros quase na velhice (Kardec começou sua tarefa aos cinquenta anos), mas desenvolvem sua atividade com tal eficiência, que correspondem à confiança neles pelo Mestre depositada.

O mérito não se mede pelo tempo de serviço, mas pela qualidade dele, pelo êxito do empreendimento, pelo resultado obtido, pelo número de almas atingido, pelas vitórias alcançadas.


* * *

Concluindo, o reino dos céus não é o pagamento dado aos trabalhadores, mas uma conquista. Há que agir, como o fez o chefe-de-família, aliando justiça com bondade, sem ferir direitos, mas sem submeterse às pressões de fora. Seu critério deve prevalecer, por mais que desagrade aos outros, cuja opinião não deve importar nem influenciar. Independência "nos negócios" do Espírito, pois a responsabilidade é integral de quem age. Se errar, enganado por conselhos de outrem, é o único responsável pelo erro: por que aceitou o conselho? Não possui intelecto para raciocinar, razão para escolher, intuição para dirigi-lo?

O reino dos céus é semelhante a um chefe-de-família ativo que sai de casa "com a madrugada" para engajar seus auxiliares, que com eles entra em acordo; que não repousa, mas está sempre à frente do serviço, e várias vezes vai em busca de mais braços para a sua vinha, e permanece até o fim ativo e eficiente, sobranceiro e independente, resolvendo com firmeza, embora suavemente (fórtiter ao suáviter), pois chama aos trabalhadores seus "companheiros".

Anote-se que os trabalhadores vão para a "vinha", isto é, para o estudo simbólico do espiritualismo (cfr. vol. 1). São pois alunos avançados na senda. Não obstante, a ambição e a vaidade, sendo qualidades inerentes ao intelecto, só mesmo quando alguém consegue viver na individualidade, é que as esmaga.

Quanto à "vinha", observemos que seu simbolismo é bastante arcaico: no Antigo Testamento, encontramos o exemplo típico de Noé (Noah, que significa "quietude", isto é, contemplação) o qual, depois do dilúvio, ou seja, de sua longa meditação de quarenta dias e quarenta noites, "sobre as águas" da interpretação alegórica, faz uma "aliança" com YHWH, simbolizada no "arco-íris" (o reflexo da luz no vapor da água, isto é, o reflexo de Deus na alma humana). A seguir "planta uma vinha" (GN 9:20) e come de seu fruto fermentado, bebendo o VINHO DA SABEDORIA. O que lhe ocorre é maravilhoso: "embriagado e nu se acha dentro de sua tenda" (GN 9:21), ou seja, despojado de tudo quanto é material, entra na visão beatífica que embriaga mais que o vinho (cfr. SL 22:5,. ZC 9:17; Cant. 1:1; 1:3; 5:1, etc.) . Nesse estado é ridicularizado pelas criaturas ainda materializadas do anti-Sistema. Mas o exemplo é maravilhoso e o simbolismo perfeito.

Embora menos explícito, temos, no "paganismo", símbolo semelhante, ao vermos associados Apolo e Baco; e quando os iniciantes da Escola de Dionisos, chamados os "bacantes", eram tidos como embriagados, ao entrarem no estado místico-profético, estavam, na realidade, em estado de transe, dançando e cantando, como o "rancho de profetas" discípulos de Samuel (cfr. 1SM 10:5); a mesma acusação de embriagues ocorreu, segundo testemunho dos Atos (Atos 2:15), com os discípulos de Jesus.




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Mateus 20:1

PORQUE o reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha.

mt 20:1
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Mateus 20:2

E, ajustando com os trabalhadores a um dinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha.

mt 20:2
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Mateus 20:3

E, saindo perto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos na praça.

mt 20:3
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Mateus 20:4

E disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram.

mt 20:4
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Mateus 20:5

Saindo outra vez, perto da hora sexta e nona, fez o mesmo.

mt 20:5
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Mateus 20:6

E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos, e perguntou-lhes: Por que estais ociosos todo o dia?

mt 20:6
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Mateus 20:7

Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também para a vinha, e recebereis o que for justo.

mt 20:7
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Mateus 20:8

E, aproximando-se a noite, diz o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o jornal, começando pelos derradeiros até aos primeiros.

mt 20:8
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Mateus 20:9

E, chegando os que tinham ido perto da hora undécima, receberam um dinheiro cada um;

mt 20:9
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Mateus 20:10

Vindo, porém, os primeiros, cuidaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um dinheiro cada um.

mt 20:10
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Mateus 20:11

E, recebendo-o, murmuravam contra o pai de família,

mt 20:11
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Mateus 20:12

Dizendo: Estes derradeiros trabalharam só uma hora, e tu os igualaste conosco, que suportamos a fadiga e a calma do dia.

mt 20:12
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Mateus 20:13

Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço agravo; não ajustaste tu comigo um dinheiro?

mt 20:13
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Mateus 20:14

Toma o que é teu, e retira-te; eu quero dar a este derradeiro tanto como a ti.

mt 20:14
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Mateus 20:15

Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?

mt 20:15
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Mateus 20:16

Assim os derradeiros serão primeiros, e os primeiros derradeiros; porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.

mt 20:16
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Mateus 17:22

Ora, achando-se eles na Galileia, disse-lhes Jesus: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens;

mt 17:22
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Mateus 17:23

E matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará. E eles se entristeceram muito.

mt 17:23
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Mateus 20:18

Eis que vamos para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes, e aos escribas, e condená-lo-ão à morte.

mt 20:18
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Mateus 20:19

E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará.

mt 20:19
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Gênesis 9:21

E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda.

gn 9:21
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Salmos 22:5

A ti clamaram e escaparam: em ti confiaram, e não foram confundidos.

sl 22:5
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Zacarias 9:17

Porque, quão grande é a sua bondade! e quão grande é a sua formosura! o trigo fará florescer os mancebos e o mosto as donzelas.

zc 9:17
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I Samuel 10:5

Então virás ao outeiro de Deus, onde está a guarnição dos filisteus; e há de ser que, entrando ali na cidade, encontrarás um rancho de profetas que descem do alto, e trazem diante de si saltérios, e tambores, e flautas, e harpas; e profetizarão.

1sm 10:5
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Atos 2:15

Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia.

at 2:15
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