Sabedoria do Evangelho - Volume 7
Versão para cópiaA FIGUEIRA SECA
MT 21:20-22
MC 11:20-24
LC 17:5-6
Marcos coloca a comprovação da figueira que secou nas palavras de Pedro, que o observa na manhã de terça-feira.
O fato em si, já o vimos, não importa: vale a lição, cujas conclusões foram anotadas pelos evangelistas.
A fidelidade (pístis) é essencial. Assim como a certeza intelectual de que o que se quer se realizará.
Não pode haver hesitação nem dúvida, nem no intelecto (confiar) nem no coração (fidelidade da união com o Eu Real).
De fato diakrithête exprime, literalmente, "julgar dentro de si", ou seja, ficar pensando se poderá conseguirse ou não, calculando as possibilidades e probabilidades, e agir com uma ponta de desconfiança intelectual.
Observemos, no entanto, que a prece não conhece limites: "TUDO QUANTO PEDIRDES" (pánta ósa). Todavia, é necessário ter uma certeza absoluta, como "se já tivéssemos recebido o que pedimos": temos que considerar o fato consumado; agir com a convicção plena de já ter o que queremos.
Em Lucas não se fala do episódio da figueira. Mas a resposta de Jesus por ele citada, em esclarecimento do pedido dos emissários, lembra o fato, tanto mais porque não se fala em "montanha", mas em" sicômoro" (sykáminos) que, como vimos, é palavra composta de figueira (syké). O encadeamento da frase torna-se, até, mais lógico: falando de árvore, cabe mais o termo "desarraiga-te (ekrizóthéte) e planta-te no mar; e ele vos teria obedecido".
Pode parecer, em português, que haja solecismo violento no texto de Lucas. No entanto, quisemos manter os tempos do original grego, que dá a seguinte construção: "Se TENDES fidelidade (condição real: ei échete), DIRIEIS (condição possível no presente: elégete án) a este sicômoro desarraiga-te e planta no mar. e ele vos TERIA OBEDECIDO (condição possível no futuro: hypêkousen án).
A lição dirige-se, aos iniciados mais avançados da Assembleia do Caminho. Aos outros, tudo parecia um sonho. Eram palavras bonitas, mas esperanças vãs. Ora, quando jamais se poderia conseguir, com a mente, destacar do solo uma montanha e lançá-la ao mar? Consolo e animação para a humanidade, com uma esperança impossível...
A humanidade acha-se ainda no ciclo da lagarta feia e pesadona, colada às folhas. Se alguém lhe disser que um dia se tornará leve e multicolorida borboleta, levantará os "ombros" e dirá em seu coração: " lérias"!
Mas alguns daquele grupo, (e alguns de outros grupos atuais), já sabiam, por havê-lo visto, que breve seriam borboletas. E alguns já haviam sabido, através dos ensinos ministrados nos círculos "secretos" da Assembleia (ekklêsía) que a força mental segura e bem dirigida, pode obter coisas assombrosas mesmo na parte material. Talvez tivessem ouvido falar no que aconteceu com as pirâmides do Egito e do Peru, na época dos grandes Iniciados Atlantes. Sem dúvida tinham conhecimento da ação daqueles que são chamados Devas no oriente, e anjos no ocidente, quando ativos, no governo da natureza.
Como fazem a acomodação dos solos, como provocam a libertação de gases incandescentes sob a forma de vulcões, como armam as tempestades para purificar a atmosfera, como conseguem afundar e reerguer continentes nos oceanos encapelados, como dominam águas, ventos e eletricidade. De certo fora-lhes explicado que tudo obedece a ordens mentais de extraordinária força, pois os próprios universos em manifestação constituem indiscutivelmente a projeção mental (o Pensamento) do ser a que vulgarmente denominamos "Deus".
Ora, como Centelhas e partículas dessa mesma Divindade que se fragmentou em sem-número de criaturas atualmente também já pensantes e, portanto, com a mesma capacidade mental, embora finita em grau e natureza, os homens adquiriram a capacidade criadora, ainda que limitada e infinitamente menos poderosa que a plenitude (o plêrâma) divina.
Como exemplo final do ensino dado a respeito da Força Mental, foi escolhida uma árvore inútil, pois não conseguia amadurecer os frutos (lembrémo-nos: Betfagé!) e esta, durante a exposição da teoria, foi sacrificada através de uma ordem, e "secou desde a raiz" (exêramménên ek rhizôn).
Eis aí: é possível admitir-se que o fato realmente se deu. Mas é mister ler nas entrelinhas, para compreender o episódio. Os narradores, que não podiam estender-se sobre o ensino esotérico, tiveram que "inventar" uma história. E a história inventada acontece que não convence ao nosso intelecto perquiridor, pois repugna ao bom-senso.
Por aí verificamos que os ensinos grafados nos Evangelhos constituem "conclusões" de ensinos extensos, resumos de lições profundas, ou pequenas histórias e parábolas que tinham por mira apenas fazer recordar aos iniciados, o que eles haviam aprendido oralmente, mas devia ficar oculto.
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Mateus 21:20
E os discípulos, vendo isto, maravilharam-se, dizendo: Como secou imediatamente a figueira?
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Mateus 21:21
Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e precipita-te no mar, assim será feito;
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Mateus 21:22
E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis.
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Marcos 11:20
E eles, passando pela manhã, viram que a figueira se tinha secado desde as raízes.
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Marcos 11:21
E Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira, que tu amaldiçoaste, se secou.
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Marcos 11:22
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus;
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Marcos 11:23
Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar; e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito.
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Marcos 11:24
Por isso vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-lo-eis;
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Lucas 17:5
Disseram então os apóstolos ao Senhor: Acrescenta-nos a fé.
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Lucas 17:6
E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria.
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