Sabedoria do Evangelho - Volume 8
Versão para cópia
VISITA A ANÁS
JO 18:13
JO 18:24
JO 18:14
Expliquemos, inicialmente, porque introduzimos o versículo 24 entre o 13 e o 14.
Em primeiro lugar porque o exige a ordem dos acontecimentos, e depois por causa da crítica interna do próprio texto e dos códices.
Com efeito, os sinópticos nada dizem a respeito dessa "visita" feita a Anás, só relatada por João, que acompanhou Jesus passo a passo.
Mas não pode explicar-se que os vers. 15 a 23 de João se refiram a acontecimentos ocorridos na presen ça de Anás, já que, tendo dito e repetido que era Caifás o Sumo-Sacerdote daquele ano (vers. 13 e 24), não poderia chamar Anás de Sumo-Sacerdote, como está nos versículos
1) quando fala no "mergulho" de Jesus. Mas Lucas não era judeu nem vivia na Palestina, e pode ter feito confusão.
Mas, além de tudo isso, essa é a ordem encontrada no manuscrito da versão siríaca palestinense, no uncial 225 e aceita por Cirilo de Alexandria, além dos comentadores modernos Fillion, Calmès, Camerlynck, Lagrange, Durand, Lebreton, Jouon, Pirot (que diz: "quando uma pequena correção resulta numa restituição tão coerente, não podemos dizê-la arbitrária", vol. 10, pág. 456), e por Max Zerwick, S. I. "Analysis Philologica Novi Testamenti Graeci", in loco (onde escreve: hic fortasse intermittendus est versiculus 24).
As versões vulgares trazem o vers. 24 em seu lugar, seguindo a ordem dada pelos palpiros
Ora, já vimos que o arquétipo devia ter cinco versículos em cada folha, e verificamos que, entre o vers. 14 e 23 há, exatamente, 10 versículos. Temos então, que, ao chegar ao vers. 13, ele saltou o vers. seguinte no pé da página e virou a folha, continuando a copiar. Ao chegar ao vers. 23, no pé da segunda página, notou o salto: voltou atrás e copiou o 24. Realmente, depois do vers. 13, temos uma pág.com 5 versículos (14 a
18) e outra página também com 5 versículos (19 a 23).
Como comprovação desses enganos, podemos descobrir testemunhos. A versão siríaca dá a seguinte ordem: 13
Está, pois, evidente, que houve desorganização na cópia do arquétipo, que permaneceu causando confus ão em alguns manuscritos e versões. Embora as cópias dos códices, feitas desse mesmo arquétipo, tivessem procurado segui-lo fielmente, colocando o vers. 24 fora do lugar, onde o copista o pusera por engano.
Anás (cujo nome significa "misericordioso") era uma das figuras mais influentes social e religiosamente em Jerusalém, e fora feito sumo-sacerdote por Quirínio no ano 6 ou 7 A. D. ; mas foi deposto no ano 15 por Valério Grato (FI. Jos., Ant. JD
Jos. Ant JD
O fato de terem levado Jesus à sua presença, antes de apresentá-lo a Caifás, demonstra o prestígio de que gozava: quiseram mostrar a "consideração" por sua idade e sua influência.
Anás, tendo olhado para Jesus, enviou-o imediatamente, tal como estava ("algemado") para Caifás.
João anota que fora Caifás que dissera aquela frase, de ser necessário que um morresse pelo povo (JO
João fala no "pátio" que era o terceiro elemento das casas helênicas da época. À entrada, na via pública, (ho pylôn), seguia-se o vestíbulo (tó proaúlion), após o qual vinha o pátio (hê aulê), geralmente circundado por um pórtico de colunatas, em redor do qual se abriam as salas do pavimento térreo.
Na passagem do pylôn, que João chama "porta" (thyra), é que Pedro ficara retido por não ser conhecido.
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João 18:13
E conduziram-no primeiramente a Anás, por ser sogro de Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano.
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João 18:14
Ora Caifás era quem tinha aconselhado aos judeus que convinha que um homem morresse pelo povo.
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João 18:24
Anás mandou-o manietado, ao sumo sacerdote Caifás.
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João 11:50
Nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação.
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