Sabedoria do Evangelho - Volume 8

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CAPÍTULO 25

INTERROGATÓRIO 2

LC 23:13-16


13. Convocando, então Pilatos os principais sacerdotes e as autoridades e o povo,

14. disse-lhes: Conduzistes-me este homem como desviando o povo, e eis que examinandoo diante de vós, eu nenhuma culpa encontrei neste homem, das que o acusais.

15. Nem mesmo Herodes, pois o reenviou a nós. E eis que nada digno de morte foi feito por ele.

16. Castigando-o, então, o soltarei.



Também este segundo interrogatório é privativo de Lucas.

Com a devolução que Herodes lhe fez do acusado, sem que o tenha condenado, mais se firma a convic ção de Pilatos de que Jesus é inocente. Torna a chamar, pois, os acusadores e reitera sua primitiva sentença favorável ao réu. Nenhuma das acusações adquiriu foros de veracidade, nem diante dele nem diante de Herodes, que o devolveu sem fazer carga acusatória.

A solução dada por Pilatos revela sua preocupação de agradar às autoridades Judaicas, propondo que irá mandá-lo "castigar" (paideúsas, termo derivado de pais, paidós, "menino"): trata-se da flagelação, que talvez Pilatos ache merecida, pelo menos por causa da imprudência no agir, contrariando as autoridades de seu povo e ocupando-lhe o tempo. E termina dizendo que, depois de castigá-lo, mandará soltá-lo, pois não há crime nele.

Aqui observamos que a autoridade civil reconhece a inocência do réu, mas apesar disso resolve atribuirlhe uma pena, embora menor que a solicitada. A injustiça é flagrante, clama aos céus. Não obstante a vítima não reclama: aceita-a como clara manifestação de uma ordem de coisas superior e, sem protexto, acata a decisão da autoridade.

O exemplo estimula-nos a calar e aceitar, mesmo nos casos menores, quando somos envolvidos. Não temos capacidade para julgar o que precisamos sofrer, o que merecemos ou não merecemos. Se uma autoridade decide, mesmo de modo que nos pareça injusto, que devemos suportar um castigo, aceitemolo submissos e silenciosos, para não nos opormos à vontade superior.

Nesse caso, a conformação humilde é a única posição que podemos e devemos ter. Pode ser que intimamente sintamos a dor da injustiça. Mas em nenhuma hipótese podemos sentir revolta, nem mesmo no fundo do coração.

Não se trata, pois, apenas de calar o protesto, mas precisamente de não sentir sequer laivos de rebelião.

A aceitação tem que ser total, absoluta, íntima, compreensiva, com aquela frase sincera: "Faça-se a tua, não a minha vontade (LC 22:42).




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Lucas 23:13

E, convocando Pilatos os principais dos sacerdotes, e os magistrados, e o povo, disse-lhes:

lc 23:13
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Lucas 23:14

Haveis-me apresentado este homem como pervertedor do povo; e eis que, examinando-o na vossa presença, nenhuma culpa, das de que o acusais, acho neste homem.

lc 23:14
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Lucas 23:15

Nem mesmo Herodes, porque a ele vos remeti, e eis que não tem feito coisa alguma digna de morte.

lc 23:15
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Lucas 23:16

Castigá-lo-ei pois, e soltá-lo-ei.

lc 23:16
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Lucas 22:42

Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálix, todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.

lc 22:42
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