Sabedoria do Evangelho - Volume 8
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JO 14:27-31
Aqui ficou registrada a despedida de Jesus a Seus discípulos, após o encontro daquela memorável noite.
O encaixe deste trecho após o versículo 26 do capítulo 17 apresenta sequência perfeita.
Terminada a prece, as últimas palavras do Mestre constituem um augúrio, para que os discípulos tenham paz, e uma reafirmação de sua volta para junto dos discípulos. Estávamos numa quinta-feira, e logo no domingo seguinte eles novamente O veriam, depois da prova duríssima por que deveria passar, com derramamento do próprio sangue e torturas cruéis.
Feita a prece, de coração pacificado, Jesus volta-se para o pequeno grupo de iniciados e derrama sobre todos ondas de paz, da Sua paz, que é a interna, que vem da Individualidade, do Cristo, do Pai. E Ele salienta que não se trata da paz que o mundo dá: a Sua é diferente e permanece mesmo quando o discípulo se encontra envolvido pelo barulho físico, batido pelas vicissitudes morais ou atacado pelas trevas temporárias do espírito.
Era comum, nessa época, e prossegue até hoje em uso constante, em todas as saudações entre judeus, quando se encontram e ao despedir-se, o emprego da mesma expressão augurando paz (shalôm).
Mas quando as forças da oposição se derramassem sobre eles, que não temessem. Esse imperativo ordenando que "não temam" (mê deiliátô) já fora ouvido, quando YHWH o diz a Josué (JS
Ainda uma vez salienta que, quando há amor, resulta em alegria até mesmo o afastamento do ser amado, se se tratar de uma melhoria para ele. E não resta dúvida de que terá grande avanço o afastamento de Jesus, pois Ele irá ao Pai.
E aqui aparece a frase que constitui argumento irrespondível contra todos os que, enceguecidos pela vaidade, afirmam dogmaticamente que Jesus é o Deus Supremo e Absoluto, totalmente idêntico ao Pai e ao Espírito Santo. Como pode sê-lo, se Jesus declara categoricamente que "o Pai é maior que Ele"?
Muitos sofismas foram criados para torcer o sentido real dessa afirmativa, mas nenhum deles chega a convencer. Já falamos sobre esse assunto no vol. 6.
Dizemos "enceguecidos pela vaidade", pois é ela que leva os homens a pretender que o "seu" Deus seja maior que "os outros" Deuses. Essa vaidade atinge tanto homens como espíritos desencarnados, mesmo na posição de espíritos-guias. YHWH diz a Moisés, explicando Sua posição com clareza, jamais pretendendo SER o Deus absoluto: "Eu sou YHWH e apareci a Abraão, a Isaac e a Jacob COMO Deus todo-poderoso, mas eles não conheceram esse meu nome" (EX
No entanto, Jesus é taxativo: "o Pai é maior que eu", e por isso, "Se me amardes, ficareis alegres pelo fato de eu ir para junto do Pai".
Logo a seguir vem outra ordem: "Levantai-vos, vamo-nos daqui", o que prova que só então se levantaram os discípulos dos reclinatórios, não havendo necessidade, pois, de tecer suposições a respeito dos capítulos
Aqui encontramos o epílogo da grande lição do cenáculo. Outras vezes ainda falou eom eles, tanto Jesus, quanto o Cristo, mas em fugazes momentos, até Sua imolação da cruz. E das lições dadas após esse drama iniciático, nada ficou escrito no plano físico (pelo menos, até hoje, nenhum manuscrito foi encontrado pelos homens).
Revigorado em Seu Espírito pelo contato que teve com o Pai, em Sua prece por Si, pelos discípulos e pelo próprio mundo que ainda não tinha capacidade para entendê-Lo, o Mestre volta-Se para Seu grupo de escolhidos e profere mais algumas palavras a modo de conforto e despedida. Acreditamos que não apenas Jesus, mas também os discípulos, se encontravam então em profundo estado de misticismo, Ele a preparar-Se para o grande passo, e o colegiado na expectativa tensa de não saber ao certo o que viria no minuto seguinte. Apesar de todos os esclarecimentos, não entendiam plenamente, em seus intelectos personalísticos, o que se estava passando. Disso teremos prova no próximo capítulo.
Daí as palavras de Jesus, derramando sobre eles a Sua paz do Cristo, e salientando que não era a paz do mundo; era a paz interior, não o silêncio da inatividade externa; era a paz dinâmica, não a estática; era a paz cheia de energia, não a da fraqueza timorata; era a paz do amor que embevece, não a do despeito que cala; a paz que nada teme, porque no meio da tempestade conturbadora dos elementos, sabe que o navio está ancorado no porto seguro, ao abrigo das ventanias ululantes, e das vagas violentas.
E insiste: "Não se turbe vosso coração nem se atemorize".
Exatamente no Eu profundo, no coração, é que deve residir essa paz inalterável, que nada teme, que se mantém firme e confiante, fiel à sintonia crística, a união divina: "se Deus é por nós, quem será contra nós"? (RM
Sim, eu irei, "mas volto a vós". E por que não sentir até alegria, com a partida do Mestre, se o afastamento temporário consistirá numa promoção? Esse afastamento será a maior aproximação com o Pai, depois desse passo decisivo em Sua carreira evolutiva, e depois dele, não poderá ser tocado por criatura humana alguma, nem mesmo pelo amor imenso da mulher amada (cfr, JO
O amor e o carinho pelos discípulos fez que o Mestre lhes avisasse com antecedência tudo o que iria ocorrer, para que, mais tarde, verificando os fatos, pudessem ter certeza de que Ele era realmente o enviado do Pai.
Depois anuncia a chegada do "Príncipe do mundo", da força unificada e didaticamente personificada do Anti-sistema, a agir por meio de criaturas que sintonizam com seu atraso evolutivo, "inocentesúteis" a serviço do erro, embora muitas vezes supondo estar a servir à Verdade. Nenhum poder contra Jesus tem essa força e muito menos contra o Cristo, que a sustenta e vivifica. Daí a ação destruidora das forças negativas ser permitida e alimentada pelas Forças positivas, pois é por meio dessa destruição do inferior, que se pode construir o superior, é por meio da dor que se edifica a felicidade, é pela fricção do sofrimento que se acende a luz.
Então, a imolação de Jesus no altar do holocausto como vítima, Lhe proporcionará um avanço na subida espiritual; mas é preciso que o próprio mundo do Antissistema veja, para crer: necessário o sacrifício de um Avatar para que seja o Antissistema sacudido em seus alicerces e, refletindo, observe qual o caminho verdadeiro e certo para a ascensão espiritual.
SALVAÇÃO
Nesse sentido, o sacrifício de Jesus na Cruz - embora tendo sido olhado e considerado dum ponto de vista diferente do real - constituiu verdadeiramente uma "salvação" para muitos espíritos que, por meio dele, e impressionados com ele, conseguiram destacar-se do Antissistema e passar a viver no ambiente sintônico do Sistema. Milhões foram os espíritos que, no decorrer destes últimos dois mil anos, se "saltaram". Justifica-se, pois o título de SALVADOR (sôtêr) atribuído a Jesus desde os primórdios, apesar de essa palavra não ter o sentido que a teologia lhe empresta.
De fato, o pensamento teológico é que a imolação de Jesus teve o efeito de apagar ou "redimir os pecados", por própria força intrínseca, em vista da grandeza de Seu Espírito divino, ou melhor, em vista de ser o próprio Deus que "morreu" (!).
Em decorrência disso, teve que fatalmente ser abandonado e combatido o fato da reencarnação, conhecido e comprovado desde a antiguidade, pois se um espírito foi "redimido" e está "salvo", não poderia mais voltar à condição antiga de sua capacidade de errar ou "pecar".
Então, uma interpretação unilateral de um fato, obriga esse intérprete a negar outro fato real. A dedução empírica e cerebrina, que constrói uma teoria improvada (e negada pela prática), tenta destruir um acontecimento comprovado pela maioria.
Esqueceram-se, todavia, de importante pormenor: se o sacrifício de Jesus foi de efeito tão forte e irresistível que "redimiu os pecados da humanidade", como explicar que os homens continuaram - salvo raríssimas exceções - a cometer seus "pecados", obtendo absolvição e voltando de novo aos pecados?
Ao observar a história da humanidade, verificamos uma mudança fundamental na direção de sua caminhada, mas não descobrimos, absolutamente, uma diminuição dos desvios da rota, nem de erros, nem de crimes, coisa que seria de esperar de tão grande e infinito impacto.
A razão disso é que Jesus de fato SALVOU, como disseram os primeiros discípulos, mas não com a remissão dos pecados (tradução tradicional mas imprópria e até falsa) e sim com o DESATAR DOS ERROS (aphesis tôn hamartíôn, vol. 6), que exprime precisamente o que estamos dizendo: desatou os laços que prendiam os homens aos erros do Antissistema, isto é, à ilusão da personagem.
Nesse sentido, realmente SALVOU (sôzein) a humanidade, pois com sua força vibratória incomensurável, porque crística, interrompeu a caminhada do Espírito que descia cada vez mais para a personagem, e fê-la dar uma volta de 180º, mudando o rumo errado em que caminhava, para levá-la a prosseguir seus passos na direção do Espírito, para o Sistema, para a Individualidade.
Observemos e estudemos com atenção, e verificaremos que milhões de pessoas, depois de Jesus, aprenderam a renunciar "ao mundo, às suas pompas e às suas obras" - ou seja, desdenharam as honras, as glórias, a fama e a grandeza da personagem, para buscar dentro de si a felicidade espiritual, o encontro com o Cristo interno, servindo-se, em muitos casos, do magnífico e insuperável símbolo da recepção da hóstia consagrada, com a qual "entrava" no coração o Cristo, ainda vindo "de fora".
Mas, com o tempo, Ele passou a "morar" dentro do coração permanentemente.
Então, Jesus SALVOU a humanidade, por mostrar-lhe a direção certa de sua caminhada e "desatá-la dos erros" da personagem (da ilusão do mundo transitório), e não por te-la "redimido do pecado", coisa que em absoluto foi atingida até hoje.
Com essa interpretação lógica e acorde com o texto, verificamos que tudo se coloca em seus lugares e passa a ser indispensável o fato da reencarnação.
Pois não basta reconhecer o caminho certo e voltar-se na direção correta: é necessário palmilhar essa estrada, pois em Sua vida o próprio Jesus a percorreu, dando-nos o exemplo vivo. E essa jornada é muito longa, não sendo conseguida em uma só vida, de modo algum: é estrada cheia de percalços, embora a meta seja nítida, clara e inconfundível no fim da viagem.
Naquela ocasião, não havia mais tempo de muitas explicações, porque se aproximava a hora da ação, e o Antissistema cumpriria a tarefa que lhe competia.
E embora nada tivesse com Jesus, que descera voluntariamente ao Antissistema, mas a ele não pertencia mais, no entanto ainda agia com eficiência sobre a humanidade toda, e portanto devia atingir Jesus em Sua humanidade. E isso para que todos nós pudéssemos ver, saber e compreender, que o Espírito ama o Pai e faz como Ele manda, mas a personagem precisa receber os impactos dolorosos que nos impulsionam na subida evolutiva.
A hora, a partir daí, é de AÇÃO: "Levantai-vos, vamo-nos daqui", enfrentemos as forças adversárias que se erguem, e cumpramos as determinações superiores com inquebrantável coragem, a fim de superarmos e vencermos os impactos do mundo.
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João 14:27
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou: não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.
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João 14:28
Ouvistes que eu vos disse: Vou, e venho para vós. Se me amásseis, certamente exultaríeis por ter dito: Vou para o Pai; porque o Pai é maior do que eu.
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João 14:29
Eu vo-lo disse agora antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis.
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João 14:30
Já não falarei muito convosco; porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim;
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João 14:31
Mas é para que o mundo saiba que eu amo o Pai, e que faço como o Pai me mandou. Levantai-vos, vamo-nos daqui.
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Josué 8:1
ENTÃO disse o Senhor a Josué: Não temas, e não te espantes: toma contigo toda a gente de guerra, e levanta-te, sobe a Ai: olha que te tenho dado na tua mão o rei de Ai, e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra.
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Josué 10:38
Então Josué e todo o Israel com ele, tornou a Debir, e pelejou contra ela;
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Êxodo 6:2
Falou mais Deus a Moisés, e disse: Eu sou o Senhor.
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Êxodo 7:1
ENTÃO disse o Senhor a Moisés: Eis que te tenho posto por Deus sobre Faraó, e Aarão, teu irmão, será o teu profeta.
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I Reis 18:24
Então invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor: e há de ser que o deus que responder por fogo esse será Deus. E todo o povo respondeu, e disseram: É boa esta palavra.
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Romanos 8:31
Que diremos pois a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
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João 20:17
Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.
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