Alma e Coração

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Capítulo XLV

Amparo mútuo


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Apesar da condição de viajor que te caracteriza no mundo, pensa, de quando em quando, em teu coração como sendo esta a embalagem de que outros viajores se valem para refazimento ou informação, socorro ou descanso.

Alija da entrada de tua casa íntima quaisquer calhaus que podem ferir os pés daqueles que te procuram, e acende aí a luz da compaixão com que sejas capaz de compreender e auxiliar a todos, conforme a necessidade de cada um.

Recorda os obstáculos que já venceste e não permitas que o abrigo de tua alma se converta em labirinto de sombras para os que te buscam.

Já sabes que a vida possui carga suficiente de realidade para esclarecer os que passam na carruagem da ilusão; assim, não lhes atires em rosto os enganos de que se enfeitam para o encontro com a verdade, e, em acolhendo aqueles que carregam defeitos à mostra, cobre-os com a bondade de teu olhar, sem referir-te às chagas que transitoriamente lhes desfiguram a vida.

Todos nós, em espírito, nos albergamos uns com os outros. Cede aos companheiros que te pedem apoio o ambiente de paz e a mesa da bênção. Em suma, compadece-te de todos os que passam pelo asilo de tua alma! Qual deles, como acontece a nós próprios, estará sem problemas? Qual deles caminhará para a frente sem que a dor lhe purifique a visão?

Diante dos bons, compadece-te, porquanto desconheces quantos espinhos se lhe cravam no coração, diariamente, para serem fiéis ao bem, e, diante dos maus, compadece-te, duplamente, de vez que não ignoramos quanto sofrimento os aguarda, caminho afora, para que se desvencilhem do mal.

Seja quem for que te bata às portas da apreciação, abençoa-o com a palavra do entendimento, e se alguém chega para habitar contigo, no mesmo domínio do trabalho e do ideal, em alguma estação breve ou longa de convivência, oferece a esse alguém o melhor que puderes.

Nada sintas, penses, fales ou faças sem que a compaixão te assessore. Todos somos hóspedes uns dos outros, e, se hoje aparece quem te rogue atenção e zelo, proteção e simpatia, em vista das surpresas aflitivas da estrada, é possível que amanhã outras surpresas aflitivas da estrada esperem também por ti.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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