Libertação

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Capítulo VII

Quadro doloroso

De manhã, um emissário do sacerdote Gregório, com semblante mal humorado, veio notificar-nos, em nome dele, que dispúnhamos de liberdade até as primeiras horas da tarde, quando nos receberia para entendimento particular.

Ausentamo-nos do cubículo, sinceramente desafogados.

A noite fora simplesmente aflitiva, pelo menos para mim que não conseguira qualquer quietação no repouso. Não somente o ruído exterior se fizera contínuo e desagradável, mas também a atmosfera pesava, asfixiante. As alucinadoras conversações no ambiente me perturbavam e feriam.

Convidou-nos Gúbio a pequena excursão educativa, asseverando-me, bondoso:

— Vejamos, André, se poderemos aproveitar alguns minutos, estudando os “ovóides”.

Elói e eu acompanhamo-lo, satisfeitos. Coalhava-se a rua de tipos característicos da anormalidade deprimente.

Aleijados de todos os matizes, idiotas de máscaras variadas, homens e mulheres de fisionomia torturada, iam e vinham. Ofereciam a perfeita impressão de alienados mentais. Exceção de alguns que nos fixavam de olhar suspeitoso e cruel, com manifesta expressão de maldade, a maior parte, a meu ver, situava-se entre a ignorância e o primitivismo, entre a amnésia e o desespero. Muitos demonstravam-se irritadiços ante a calma de que lhes dávamos testemunho. Perante os desmantelos e detritos a transparecerem de toda parte, conclui que o esforço coletivo se mantinha ausente de qualquer serviço metódico, junto à matéria do Plano. A conversação ociosa era, ali, o traço dominante.

O Instrutor informou-nos, então, com muito acerto, de que as mentes extraviadas, de modo geral, lutam com ideias fixas, implacáveis e obcecantes, gastando longo tempo a fim de se reajustarem. Rebaixadas pelas próprias ações, perdem a noção do bom-gosto, do conforto construtivo, da beleza santificante e se entregam a lastimável relaxamento.

Com efeito, a paisagem, sob o ponto de vista de ordem, deixava muito a desejar. As edificações, excetuados os palácios da praça governativa, onde se notava a movimentação de grande massa de escravos, desapontavam pelo aspecto e condições em que se mantinham. As paredes, revestidas de substância semelhante ao lodo, mostravam-se repelentes não só à visão, mas também ao olfato, pelas exalações desagradáveis.

A vegetação, em todos os ângulos, era escassa e mirrada.

Gritos humanos, filhos da dor e da inconsciência, eram frequentes, provocando-nos sincera piedade.

Fossem poucos os transeuntes infelizes e poder-se-ia pensar num serviço metódico de assistência individual; mas, que dizer de uma cidade constituída por milhares de loucos declarados? Dentro de colmeia dessa natureza, o homem sadio que tentasse impor socorro ao espírito geral não seria efetivamente o alienado mental, aos olhos alheios? Impraticável, por isso, qualquer organização beneficente visível, a não ser através de serviço arriscado qual aquele de que o nosso Instrutor se incumbira, tocado pela renúncia, na obra de santificação com o Cristo.

Além das perturbações reinantes, capazes de estabelecer a guerra de nervos nas criaturas mais equilibradas da Crosta do Mundo, pairava na atmosfera sufocante nevoeiro que mal nos deixava entrever o horizonte distanciado.

O Sol, através de espessa cortina de fumo, cuja procedência me não foi possível determinar, era visto por nós, à semelhança de uma bola de sangue afogueado.

Elói, forçando o bom humor, perguntou, a propósito, se o inferno era um hospício de proporções assim tão vastas, ao que o nosso orientador respondeu aquiescendo e informando que o homem comum não possui senão vaga ideia da importância das criações mentais na própria vida.

A mente estuda, arquiteta, determina e materializa os desejos que lhe são peculiares na matéria que a circunda, esclareceu Gúbio, atencioso, e essa matéria que lhe plasma os impulsos é sempre formada por vidas inferiores inumeráveis, em processo evolutivo, nos quadros do Universo sem fim.


Marcháramos, atravessando compridos labirintos e achamo-nos diante de extensa edificação que, com boa vontade, nomearemos por asilo de Espíritos desamparados.

Enquanto encarnado, ser-me-ia extremamente difícil acreditar numa cena igual à que se nos desdobrou à visão inquieta. Nenhum sofrimento, depois da morte do corpo, me tocara tão fundo o coração.

A gritaria, em torno, era de espantar.

Varamos lodosa muralha e, depois de avançarmos alguns passos, o pavoroso quadro se abriu dilatadamente. Largo e profundo vale se estendia, habitado por toda a espécie de padecimentos imagináveis.

Sentíamo-nos, agora, na extremidade de um planalto que se quebrava em abrupto despenhadeiro.

À frente, numa distância de dezenas de quilômetros, sucediam-se furnas e abismos, qual se nos situássemos perante imensa cratera de vulcão vivo, alimentado pela dor humana, porque, lá dentro, turbilhões de vozes explodiam, ininterruptos, parecendo estranha mistura de lamentos de homens e animais.

Tremeram-me as fibras mais íntimas, e, não só em mim, mas igualmente no espírito de Elói, o movimento era de recuo instintivo.

O orientador, no entanto, estava firme.

Longe de endossar-nos a fraqueza, ignorou-a, deliberadamente, e asseverou, calmo:

— Amontoam-se aqui, como se fossem lenhos secos, milhares de criaturas que abusaram de sagrados dons da vida. São réus da própria consciência, personalidades que alcançaram a sobrevivência sobre as ruínas do próprio “eu”, confinados em escuro setor de alienação mental. Esgotam resíduos envenenados que acumularam na esfera íntima, através de longos anos vazios de trabalho edificante, no mundo físico, entregando-se, presentemente, a infindáveis dias de tortura redentora.

E, talvez porque nosso espanto crescesse à vista da tela aflitiva e tenebrosa, acrescentou, sereno:

— Não estamos contemplando senão a superfície de trevosos cárceres a se confundirem com os precipícios subcrostais.

— Mas não haverá recurso a tanto desamparo? — Indagou Elói, compungidamente.

Gúbio refletiu alguns momentos rápidos e aduziu em tom grave:

— Quando encontramos um morto de cada vez, é fácil conceder-lhe sepultura condigna, mas, se os cadáveres são contados por multidões, nada nos resta senão adotar a vala comum. Todos os Espíritos renascem nos Círculos carnais para destruírem os ídolos da mentira e da sombra e entronizarem, dentro de si mesmos, os princípios da sublimação vitoriosa para a eternidade, quando não se encontram em simples estrada evolutiva; contudo, nas demonstrações de ordem superior que lhes cabem, preferem, na maioria das ocasiões, adorar a morte na ociosidade, na ignorância agressiva ou no crime disfarçado, olvidando a gloriosa imortalidade que lhes compete atingir. Ao invés de estruturarem destino santificante, com vistas ao porvir infinito, menosprezam oportunidades de crescimento, fogem ao aprendizado salutar e contraem débitos clamorosos, retardando a obra de elevação própria. E se eles mesmos, senhores de preciosos dons de inteligência, com todo o acervo de revelações religiosas de que dispõem para solucionar os problemas da alma, se confiam voluntariamente a semelhante atraso, que nos resta fazer senão seguir nas linhas de paciência por onde se regula a influenciação dos nossos benfeitores? Sem dúvida, esta paisagem é inquietante e angustiosa, mas compreensível e necessária.

Perguntei-lhe se naqueles sítios purgatoriais não havia companheiros amigos, detentores da missão de consolar; ao que o nosso Instrutor respondeu afirmativamente.

— Sim, — disse, — esta imensa coletividade, dentro da qual preponderam individualidades que pelo sofrimento contínuo se caracterizam pelo comportamento subumano, não está esquecida. A renúncia opera com Jesus, em toda parte. Agora, todavia, não dispomos de ensejos para a identificação de missionários e servidores do bem. Vamos ao estudo que nos interessa de mais perto.


Descemos alguns metros e encontramos esquálida mulher estendida no solo.

Gúbio nela fixou os olhos muito lúcidos e, depois de alguns momentos, recomendou-nos seguir-lhe a observação acurada.

— Vês, realmente, André? — Inquiriu, paternal.

Percebi que a infeliz se cercava de três formas ovóides, diferençadas entre si nas disposições e nas cores, que me seriam, porém, imperceptíveis aos olhos, caso não desenvolvesse, ali, todo o meu potencial de atenção.

— Reparo, sim, — expliquei, curioso, — a existência de três figuras vivas, que se lhe justapõem ao perispírito, apesar de se expressarem por intermédio de matéria que me parece leve gelatina, fluida e amorfa.

Elucidou Gúbio, sem detença:

— São entidades infortunadas, entregues aos propósitos de vingança e que perderam grandes patrimônios de tempo, em virtude da revolta que lhes atormenta o ser. Gastaram o perispírito, sob inenarráveis tormentas de desesperação, e imantam-se, naturalmente, à mulher que odeiam, irmã esta que, por sua vez, ainda não descobriu que a ciência de amar é a ciência de libertar, iluminar e redimir.

Auscultamos, de mais perto, a desventurada criatura.

Assumiu Gúbio a atitude do médico ante a paciente e os aprendizes.

A mulher sofredora, envolvida num halo de “força cinzento-escura”, registrou-nos a presença e gritou, entre a aflição e a idiotia:

— Joaquim! Onde está Joaquim? Digam-me, por piedade! Para onde o levaram? Ajudem-me! Ajudem-me!

O nosso orientador tranquilizou-a com algumas palavras e, não lhe conferindo maior atenção, além daquela que o psiquiatra dispensa ao enfermo em crise grave, observou-nos:

— Examinem os ovóides! Sondem-nos, magneticamente, com as mãos.

Operei, expedito.

Toquei o primeiro e notei que reagia, positivamente.

Liguei, num ato de vontade, minha capacidade de ouvir ao campo íntimo da forma e, assombrado, ouvi gemidos e frases, como que longínquos, pelo fio do pensamento:

— Vingança! Vingança! Não descansarei até ao fim… Esta mulher infame me pagará…

Repeti a experiência com os dois outros e os resultados foram idênticos.

As exclamações “Assassina! Assassina!…” transbordavam de cada um.

Após afagar a doente com fraternal carinho, analisando-a, atencioso, o Instrutor dirigiu-nos a palavra, esclarecendo:

— Joaquim será naturalmente o companheiro que a precedeu nas lides da reencarnação. Certo, já regressou à Terra mais densa, a fim de preparar-lhe lugar. A pobrezinha está esperando ensejo de retorno à luta benéfica. Vejo-lhe o drama cruel. Foi tirânica senhora de escravos no século que findou. Percebo-lhe as recordações da fazenda próspera e feliz, nos arquivos mentais. Foi jovem e bela, mas desposou, consoante o programa de provas salvadoras, um cavalheiro de idade madura, que, a seu turno, já assumira compromissos sentimentais com humilde filha do cativeiro. Embora a mudança natural de vida, à face do casamento, não abandonou ele o débito contraído. Em razão disso, a pobre mãe e escrava, ainda moça, penitente e desditosa, prosseguiu agregada à propriedade rural com os rebentos de seu amor menos feliz. Com a passagem do tempo, a esposa requestada e fascinante conheceu toda a extensão do assunto e revelou a irascibilidade que lhe povoava a alma. Dirigiu-se ao marido, colérica e violenta, dobrando-o aos caprichos que lhe exacerbavam a mente. A escrava sofredora foi separada de ambos os filhos que possuía e vendida para uma região palustre onde em breve encontrou a morte pela febre maligna. Os dois rapazes, metidos no tronco, padeceram vexames e flagelações em frente da senzala. Acusados de ladrões, pelo capataz, a instâncias da senhora dominada de egoísmo terrificante, passaram a exibir pesada corrente no pescoço ferido. Viveram, no passado, sob humilhações incessantes. No curso de reduzidos meses, caíram sem remissão, minados pela tuberculose que ninguém socorreu. Desencarnados, reuniram-se à genitora revoltada, formando um trio perturbador na organização ruralista que os expulsara, sustentando sinistros propósitos de desforço. Não obstante convidados à tolerância e ao perdão por amigos espirituais que os visitavam frequentemente, nunca cederam um til nos planos sombrios em que penhoraram o coração. Atacaram, desapiedados, a mulher que os tratara com dureza, impondo-lhe destrutivo remorso ao espírito vacilante e fraco. Dominando-lhe a vida psíquica, transformaram-se para ela em perigosos carrascos invisíveis, utilizando todos os processos de luta suscetíveis de acentuar-lhe as perturbações. Adoeceu ela, por isso, gravemente, desafiando conselhos e medidas de cura. Embora socorrida por médicos e padres diversos, não mais recobrou o equilíbrio orgânico. Arrasou-se-lhe o corpo físico, a pouco e pouco. Incapaz de expandir-se mentalmente, no idealismo superior, que corrige desvarios íntimos e facilita a cooperação vibratória das almas que respiram em Esferas mais elevadas, a desditosa fazendeira sofreu, insulada no orgulho destrutivo que lhe assinalava o caminho, dez anos de mágoas constantes e indefiníveis. Claro que possuía, por sua vez, amigos prontos a lhe estenderem generosas mãos por ocasião da morte do corpo que se tornou inevitável; contudo, quando nos enceguecemos no mal, inabilitamo-nos, por nós mesmos, à recepção de qualquer recurso do bem.

O Instrutor fez ligeira pausa na narrativa e continuou:

— Exonerada dos liames carnais, viu-se perseguida pelas vítimas de outro tempo, anulando-se-lhe a capacidade de iniciativa em virtude das emissões vibratórias do próprio medo perturbador. Padeceu muitíssimo, não obstante contemplada pela compaixão de benfeitores do Alto que sempre tentaram conduzi-la à humildade e à renovação pelo amor, mas o ódio permutado é uma fornalha ardente, mantenedora de cegueira e sublevação. Desencarnado o esposo, veio semilouco encontrá-la no mesmo invencível abatimento, incapaz de socorrê-la em vista das próprias dores que o constrangiam a difíceis retificações. Os impiedosos adversários prosseguiram na obra deplorável e, ainda mesmo depois de perderem a organização perispirítica, aderiram a ela, com os princípios de matéria mental em que se revestem. A revolta e o pavor do desconhecido, com absoluta ausência de perdão, ligam-nos uns aos outros, quais algemas de bronze. A infeliz perseguida, na posição em que se encontra, não os vê, não os apalpa, mas sente-lhes a presença e ouve-lhes as vozes, através da inconfundível acústica da consciência. Vive atormentada, sem direção. Tem o comportamento de um ser quase irresponsável.

A infortunada criatura não parecia registrar as informações, ditas ali em voz alta, e que lhe diziam respeito. Clamava amedrontada, pelo auxílio do companheiro.


Vali-me ainda do ensejo para algumas indagações.

— Diante deste quadro comovedor, como encarar a solução? — Desfechei a pergunta direta.

Gúbio, todavia, observou, muito calmo:

— Gastaremos tempo. A perturbação vem de inesperado, instala-se à pressa; entretanto, retira-se muito devagar. Aguardemos a obra paciente dos dias.

Após uma pausa expressiva, acentuou:

— Tudo me faz crer que os missionários da caridade já lhe reconduziram o esposo às correntes da reencarnação e é de supor que esta irmã se ache em vias de seguir-lhe as pegadas, a breve tempo. Naturalmente, renascerá em círculos de vida torturada, enfrentando obstáculos imensos para reencontrar o ex-esposo e partilhar-lhe as experiências futuras. Então…

— Os inimigos ser-lhe-ão filhos? — Indaguei, ansioso, quebrando-lhe as reticências.

— Como não? Certamente, o caso já se encontra sob a jurisdição superior. Esta mulher retornará à carne, seguida pelas mentes dos adversários que aguardarão, junto dela, o tempo de imersão nos fluidos terrestres.

— Oh! — Exclamei, profundamente espantado. — Não se separará dos perseguidores, nem mesmo para o regresso? Tenho acompanhado reencarnações que invariavelmente se fazem seguidas de cautelas especiais…

— Sim, André, — concordou o Instrutor, — reparaste nos processos em que funcionaram elementos intercessores de vulto, atendendo-se à nobilitante missão dos interessados no futuro e, com o auxílio divino, semelhantes casos contam-se por milhões. Contudo, existem, ainda, nos setores da luta humana, milhões de renascimentos de almas criminosas que tornam ao mergulho da carne premidas pela compulsória do Plano Superior, de modo a expiarem delitos graves. Em ocorrências dessa ordem, a individualidade responsável pela desarmonia reinante converte-se em centro de gravitação das consciências desequilibradas por sua culpa e assume o comando dos trabalhos de reajustamento, sempre longos e complicados, de acordo com os ditames da Lei.

Compreendendo meu assombro, Gúbio considerou:

— Porque a estranheza? Os princípios de atração governam o Universo inteiro. Nos sistemas planetários e nos sistemas atômicos vemos o núcleo e os satélites. Na vida espiritual, os ascendentes essenciais não diferem. Se os bons representam centros de atenção dos Espíritos que se lhes afinam pelos ideais e tendências, os grandes delinquentes se transformam em núcleos magnéticos das mentes que se extraviaram da senda reta, em obediência a eles. Elevamo-nos com aqueles que amamos e redimimos ou rebaixamo-nos com aqueles que perseguimos e odiamos.

As afirmativas inspiravam-me profundos pensamentos, quanto à grandeza das leis que regem a vida e, atento à meditação daquele instante, evitei novas perguntas.

O Instrutor acariciou a fronte da criatura desventurada, envolvendo-a, intencionalmente, numa bênção de fluidos divinos e acrescentou:

— Pobre irmã! Que o Céu a fortaleça na jornada por empreender! Seguida de perto pela influência dos seres que com ela se projetaram no abismo mental do ódio, terá infância dolorosa e sombria pelos pesares desconhecidos que se lhe acumularão, incompreensivelmente, na alma opressa. Conhecerá enfermidades de diagnose impossível, por enquanto, no quadro dos conhecimentos humanos, por se originarem da persistente e invisível atuação dos inimigos de outra época… Terá mocidade torturada por sonhos de maternidade e não repousará, intimamente, enquanto não oscular, no próprio colo, os três adversários convertidos, então, em filhinhos tenros de sua ternura sedenta de paz… Transportará consigo três centros vitais desarmônicos e, até que os reajuste na forja do sacrifício, recambiando-os à estrada certa, será, na condição de mãe, um ímã atormentado ou a sede obscura e triste de uma constelação de dor.

O estudo era, sem dúvida, absorvente e fascinante, mas a hora controlava-nos o serviço e era imperioso regressar.




André Luiz
Francisco Cândido Xavier


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