A Verdade Responde

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Capítulo XV

Respostas


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Para compreender certas Respostas Celestiais às rogativas terrestres, vejamos algumas das respostas humanas aos anseios da natureza.

Quando a terra desejou melhorar-se para produzir em regime de educação, o lavrador rasgou-lhe o seio para exaltá-la, feliz.

Quando a semente anelou servir à mesa, foi arrojada pelo cultivador à cova fria e escura para que se lhe atendesse à generosa destinação.

Quando a argila desejou brilhar no santuário, em forma de vaso nobre, foi constrangida pelas mãos do oleiro a sofrer a tensão do forno.

Quando o minério anelou elevar-se do serro bruto à bênção da utilidade, foi conduzido pelo artífice ao calor ardente da forja, para que se lhe imprimisse nova feição.

Quando o animal aspirou a companhia do homem, a fim de respirar-lhe o ambiente doméstico, foi obrigado a esquecer a vida livre para suportar o açoite e a cangalha, o laço e o ferrão.


Pelas respostas do homem aos seres e às coisas simples dos reinos inferiores à condição em que ele ainda estagia, podemos observar que as respostas dos anjos às nossas próprias súplicas nem sempre podem ser confortantes e lisonjeiras, no sentido imediatista do mundo, de vez que, sem a dor e sem a renúncia, sem a disciplina e sem o sacrifício, ninguém se habilita à ascensão da sombra para a luz.

Assim, se te consagras à prece, como recurso de purificação e melhoria, roga, antes de tudo, não a materialização de teus transitórios e quase sempre injustificáveis desejos mas, sim, o cumprimento da Vontade do Senhor a teu respeito, porquanto, pelas lições constringentes e pelos duros aguilhões que hoje te cercam prepararás, no trabalho e na esperança, embora fatigado e suarento, a colheita de paz e felicidade que te coroara o porvir.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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