Antologia Mediúnica do Natal

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Capítulo II

Natal I

Deus te abençoe o gesto de carinho,

Alma da caridade, branda e pura,

Pela migalha de ventura

Aos tristes do caminho.


Deus te abençoe a refeição sem nome

Que trazes, cada dia,

Aos cansados viajores da agonia

Que esmorecem de fome.


Deus te abençoe a roupa restaurada

Com que vestes, contente,

A penosa nudez de tanta gente

Que vagueia na estrada!…


Deus te abençoe a bolsa de esperança

Que abres, a sós, sem que ninguém te espreite,

Para a gota de leite

Destinada à criança…


Deus te abençoe o pano do lençol

Com que envolves, em doce cobertura,

Os enfermos que choram de amargura,

À distância do sol.


Deus te abençoe, por onde fores,

E te conserve as luzes

Em que extingues, removes ou reduzes

Os problemas, as lágrimas e as dores!


Deus te abençoe a fala humilde e santa,

Com que aplacas a ira

Da calúnia, do escárnio, da mentira,

Na frase que perdoa e que levanta.


Caridade, que o teu nome ressoe,

Pleno de amor profundo,

E por tudo o que fazes neste mundo,

Deus te guarde e abençoe!…


IRENE Ferreira de SOUSA PINTO — Poetisa de fino talento e bela inspiração. A seu respeito, diz Enéas de Moura (., pág. 97): “Começou seus estudos no Colégio Florence, de Jundiaí, e os terminou no Sion, de São Paulo. Colaborou na ; foi a criadora das crônicas sociais do .” Contista, escreveu na , e em 1921 estreava como romancista, publicando . No Cemitério da Consolação, de S. Paulo, os filhos da poetisa erigiram-lhe um túmulo, onde gravaram o belíssimo soneto “Último Desejo”, de autoria dela. (Amparo, Estado de São Paulo, 8 de Abril de 1887 — Rio de Janeiro, Gb, 21 de Maio de 1944.)

BIBLIOGRAFIA: ; ; , contos; etc.



Leia-se com hiato: A/ ár/vo/re.

Epímone — Cf. .

Aliteração em p.

Ler com hiato: sa/be/ on/de e, no verso seguinte É/ ór/fão.

Poliptoto: “Quantas…/Quanta…/ Quanto…”

Epímone — Cf. .

“Se o Céu quisesse podia.” Entenda-se: se a Espiritualidade Maior indicasse…

Leia-se in-fi-el, com diérese.

Epímone — Cf. .

Ler via-jo-res, com sinérese.

Note-se a mestria com que a poetisa se serve do cólon “Deus te abençoe…”. — Cólon: “Expressão usada pelos preceptistas gregos para designar um MEMBRO MÉTRICO qualquer, repetido no poema sempre com as características métricas e rítmicas, …” (Geir Campos, Op. cit.)

Ler com hiato: Com/ que a/pla/cas/ a/ i/ra.

Essa é a 2ª lição do livro “Antologia Mediúnica do Natal”, editado pela FEB em 1966.


(Psicografia de Francisco C. Xavier)



Francisco Cândido Xavier


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