Antologia Mediúnica do Natal

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Capítulo XXXVI

Conto de Natal

“Quem espera sempre alcança”,

Afirma velho rifão…

Coração, segue e confia,

Canta a vida, coração!


A Terra é escola de luta;

A luta é a força de escol. 150

Todo sonho busca a frente,

Tudo espera, sob o Sol.


A semente espera a flor,

Que deitará, no porvir;

Anseia a flor pelo fruto,

O fruto espera servir. 156


A esperança é luz no tempo,

E o próprio tempo a conduz;

Cada noite espera a aurora,

A aurora espera mais luz. 160


Se hoje curtes, de alma aflita,

Provação, névoa, pesar,

Amanhã é novo dia,

Não te canses de esperar.


“Quem espera sempre alcança”,

Afirma velho rifão…

Coração, segue e confia,

Canta a vida, coração!


FRANCISCA CLOTILDE Barbosa Lima — Poetisa, contista e romancista, exerceu o magistério até os últimos dias de sua existência terrena, tendo sido a primeira mulher a lecionar na primeira Escola Normal do Estado do Ceará (Cf. , revista da Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno, 1° trimestre de 1953, conferência de Maria Stella Barbosa de Araújo sobre Francisca Clotilde). Foi figura importante do “Clube Literário” do Ceará, em cujo órgão publicou vários sonetos “repassados de lirismo e cheios de beleza”. Colaborou, ainda, em diversos periódicos cearenses, e fundou a revista mensal , de larga e brilhante existência. Como jornalista, a sua pena era das mais inflamadas, especialmente quando se tratava das questões de caráter nacional. Raimundo Magalhães e Mário Linhares referiram-se elogiosamente à “distinta patrícia”, que foi grande amiga da juventude, sobretudo das crianças. (S. João de Inhamuns, hoje Tauá, Ceará, 19 de Outubro de 1862 — Aracati, Ceará, 8 de Dezembro de 1935.)

BIBLIOGRAFIA: ; ; ; etc.



As poesias de números ímpares foram recebidas pelo médium Francisco Cândido Xavier e as de números pares pelo médium Waldo Vieira. Dispomo-las assim, por sugestão dos Amigos Espirituais.

Leia-se com hiato: “ven/do/-se/ ou/tra”.

Observe-se a anáfora: “Debalde…/ Debalde…”

Contem-se assim as sílabas: “So/men/te/ vi/bram/ no/ ar”.

Verso bárbaro este, belíssimo, aliás. Natural num poema como este, de ritmo admirável em que se associam decassílabos sáficos e heroicos, um alexandrino na quarta estância, hexassílabos e versos de metros menores, em tetrásticos.

Note-se a epanadiplose.

150-156-160. Observem-se os exemplos de anadiplose.



Francisco Cândido Xavier


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