CAPÍTULO 34

LIBERDADE

Cid Franco Estudando a Liberdade, busquei a Natureza para sondar-lhe o brilho.


O esplendor me cercava, mas o Sol afirmou :

– Para libertar a luz devo permanecer em minha própria órbita.


Disse o Mar :

– Como nutrir as forças da Vida sem aceitar as minhas limitações?


A Fonte declarou :

– Não posso emancipar o benefício de minhas águas, sem atender às linhas que me orientam o curso.


Explicou-se a Flor :

– Impossivel abrir-me para o festival dos perfumes, sem deixar-me prender.


A Ponte murmurou:

– Nada seria eu se não guardasse a disposição de servir.


Não longe, a Eletricidade comentou, movimentando uma fábrica :

– Fora da disciplina, em vão procuraria ser mais útil.


Um Automóvel parado entrou na conversação :

– Posso ganhar tempo e vencer o espaço, mas infeliz daquele que me use sem breques!


Então, voltando-me para dentro do próprio coração, exclamei em prece:

– Deus, meu Deus, fizeste-me livre no pensamento para criar o bem e estendêlo aos meus irmãos ; no entanto, que será de mim, sem ajustar-me às tuas leis?








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