Amanhece
Versão para cópiaSUBLIMAÇÃO
Maria Dolores
Não te digas sem paz, sem esperança. . .
Nem afirmes que o mundo é triste e vão. . .
A existência na Terra é ascensão incontida E a própria Natureza é um hino à luz da vida, Promovendo alegria e elevação.
Olha a foice cortando o mato inculto. . .
Depois, rasga-se a gleba, a golpes de trator.
Logo após, eis o exílio da semente ;
Depois ainda, é o quadro viridente Do solo aprimorado a esmaltar-se de flor.
A dinamite explode, a pleno campo, Estremece a pedreira a gritar, a rugir. . .
Desunem-se calhaus, fugindo, salto em salto.
Surge, porém, depois, o caminho de asfalto, Apontando a beleza e o fulgor do porvir.
Cai o tronco a gemer no próprio berço, Parecendo um gigante a protestar;
Em seguida, levado ao corte em que se apura, Faz-se viga, portal, segurança e
'estrutura, Oferecendo à vida a proteção do lar.
O trigo baila ao sol, em cachos de ouro, Alteando o valor do solo que o bendiz, Mas vem o segador que o deixa em queda e chaga. . .
Depois, ei-lo na mesa. . . É o pão em que se apaga Para que a refeição seja farta e feliz.
Assim também, alma querida e boa, Sofrimento é poder renovador. . .
Sacrifício, aflição, angústia, disciplina São Processos de Deus com que Deus nos ensina A conquista da Luz e a construção do Amor.
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