Capítulo XXIII

Rogativa da Máquina ao Homem


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Criaste-me, em nome de Deus para servir-te.

Usa-me com o raciocínio no qual me fizeste para que não me desequilibre.

Dependendo de ti, no exercício de minhas funções, não me largues ao descontrole.

Se devo facilitar-te atividades e cálculos, não me recuses a assistência de que preciso, a fim de movimentar-me em teu favor.

Auxiliando-te em casa, dá-me a proteção indispensável para que eu te possa proteger.

Chamada a poupar-te as forças, no transporte de cargas determinadas, não me sobrecarregues com peso superior à minha capacidade de trabalho, para que não te imponha prejuízos desnecessários.

Quando me uses na condução de ti mesmo, respeita-me nas condições sobre as quais me levantaste, a fim de que eu te possa respeitar, resguardando-te a vida.

Não me confies a mãos inábeis para que não te cause sofrimento.

Sou máquina, reflexo de ti mesmo. Em te obedecendo, nada mais sou capaz de fazer, além de atender-te aos próprios pensamentos. Respondo ao que determinas. Sigo-te os impulsos.

Lembra-te de que nasci da tua inteligência iluminada pela Sabedoria Divina e, por isso mesmo, embora me considerem apenas máquina, eu também sou de Deus.




Meimei
Francisco Cândido Xavier


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