Capítulo XXVIII

Petição


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Senhor! Admiro-te a presença em cada criatura que me cruza o caminho.

Escuto-te as manifestações, quando alguém usa o verbo na ponderação da madureza ou na simplicidade da criança.

Percebo-te na cultura dos que ensinam e na inteligência dos que aprendem.

Sinto-te o maravilhoso amor pulsando em cada coração.

Enterneço-me em te observando o devotamento de todos aqueles que se fazem pais e mães no mundo.

Entretanto, além de tudo isso, reconheço-te a voz quando me chamas naqueles que sofrem.

Fito-te nos enfermos e nos tristes que me estendem os braços, rogando-me auxílio em teu nome.

Conheço-te as lágrimas com que me falas de proteção no semblante das mães relegadas ao abandono.

Entendo-te no olhar ansioso dos irmãos em desajuste.

Compreendo-te nas requisições de carinho das crianças atiradas à via pública.

E sei quanto procuras por mim naqueles que se desequilibram nas sombras da ignorância ou nas labaredas da delinquência.

Agradeço-te a felicidade de identificar-te nos companheiros de experiência, no entanto, venho rogar-te a coragem de ser útil para que eu saiba responder-te ao chamado, junto dos que choram: — Senhor, eu estou aqui.




Meimei
Francisco Cândido Xavier


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