Amor sem Adeus
Versão para cópiaMeu filho Walter
Com o objetivo de apresentar ao leitor um perfil biográfico do Autor Espiritual desta obra, para uma melhor compreensão de vários aspectos de suas mensagens — reflexos de uma personalidade enobrecida — recorremos à sua progenitora que prazerosamente nos escreveu a seguinte biografia:
“Meu filho, Walter Perrone, nasceu em São Paulo, a 4 de setembro de 1950, na Maternidade do Brás.
Com um mês de vida Walter foi acometido de grave enfermidade. Em face da aflitiva situação, meu marido e eu decidimos, sem mais delongas, batizá-lo na 1greja São José, do Belém, onde nos casamos. Após o ato litúrgico, ajoelhei-me, com muita fé, aos pés do altar de São José e pedi que salvasse meu filhinho. Desse dia em diante, Waltinho, como era chamado, começou a engordar, ficou muito forte e lindo, passando a ser chamado de “gordinho”. Era uma criança muito calma e sorridente, com um sorriso de bondade que o acompanhou sempre.
Desde os primeiros anos escolares, frequentou com assiduidade as aulas do Colégio Agostiniano São José, no Belém, embora não demonstrasse muito pendor para os estudos.
Aos 15 anos de idade, externou o desejo de deixar os estudos para somente trabalhar com seu pai. Eu e Murillo achamos que ele estava certo, bem intencionado, e concordamos. Mais tarde, fez um curso intensivo no Colégio Santa Inês.
Na fábrica de propriedade de nossa família, revelou-se um dos elementos mais importantes pela sua capacidade de trabalho e elevada responsabilidade. Atuava no setor de relações públicas.
No trabalho ou fora dele, com um jeitinho todo especial, cativava com facilidade a simpatia das pessoas com as quais mantinha contacto. Até hoje sua pessoa é lembrada com muito carinho. Criou laços de amizade que se estenderam a toda nossa família, como pudemos constatar, quando nos deixou e ainda até esta data.
Quanto à religião, admirava o Espiritismo, mas não era praticante. Ultimamente, me falava do Chico e um dia disse-me: — Mamãe, gravei uma entrevista do Chico Xavier para a senhora.
Contudo, qual não foi a nossa surpresa: alguém havia gravado uma música na mesma fita, apagando a entrevista. Walter ficou sem jeito e falou-me: — Não faz mal, mamãe, vou arrumar-lhe outra fita e por hora, aqui está um livro do Chico para a senhora.
Era o Entre Duas Vidas. Demonstrei grande alegria ao receber esse presente e pensei: agora os presentes do Walter serão livros do Chico. Guardei-o com muito carinho e após três dias, em 14 de fevereiro de 1974, ocorreu o acontecimento que o levaria de nosso convívio.
Por esse motivo, creio que existem Forças Superiores que encaminham recursos, visando ao nosso preparo para as grandes provas, mas nem sempre conseguimos compreender.
Hoje sou aquele grão de mostarda que pretende ser um grão maior, com as bênçãos do nosso Mestre Jesus.”
Em parte, estas pinceladas biográficas escritas por D. Maria surpreenderam-nos.
Explicaremos. Já tivemos a oportunidade de conversar com ela várias vezes sobre o seu relacionamento com o filho Walter, e percebemos claramente que vibrava (e vibra) um imenso e recíproco amor sublimado entre ambos, transcendendo o habitual, somente explicável pela lei da reencarnação. Em seu Diário íntimo, escrito a partir da desencarnação do filho, que generosamente nos permitiu ler, encontramos frases comoventes e sinceras brotadas de um coração dilacerado pela dor da separação de um ente adorado. Assim, esperávamos que D. Maria escrevesse algo mais sobre a profunda afeição que entrelaçava os seus corações.
Mas, preferiu silenciar quanto aos arroubos recíprocos de ternura que eram uma constante entre mãe e filho.
Quantas vezes não encontramos em nossa linguagem expressões que traduzem fielmente o que se passa em nosso íntimo?
Foi um silêncio ditado pelo equilíbrio, compreendemos perfeitamente a sua posição.
O próprio Espírito de Walter confirmou as nossas observações: “Estão em meu íntimo, papai, Soninha, Berto, e a familinha mora em meu coração, mas a senhora, minha velhinha, é como se fosse eu mesmo…”
Teria sido casual a colocação em suas mãos do livro Entre Duas Vidas? Cremos, igualmente com D. Maria, que o presente recebido de Walter, três dias antes de sua desencarnação, foi insofismável manifestação da Providência Divina. O livro, lançado em janeiro de 1974, é constituído de mensagens de vários Espíritos recém-libertos da matéria, emocionantes e confortadores cartas endereçadas aos seus familiares, recebidas pelo médium Francisco Cândido Xavier e comentadas por Elias Barbosa.
Tão-somente para favorecer o nosso estudo e meditação das mensagens de Walter, focalizaremos mais alguns ângulos da vida do Autor Espiritual com informações prestadas pelo Sr. José Custóclio Christovam, residente em São Paulo, amigo da família Perrone, a quem nos tornamos devedores pela amabilidade em atender à nossa solicitação, endossada pela D. Maria Perrone.
Dando à sua página o título de “O lindo caso de Walter Perrone em São Paulo”, assim se expressou:
“Acredito ser difícil, para qualquer pessoa que tenha convivido com o nosso bom amigo Walter Perrone, descrever com perfeição a figura meiga, educada, simpática e humilde de um jovem de 23 anos com um comportamento mais condizente com alguém contando o triplo de sua idade.
Desde os primeiros contactos, travados em conjunto com o seu pai e o irmão Carlos, pude perceber que aquele jovem era portador de uma aura fluídica benéfica, muito expressiva.
Quando já reafirmada a simpatia encontrada naquelas três pessoas, ao tratar de negociação de máquinas que a indústria dos mesmos estava produzindo, na Rua Vilela, e vendendo à empresa internacional, da qual eu era o representante, no setor de compras, tive a oportunidade de comentar sobre a originalidade da mediunidade de Francisco Cândido Xavier, demonstrada em público várias vezes pela televisão, principalmente, por duas vezes, através do “Programa Pinga-Fogo”.
Contando-lhes que visitava o Chico Xavier, com o qual mantinha correspondência, há quase vinte anos, houve grande entusiasmo por parte do pai e filhos no sentido de conhecê-lo de perto, tão logo houvesse oportunidade para isso. Como gostei muito do interesse manifestado, prometi obter do médium uma mensagem para o Sr. Murillo, pai de Walter e Carlos.
Assim fiz. Mas qual não foi o meu espanto, quando recebi pelo correio, em lugar da mensagem, um dos mais recentes livros psicografados na época (início de 1974): Entre Duas Vidas, com dedicatória para o Sr. Murillo e família, o qual entreguei ao Walter quando me visitava, três dias antes de seu passamento.
Como não podia deixar de ser, compareci aos funerais de tão triste lembrança, em que o desespero se apossava de todos os familiares e amigos, e, em maior dose, da progenitora, Sra. Maria Perrone, que era amparada pela gentil e meiga filha Sônia, pelo filho Carlos e pelo esposo, Sr. Murillo. Julgando oportuno o momento, dei prosseguimento à conversação anterior sobre o nosso caríssimo Chico Xavier. Ali externei, àquela família apossada pela dor pungente da brusca separação de um ente querido, meu pressentimento de que, após decorrido algum tempo do passamento, poderíamos tentar obter junto ao médium de Uberaba uma mensagem psicografada daquele pranteado jovem, a exemplo do que já havia ocorrido com inúmeros outros desencarnados em situações análogas.
Passados três meses da triste ocorrência, houve o feliz e chamado “casual” encontro entre D. Maria e os filhos Carlos e Sônia com o nosso exemplar médium, Chico Xavier, no Posto e Restaurante Lago Azul, na Rodovia Anhanguera.
Deslumbrados com a magnífica identificação feita no ato pelo Chico, receberam a esperança de uma possível comunicação mediúnica do jovem desencarnado, fato que se verificou meses após.
Desnecessário seria dizer acerca do consolo recebido por todos daquele lar com a chegada da mensagem portadora de bênçãos aos corações em lágrimas, transmitindo a certeza de que a morte não existe para os que procuram entender a Doutrina, reafirmando a Verdade Evangélica de Cristo, encerrada nas belas e puras palavras de Walter: O amor vence a morte e desconhece o tempo…
A transformação verificada naquela sofrida família foi maravilhosa! D. Maria, sua filha Sônia e demais familiares, frequentemente, passaram a desenvolver socorro a outras mães que sofrem o mesmo drama da separação brusca e prematura de filhos queridos. Este atendimento, evidentemente, dentro de suas possibilidades, é prestado, com o mais elevado espírito de fraternidade, esparzindo os frutos da Doutrina Consoladora, codificada pelo insigne Allan Kardec.
Louvado seja Deus!”
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