Amor sem Adeus

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Capítulo XIV

Quinta Carta


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Velhinha santa, minha querida mãe. Sônia, sempre irmã do coração. Maria Joana, devotada amiga. Irmãos nossos. Deus nos abençoe!

E não posso, mãezinha, esquecer o beijo da bênção. Peça a Deus por seu filho que torna ao lápis com o carinho e a gratidão de todos os dias.

Mãezinha, não há necessidade de sonoterapia. Converse com o nosso amigo Dr. Edgard. Em sonoterapia, diz meu avô Perrone, já se encontra quem na Terra busca os meios de alcançar a vida melhor. Cada pessoa está num certo grau de amnésia, enquanto na experiência física, porque num cérebro de recursos terrenos, apenas constituído por esses elementos, deve estar condicionado a certo tipo de carga mental. Por isso, velhinha do meu coração, não há necessidade de se recorrer, em nosso caso, aos processos de ausência curativa, se podemos nomear a sonoterapia com alguma expressão que mais seguramente a designe.

Graças a Deus, querida mãezinha, não se delongou a aplicação e temos sua presença aí conosco. Firme e valorosa, lembrando árvore forte na tempestade. O vento pode retorcer-lhe os braços e despojá-la de algumas flores, mas a árvore benfeitora permanece verde, como se quisesse viver sempre vestida na cor da esperança, produzindo sempre mais refúgio e mais amor no auxilio aos outros. É isso mesmo. Não desanimar para permanecer.

A Terra, mãezinha, é a nossa escola. Cada criatura está com a responsabilidade por determinadas lições. Se os ensinamentos de que necessitamos se constituem de desprendimentos e compreensão, sejamos aprendizes fiéis aos nossas deveres.

E que o curso supletivo da caridade esteja em nossas cogitações diárias, deve ser o nosso desejo, porque será sempre no trabalho do bem para os outros que encontraremos a nossa felicidade. Migalha aqui, migalha ali, uma bênção de cá, outra de lá, e parece que a luz vai brilhando mais um tanto. A gente não percebe, de pronto, mas um dia, os olhos se enriquecem de vantagens novas e então reconhecemos que tudo quanto se fez no auxilio ao próximo, foi a nós que o fizemos.

Ninguém precisa pensar no pagamento da gratidão. Ninguém precisa manifestar-nos reconhecimento, se somos nós os intérpretes do serviço aos que faceiam problemas e lutas maiores do que as nossas. O privilégio cabe a quem levantou as alegrias do bem para que o bem permaneça nos caminhos do coração. Esta é uma aula em que seu filho recorda todos os dias, o imperativo de compreender com Jesus a lei do amor, pela qual aquele que auxilia é sempre o contemplado por auxílio mais amplo.

Nesse sentido, rogo à senhora e a meu pai, tanto aos irmãos, para que a paz seja irradiada de nossos pensamentos em favor de quantos nos compartilhem a vivência diária. Mãezinha, ninguém faz o mal ou tenta praticá-lo porque o conheça conscientemente. Isso é assim porque o mal é ausência do bem ou desequilíbrio da vida, e sempre que desajustamos essa ou aquela peça na engrenagem pela qual se sustém a harmonia dos outros, somos compelidos a restaurar a brecha feita.

Compaixão e entendimento devem ser ingredientes de nossa vida diária.

Agradeço tudo o que a minha querida velhinha está realizando por meu sossego e pode crer que seu filho está bem.

Qualquer dificuldade nos problemas da vida familiar, no fundo, é acidente. Todos nos amamos tanto e nos queremos tanto uns aos outros no círculo doméstico que, por vezes, aquilo que deveria ser aceito e compreendido, se faz motivação para cuidados desnecessários. Estamos juntos embora, em certas ocasiões, no lar o desajuste possa surgir para que a rearmonização nos acrescente a felicidade.

Peço dizer ao papai que ele está com a solução certa e correta, quanto às providências da vida. Papai é aquele homem com luz de Sol no Espírito, cujas decisões são sempre baseadas em carinho e justiça na caminhada humana.

Como vemos, querida velhinha, a sonoterapia em nosso caso é desaconselhável. É imperioso despertar, cada vez mais, o nosso próprio discernimento e agir com equilíbrio e serenidade.

Muitas parcelas indispensáveis à suspirada soma de tranquilidade, esperaremos receber de Deus pela bolsa do tempo. Na contabilidade das horas, todos os recursos vão chegando, a premiarem o trabalho de quantos se dedicam à procura da paz.

Diga ao Berto que nossas tarefas vão seguindo muito bem. Nunca esmorecer, e colocar obrigações para cima de nossos desejos, para que se transformem na luz de que não prescindimos para a caminhada com segurança. A ele, e à querida esposa com os filhinhos, o afeto e a gratidão de sempre. Por nossa querida Sônia continuemos velando fraternalmente.

Mãezinha, agradecemos à nossa querida Maria Joana, nossa irmã de ideal e tarefas, pelas realizações que vamos conseguindo. A ela e às outras irmãs, o nosso reconhecimento. Nosso prezado Gerson está aqui conosco e está feliz notando o carinho maternal na direção daqueles amigos nossos, especialmente as crianças, que os tecidos esculturados vão agasalhando e vestindo. Beneficência é investimento muito importante, rende juros incalculáveis nos dois mundos, aí e aqui.

Outros amigos vieram. Nosso amigo Diogo Garcia e nosso irmão Joaquim, lembrados em nossas conversações e preces, vieram agradecer, especialmente à nossa irmã Ocirema.

E companheiros aqui domiciliados, presentes à reunião, recomendam a mim, pequeno irmão e servidor, para que lhes entregue o carinho aos pais presentes. Áulus e Amaury rogam aos pais queridos coragem e esperança. Amaury espera oportunidade para se evidenciar ele próprio em carta, por aqui, mas deseja acertar problemas do sentimento, conquanto reafirme aos pais que está sempre na faixa doméstica do carinho em que se unem, nas tarefas de Americana. E Áulus abraça os queridos progenitores, que esperam sempre as expressões escritas. Também ele aguarda recursos de integração com o processo mediúnico da escrita, mas diz à mãezinha, nossa irmã D. Camélia, que ela o registra quase que constantemente, de vez que, pelas recordações e preces, estão sempre unidos.

São tantos os amigos e quase todos nos identificamos pelo gênero da libertação do corpo físico. Quase todos nós, incluindo o Nasser e o José Roberto, tivemos o resgate final pelo impacto que nos transferiu de repente, de um campo a outro da vida. Mas é bom esquecer o que não serve para alcançarmos aquilo que presta. E desse modo, ficamos por aqui a reunirmos todos em prece pela felicidade de todos os que mais amamos.

Santa velhinha do meu coração, fique sempre com Deus. Haja o que houver, abençoe sempre e ame a todos, procurando realizar o melhor. Ao papai, toda a minha confiança de filho reconhecido. As duas Sônias e ao Berto com as crianças, o carinho que não se apaga em minha lembrança, e beijando-a, mãezinha, a desejar-lhe no segundo domingo do mês de maio próximo, um Dia Sempre Feliz, pede a sua bênção e beija ainda a sua face querida, o filho que acompanha os seus passos como quem não deseja afastar-se do anjo que lhe deu a vida em nome de Deus.

Sempre seu filho, cada vez mais seu




Walter
Francisco Cândido Xavier


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