A passagem da Pesca Maravilhosa é permanente fonte de inspiração para quem busca o aconchego do Cristo, com sua missão divina de consolar e esclarecer para Deus. Para além do entendimento que procuramos levar, no plano da divulgação e dos exemplos de interpretação das Lições do Evangelho ainda no Mundo, o texto que se fez registrar em LC
Enquanto a criatura se submete ao jugo comum, segundo a ancestralidade ou segundo as convenções impostas por diversos interesses sociais, sua alma apenas executa tarefas, com o objetivo de saturar-se, de convencer-se, internamente, quanto aos tributos que lhe cabem em cada ciclo de realização, seja expiatória ou mesmo de formação básica para melhor noção da vida. Quando Jesus, após atender a multidão junto do Lago, "entra" num barco, que era o de Simão Pedro, leva o diminuto grupo às experiências de "mar alto", onde as redes são lançadas adequadamente, dentro das linhas diretivas que nascem do Verbo Divino. Ali ocorre o fenômeno da pesca abundante, em que muitos peixes são apanhados pela rede.
Note-se que esta operação se dá em "mar alto", longe do piso terreno, sem outro indício de proveito e acerto a não ser a confiança na palavra do Mestre: "Sobre a tua palavra, lançarei as redes".
No processo mediúnico, o sensitivo navega sob confiança (sendo espírita o grupo onde atua, o grande orientador é Jesus) em "mar alto", porque se movimenta através do "barco psíquico" em territórios incertos e até perigosos (zonas vibratórias que se conjugam entre a Terra e o Além).
O grande desafio para essa "pesca" mediúnica é a confiança do medianeiro em aceitar se conduzir pelos valores do Evangelho Redivivo. Atuando em segurança, de coração voltado para a obra do Amor, logra conectar Entidades de peso ou de grande necessidade, que respiram ainda os vícios humanos, para o deságue dessas energias que as prendem como teias complexas na praia. A estrutura mediúnica se constitui de seus objetivos morais e, por isso, representa "redes" de pesca. Ainda mesmo nos reportando aos Espíritos de grande elevação, serão essas "redes" os instrumentos que "colherão" os conteúdos destinados à orientação das pessoas e dos grupos.
Quando a personagem Alcíone, na obra Renúncia (Emmanuel/Chico Xavier), define como "pesca de luzes celestiais" o estudo minucioso do Evangelho, fornece à Humanidade preciosa advertência quanto ao que representa a busca de Jesus em sua essencialidade, em seus legítimos ensinos...
É que nos viciamos em teologias e geralmente nos prendemos aos artifícios dos cálculos, dos raciocínios puramente lineares. A "pesca", segundo Jesus nos ensina, é um fenômeno da fé que se sublima no amor. As técnicas propostas e utilizadas são providências secundárias, embora sugestivas e proveitosas, mas o grande trabalho, que na Terra denominávamos "o pulo do gato", se dá por interação vibratória do estudioso com algo subliminar nas narrativas, ou seja, "Espírito e Vida": "O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos digo são espírito e vida" (JO
A experiência demonstra que não são propriamente os sistemas de interpretação ou o conjunto das obras esclarecedoras que operam os insights profundos da alma em relação à Boa Nova, mas a disposição interna de aprender e colher do Cristo, em sintonia vigorosa com o Amor que ainda não pudemos sentir. Em verdade, pelas técnicas e pelo conjunto de valores que, sabiamente, foram definidos por "Colar de Pérolas", cria-se ambiência, e, tal como vemos também em JO
É aí que se apanham os "peixes grandes ou pequenos", para as operações de vida que interessam a nós e à comunidade em que nos situamos. O labor do Evangelho pede a metabolização humana para se efetivar, para se validar como "salto" evolutivo no campo interno da criatura, por isso a imagem dos peixes, que são, nos estudos de evolução, os elementos-base para a projeção das espécies que se multiplicarão sobre a terra seca, como répteis, mamíferos, aves e o próprio homem.