Cantares do Infinito
Versão para cópia
ANDRÉ FERNANDES
Processos de morrer
A morte guarda nuances E matizes curiosos, Para os que foram atuantes No bem, e pr’os preguiçosos. . .
Para alguns são enervantes, Para outros são dolorosos, Os momentos expirantes, Pelos delitos culposos.
Para os que vivem no amor, A morte é como brilhantes Que o homem forja, e o Senhor Faz luzes inebriantes.
Aos que se estribam no mal, Ou em gozos tormentosos, As desgraceiras do Umbral São quais viscos pegajosos.
Nas trilhas moralizantes, Em que o homem se situa, Terá sonhos fulgurantes Que o vero bem preceitua.
Mas, com os atos perigosos De materialismo denso, Faz seus dias enganosos Para um porvir agro e tenso.
A morte não traz alento, Como pensam os farsantes, Sem o aval do pensamento Nas ações do amor, constantes.
Para os que servem no bem, São momentos portentosos, Bem diferentes, no Além Do estado dos viciosos.
Energias suavizantes Recebem os bons obreiros, Que se opõem aos fortes guantes Que prendem os desordeiros.
Dos crimes mais insultuosos, Que a consciência amarguram, Formam-se ensejos grandiosos Que no perdão se estruturam.
Meu amigo, eu que já estive Como tu, reencarnado, Sinto que o mundo é um declive Aos que o Senhor hão negado.
Vitória mais importante, Para quem se une a Jesus, É a luta firme, extenuante, Na Terra, em busca da Luz.
Todo o valor que buscares, Sejam fúlgidos, gloriosos, Para que, quando voltares, Tenhas dias luminosos.
Os processos de morrer, Ternos ou traumatizantes, Dependerão do viver, Dos dias, horas, instantes.
Na vida, quanto na morte, Não há fatos milagrosos.
Ama, crê, busca teu norte Para os tempos mais ditosos.
Co’a Doutrina Espiritista, Tens conceitos bem pujantes. . .
Passa teu passo em revista Para um morrer triunfante!
André Fernandes
Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira em 26. 01. 85, na Sociedade Espírita Fraternidade - Niterói – RJ.
Para se renovar
Não se demore na estrada A lamentar o passado, Pois, não alterará nada Do quanto haja praticado.
O Pai do Céu recomenda Como expressiva lição, Que cada um desfaça a venda P’ra ter refeita a visão.
A ordem dos Céus é clara: Se quiser se renovar, É só o amor que repara Todo o nosso jornadear.
Nenhum erro se resolve Com pranto, grito ou chilique.
O que a sombra em nós dissolve É labor que dignifique.
Não há que viver sofrido, Levando o mundo nos ombros.
O bem passa a ser vivido Quando se sai dos escombros.
Agradeça em cada dia Tudo o que lhe vem de Deus: Todo o trabalho e a alegria Com que vive junto aos seus.
Viva com mais esperança E coragem nos intentos.
Deus, que é o Senhor da abastança, Aspira por seus portentos.
Se houve algum erro na estrada, Gerando remorso e dor, Acerte a sua caminhada, Entregue a vida ao Senhor.
Evite a lamentação, Se a paz deseja encontrar, Pois quem quer renovação Não para de trabalhar.
André Fernandes
Mensagem psicografada por Raul Teixeira, em 06. 3. 2006, na Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói-RJ.
Flagelos naturais na Terra
Emaranhados de acontecimentos São sempre a marca da existência humana.
A humanidade, a vida e sua inana A fustigarem nossos pensamentos.
Nosso planeta é muito novo ainda.
Sobre sua crosta é onde toda a gente Constrói moradas e planta sementes, Fazendo da Terra uma obra linda.
Sobre as camadas rígidas nós temos Arranha-céus, viadutos, temos mares Que são berços de vidas que, aos milhares, São surpresa que empana o que sabemos.
Por ser novo, há matéria liquefeita Na parte mais central da nossa Terra.
Tudo é tão grande, e coisa alguma aberra Quando o planeta se move e se ajeita.
Na Terra temos emissões carbônicas A perturbar toda a massa de ozônio.
Tudo se agita em grave pandemônio, Quando se mexem as placas tectônicas.
Maremotos, terremotos, tufões, Tissunames, vulcões e tempestades Arrastam multidões, varrem cidades.
Há medo quando surgem furacões.
Urge um maior cuidado com a Terra, P’ra que a consciência jamais nos condene.
Mas, a ganância por dinheiro, infrene, Traz miséria, doença e a dor da guerra.
Quem cumpre sobre o mundo o seu dever, E ama esse mundo, como ama o seu lar, De alma feliz, é fatal acertar, E um tempo novo faz por merecer.
Por que na Terra o Senhor nos situa, Se o orbe é um locus cheio de aflições, De tormentas e tantas destruições?
Só quem entende essas razões estua.
Quem vive sobre o mundo é porque deve Às leis de Deus e precisa acertar Os passos no bem, buscando expiar, P’ra que entre angústia e lágrimas se eleve.
Quem deve às leis de Deus segue pendente Das provações que surgem pela senda, Até que própria luz o ser acenda, P’ra iluminar a profundez da mente.
Ninguém viva em suspenso ou assustado, A imaginar o próximo flagelo.
Vale viver nesse mundo tão belo, Junto aos irmãos, crescendo lado a lado.
Segue vibrante e vive sem temores, Chuvas, enchentes, tremores ou ventos Nunca arrastam quem deles está isento, Quem fez do bem seu canteiro de amores.
André Fernandes
Mensagem psicografada por Raul Teixeira, em 13. 01. 2010, na Sociedade Espírita Fraternidade, em Niterói-RJ.