Cartas de Uma Morta
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O DESERTO DA EXPIAÇÃO REDENTORA
A convite do meu solícito mentor, procurei colocar-me em relação direta com aquelas mentalidades que se debatiam nos sofrimentos.
Ah! Vi, então, o deserto em que se experimentam os que viveram, na Terra, para o seu gozo apenas. . . Os lagos de sangue em que se asfixiavam os antigos dominadores, responsáveis pela eclosão da mais horrorosas lutas fratricidas. As lágrimas pungentes derramadas pelos traidores sensíveis. Ouvi o gemido de todos quantos haviam prevaricado, fugindo criminosamente ao cumprimento de seus deveres.
Senti que o pranto minava dos meus olhos e um mal-estar inexplicável atacou-me; todavia o meu companheiro espiritual arrancou-me dessa penosa impressão, convidando-me para uma rogativa, que elevamos sentidamente a todas as forças benéficas do Universo para que assistissem aquelas almas flageladas nos padecimentos a que tinham feito jus, derramando sobre elas os eflúvios da paz e da resignação, nas suas provas redentoras.