Cartas de Uma Morta

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CAPÍTULO 71
Ilustração tribal

UMA VISITA À TERRA


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Eu quis, então, ver o orbe terráqueo, dos lugares onde o ar rarefeita se perde nas extensões infinita e viventes do éter. Desejava saber se eu poderia ver o planeta em seus movimentos rotatórios, porém o que senti em tão grandes alturas foi um imenso torvelinho, como se as atmosferas fossem agitadas por furações destruidoras.

Muito abaixo vi massas informes e indistintas. . . Aproximando-me gradativamente contemplei a Terra que se afigurou não um ponto móvel no espaço, porém fixo e obscuro. Muito ao longe, ainda vi nessa mancha escurecida, que se ia avolumando, alguns detalhes como nesgas cinzentas e outras claras como espelhos gigantescos: eram as grandes cidades e os oceanos que eu tinha sob as vistas deslumbradas. A ação do sol dava a tudo isto um tom maravilhoso; todavia, aproximando-me mais, experimentei indescritível medo. Não vi o movimento de rotação do orbe; o que me amedrontava é que me parecia aportar em uma grande esfera líquida, cujas extremidades se perdiam numa substância leitosa, com relação à cor, porque eu não podia ponderar a sua estrutura íntima.







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