Cartas do Evangelho

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CAPÍTULO 8

CARTA AOS ENFERMOS


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Casimiro Cunha

Meu amigo, eu te desejo Aquela paz do Senhor Que transforma as amarguras Em santas preces de amor.

Nosso Pai ouve a oração De tua grande ansiedade, Como te vê no caminho De dor e dificuldade.

Espera serenamente.

Não obstante a aflição;

Deus é um Pai que não dá pedras Ao filho que pede pão.

Nos dias angustiados.

De desencanto e doença, O homem deve apurar As luzes de sua crença.


Às vezes, dizes, chorando:

—"Socorrei-me, meu Senhor!. . .

Ai! como tarda o consolo No dia de minha dor!. . .

Mas, não lembraste a oração Com tanta solicitude, Nas horas irrefletidas Em que arruinaste a saúde.

A incontinência teimosa Na rebeldia e no gozo, Pode ter vindo de outrora, Do passado tenebroso.

Porque esta vida de agora É somente uma fração De teu trabalho à procura Dos mundos da perfeição.

Nos teus ais, nos teus soluços, Do corpo dilacerado, Recorda que a dor existe Para a luz de um fim sagrado.

Se teu mal é longo e rude, Renovando-te aflições, Ele é a válvula divina Que escoa as imperfeições.

Se a moléstia é passageira, Tem cuidado na existência;

A dor física, por vezes, Não passa de advertência.

De qualquer forma, porém, Sê paciente e sê forte, Inda que sintas contigo O augúrio triste da morte.

Acima dos preparados Que visam a tua cura, Põe o remédio divino Da fé milagrosa e pura.


Abençoa, meu irmão, Essa dor que te conduz Da sombra espessa da Terra Para as bênçãos de Jesus






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