Cartas do Evangelho
Versão para cópiaCARTA AOS HOMENS DO CAMPO
Casimiro Cunha
Meu irmão, se o teu trabalho, É o trato amigo da terra, Vive a grandeza sublime Que a tua missão encerra.
Nunca invejes a cidade Tanta vez desiludida. . .
O ar puro do campo É a santa essência da vida.
Busca os livros, mas conserva A tua realidade, Sabendo que a natureza É o livro da Eternidade.
O mundo se perde agora Em treva e desolação, Nos males vindos do excesso Dos vícios de educação.
Há no céu quem não te esquece.
Cultiva o teu campo em flor O mundo não viveria Sem tua quota de amor.
Conserva e ama a paisagem Onde o teu sonho nasceu.
A terra bondosa e farta É outra mãe que Deus te deu.
Borda o teu campo de estradas, Semeia o teu caminho. . .
Seja o teu sítio uma escola De amor, de aço, de carinho.
Que os teus feitos de trabalho Sejam tantos e tamanhos, Que se reflitam na estrada Da vida de teus rebanhos.
Se os animais colaboram Nas fontes de produção, São eles os companheiros De tua realização.
Protege-os, sempre que possas.
Ouve e guarda o que te peço.
Os animais, igualmente, Têm suas leis de progresso.
Trabalha, educando os teus.
Educa e triunfarás.
Teu exemplo ensina ao mundo O santo esforço da paz.
Hoje, as ciências terrestres Por vezes, causam tristeza, Mas, tu conservas o mundo Com as luzes da natureza.
O Cristo não te abandona Com a paz de Seu coração, Pois transformas no caminho As Suas bênçãos em pão.
Irmão da simplicidade, Deus te abençoe, lavrador!. . .
O teu celeiro está farto De luz, de paz e de amor.
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