Cartilha Da Natureza. A Criação
Versão para cópiaA FAZENDA
Casemiro Cunha
O dia vem longe ainda, Fulgura o brilho estelar. . .
Mas nos campos da fazenda E’ hora de trabalhar.
O dever chama aos serviços Da luta risonha e sã, Na divina voz das aves Que cantam pela manhã.
A tarefa atinge a todos Nos roçados, no paiol, Tudo expressa movimento Precedendo a luz do sol.
Ali, corta-se, acolá Dispõe-se de novo a leira, Aqui, combate-se os vermes Que atacam a sementeira.
Ninguém pára. Todos lutam.
Há cantares da moenda, Contando a história do açúcar Nos caminhos da fazenda.
Entretanto, se o programa E’ repouso, calma e sono, Em breve, a propriedade Vive em trevas do abandono.
Serpentes invadem campos, Há cipó destruidor, O mato chega às janelas, Procurando o lavrador.
Enquanto a enxada descansa Esquecida e enferrujada, A casa desprotegida Prossegue em derrocada.
Quem não vê na experiência Tão simples, tão conhecida, A zona particular Nos quadros da própria vida?
Rico ou pobre, fraco ou forte, Não te entregues à inação, Que a vida é a fazenda augusta Guardada na tua mão.