Estudando o Evangelho

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CAPÍTULO 41

A Primeira Frase – 2º

Tirai a pedra.


Quando o Mestre se acercou do túmulo onde jazia Lázaro, inerme, já se havia formado ali um pequeno ajuntamento de pessoas.
Eram amigos e conhecidos que tinham ido à casa de Marta e Maria, para consolá-las “acerca do irmão", conforme esclarece o Evangelho, pessoas essas que, informadas da presença do Senhor no sepulcro, para lá também se dirigiram
É de crer-se, ôbviamente, que curiosos e cépticos pretendessem — quem sabe? — testar o maravilhoso poder do Carpinteiro de Nazaré.
Aferir-lhe a grandeza excelsa.
Certificar-se se eram reais ou não as propaladas qualidades do Profeta, pois do Filho de José dizia-se que operava prodígios.
Levantava paralíticos.
Limpava leprosos.
Restituia a visão aos cegos.
Reabilitava mulheres infelizes.
Curava loucos.
Reanimava desalentados e sofredores.
O certo é que a Boa Nova registra a presença de numerosas pessoas em torno da sepultura, quando o Mestre ali chegou acompanhado dos discípulos e de Marta, que Lhe havia saído ao encontro.
Essas pessoas iriam colaborar com Jesus na ressurreição de Lázaro. . .
* * *

Entre Jesus e o morto havia uma pedra.
Entre a claridade e a sombra havia uma barreira, um obstáculo enorme e pesado.
No estreito recinto onde Lázaro começava a apodrecer, e no amplo mundo exterior, onde o Cristo meditava, duas estranhas realidades se defrontavam.
Estranhas, diferentes, antagônicas. . .
A Vida e a Morte.
Cá fora, com a primeira, a luz fulgurando na ribalta da Natureza em festa.
Lá dentro, com a segunda, a escuridão, a inércia.
Lázaro, separado da Vida, mergulhado na Morte, não podia, evidentemente, ouvir de Jesus a palavra renovadora.
Não lhe podia atender a voz de comando, suave e enérgica ao mesmo tempo, numa simultaneidade que o homem dificilmente compreenderá.
Não tinha ouvidos para captar a ordem que, mais tarde, quando o obstáculo fosse removido por terceiros, o Senhor lhe daria: “Lázaro, sai para fora. " Era indispensável, portanto, o concurso dos circunstantes, a colaboração dos que ali se encontravam, mesmo por curiosidade ou descrença, a ajuda dos amigos de Lázaro.
Lázaro estava morto.
Não tinha olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, nem sentidos para perceber a realidade que o procurava.
Apelou, então, Jesus, para a cooperação dos seus amigos: “Tirai a pedra. " Em outras palavras: “Tirai o entulho mental que impede a visão dos magníficos panoramas da Vida Imortal. " Estava, portanto, proferida a “primeira frase" do Mestre no maravilhoso, no deslumbrante e incompreendido episódio da ressurreição de Lázaro.
Os amigos do morto retiraram a pedra, sob a inspiração de Jesus.
A claridade do Sol que descambava penetrou, como uma réstia de esperança, no fundo da caverna onde tinham posto o irmão de Marta e Maria, o amigo do Senhor. . . (*)
* * *

Quando estamos mortos para a Verdade, insensibilizados ante o esplendor da Imortalidade Gloriosa, a palavra do Mestre não consegue ressoar em nosso universo íntimo, tornando-se imprescindível, à maneira de Lázaro, que outras mãos nos ajudem.
Mãos que tanto podem vir do plano espiritual, através da mensagem edificante e do livro que esclarece, como do próprio plano físico, onde estagiamos, mediante a convivência nobre, educativa, salutar.
Tais companheiros, incumbidos por Jesus de tirar a pedra que nos separa da claridade, são legítimos cireneus de nossa caminhada.
Assim também, Emmanuel e André Luiz, Bezerra de Menezes e tantos outros retransmitem ao nosso coração a mensagem renovadora do Cristo; reeducam-nos para a Vida Melhor, afastando de nossa sepultura espiritual a pedra do egoísmo que há milênios nos oblitera a consciência, enregela-nos o coração e petrifica-nos o sentimento.
Abençoemos, pois, os generosos amigos, encarnados e desencarnados, que, muita vez nos ferindo o orgulho desmedido, nos despedaçando a vaidade ou nos destroçando o egoísmo avassalante, põem-nos em contacto com a Luz da Verdade.
Aproximam-nos de Nosso Senhor Jesus Cristo — o Pão da Vida.
(‘) Nota da Editora: — Aos leitores que desejarem conhecer o fenômeno, recomendamos a leitura do capítulo “A ressurreição de Lázaro", na obra
“Síntese de O Novo Testamento", de Mínimus.


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