Estudando o Evangelho
Versão para cópiaCAPÍTULO 57
A Melhor Parte – 3º
. . . e esta não lhe será tirada.
Expressiva a informação de Jesus a Marta, de que Maria escolhera a boa parte, a que não lhe seria tirada.
Compreensão espiritual é patrimônio inalienável.
Não pode ser dado, nem vendido, nem trocado, nem tirado por quem quer que seja.
Ninguém pode anular, ou extinguir no homem a compreensão espiritual que ele adquiriu, mediante experiências pessoais, sucessivas, que se perdem na noite dos milênios Sem conta.
O entendimento das coisas do espírito é como o talento e a cultura, o bem e a moral: incorporam-se, com o tempo, de maneira plena e definitiva, ao ser humano, como fruto de experiência individual.
O homem não entende, porque sabe.
O homem entende, porque sente, exemplifica e vive, em pessoa, esse entendimento que não se pode definir por meio de palavras.
Às inquietações que constantemente nos visitam o coração, nas lutas cotidianas, em forma de ansiosa solicitude pelos problemas e soluções terrestres, significam que ainda estamos sintonizados com as Martas do mundo e em distonia com as Marias do Céu.
A cena tocante, no lar de Betânia, embora remonte há quase dois milênios, deve merecer especial consideração da parte de todos nós — Aprendizes do Evangelho, estudiosos do Espiritismo e Aspirantes à luz da Imortalidade Gloriosa.
O tempo não esmaece, nem apaga as lições cristãs.
O entendimento revela-se, evidencia-se no discernimento.
Discernimento claro, entendimento superior.
Há uma proporção no apreço às coisas do mundo e às coisas do Céu.
O homem demonstrará haver superado a órbita da materialidade a partir do instante em que a percentagem do seu interesse pelas coisas espirituais se eleva a cinquenta.
Cinquenta por cento para a parte material e cinquenta para a espiritual representam a chamada “linha de transição".
Quando a individualidade humana sente — ela própria, e não os outros — que oferece, do seu coração, sessenta por cento de interesse às coisas espirituais e quarenta às materiais, podemos dizer que foi superada a difícil, a nevrálgica fase de transição.
Há progresso em andamento.
Quando houver a proporção de 80 % para o espírito e 20 % para a matéria, podemos dizer que, na maratona evolucional, o atleta vai bem.
A meta definitiva — “cem por cento espiritualidade" — define o homem que triunfou sobre si mesmo.
É o instante em que o espírito humano — viajor da Eternidade — pode escrever o Poema Universal da “Vitória do Homem sobre Si Mesmo", assimilando, assim, a palavra do Cristo: Sede perfeitos, como perfeito é O Pai Celestial.
Na conquista dessa posição, para a qual estamos ainda profundamente imaturos, é necessário o discernimento na escolha da melhor parte.
Da parte espiritual — esta que ninguém pode tirar. . .
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