Capítulo XIX

Ouro e poder


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Muita gente acredita encontrar na riqueza e no poder sinais de privilégios, quando ouro e influência simplesmente não passam de recursos destinados à aferição do valor que nos assinala.

Lembremo-nos de que um homem aprisionado à sombra do cárcere é sempre alguém constrangido a mostrar virtudes que raramente possui.

Silencia por impossibilitado de gritar a desesperação que lhe vergasta o peito e revela quietação e tristeza, quais se fossem humildade e compreensão, porquanto, posto a ferros, é compelido a guardar-se em reserva compulsória.

Assim também ocorre com a enfermidade e o pauperismo, a inibição e o desvalimento na maior parte das circunstâncias.

Segregada, dentro deles, a alma reencarnada não dispõe de outros meios senão o de aceitá-los como preço ao resgate das próprias dívidas.

Entretanto, qual o sentenciado que abandona a cadeia sob exata observação, assim é a criatura que retém os talentos da fortuna e da autoridade, do equilíbrio e da robustez.

Não se encontram aqueles que os desfrutam na Terra contemplados por favores especiais, mas semi-libertados pela bênção do Céu, em regime de exame, nas escolas do mundo.

Dessa forma, nos momentos de paz, segurança e alegria, muitos de nós outros apenas respiramos, à luz de experiências novas, nas quais demonstraremos se mais não precisamos da dor e do infortúnio, na construção da estrada de elevação para Deus.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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