Capítulo II

Estudando o dinheiro


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Não é a autoridade que solapa a elevação da alma.

É o abuso do poder.


Não é a inteligência que destila o veneno intelectual.

É a maldade com que a mobilizamos.


Não é o tesouro verbalístico que abre feridas naqueles que nos ouvem.

É o modo com que arremessamos o estilete da palavra.


Não é a beleza da forma que gera o fel do desencanto.

É a vaidade com que a malbaratamos no desequilíbrio.


Assim também não é o dinheiro que nos condena aos processos da angústia.

É a nossa maneira de empregá-lo, quando nos esquecemos de facilitar a corrente do progresso, através da ação diligente na fraternidade e do devotamento ao bem, com que nos cabe colaborar no engrandecimento do trabalho e da vida.


O ouro com Jesus é bálsamo na úlcera do enfermo, é gota de leite à criancinha desvalida, é remédio ao doente, é agasalho aos que treme de frio, é socorro no lar sitiado pelo infortúnio, é assistência aos braços que suplicam atividade digna, é amparo aos animais e proteção à Natureza.


O cofre forte nas garras da sovinice é metal enferrujado, suscitando a penúria, mas um vintém no serviço de Jesus pode converter-se em promissora sementeira de paz e felicidade.


Não amaldiçoes o dinheiro, instrumento passivo em tuas mãos.

Faze-o servir contigo, sob a inspiração do Cristo, e todas as tuas possibilidades financeiras serão valiosos talentos em teu caminho, cooperando com o teu esforço, na edificação do Reino de Deus.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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