Capítulo XIV

A pobreza feliz


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Quem se empobrece de ambições inferiores, adquire a luz que nasce da sede de perfeição espiritual.

Quem se empobrece de orgulho, encontra a fonte oculta da humildade vitoriosa.

Quem se empobrece de exigências da vida física, recebe os tesouros inapreciáveis da alma.

Quem se empobrece de aflições inúteis, em torno das posses efêmeras da Terra, surpreende a riqueza da paz em si mesmo.

Quem se empobrece de vaidade amealha as bênçãos do serviço.

Quem se empobrece de ignorância, ilumina-se com a chama da sabedoria.


Não vale amontoar ilusões que nos enganam somente no transcurso de um dia.

Não vale sermos ricos de mentira, no dia de hoje, para sermos indigentes da verdade, no dia de amanhã.

Ser grande, à frente dos homens, é sempre fácil. A astúcia consegue semelhante fantasia sem qualquer obstáculo. Mas ser pequenino, diante das criaturas, para servirmos realmente aos interesses do Senhor, junto da Humanidade, é trabalho de raros.

Bem aventurada será sempre a pobreza que sabe se enriquecer de luz para a imortalidade, porque o rico ocioso da Terra é o indigente da Vida Mais Alta e o pobre esclarecido do mundo é o Espírito enobrecido das Esferas Superiores, que será aproveitado na extensão da Obra de Deus.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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