Doutrina de Luz

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Capítulo VIII

O Espiritismo e a fé religiosa


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Desde os mais íntimos alicerces dos povos civilizados, vemos a paixão religiosa desbordar-se em tempestades sanguinolentas.

Em Tebas, no Egito ancião, habitualmente, encalhava-se o Nilo de cadáveres insepultos em razão dos imensos conflitos na via pública, em nome de Amon, considerado então como sendo a mais completa imagem de Deus Misericordioso, Sábio e Justo.

Em Nínive, na Assíria, todas as grandes comemorações, diante de , interpretado por representante do Criador Todo Poderoso, eram regadas a sangue humano.

Todas as grandes cidades do pretérito distante não fugiram à regra, estabelecendo dolorosos processos de crueldade e perseguição em nome do Pai Celeste, entre irmãos que se deveriam amar.

E o próprio Cristianismo a pretexto de modificar os velhos cultos da antiguidade, padeceu, por trezentos anos consecutivos, o martírio e a flagelação na pessoa de seus adeptos, que pagavam com a própria existência a grandeza de seus princípios.

E o impulso de chacina e de intolerância não ficou entre aqueles que a História categoriza à conta de cultores da indiferença e do paganismo, porque são de ontem, na evolução dos tempos modernos, as fogueiras e pelourinhos, as forcas e os cárceres com que se puniam entre os companheiros da mesma seara a diversidade do pensamento e o anseio de nova interpretação.

No Espiritismo, porém, que revive a lição do Cristo, que auxiliou sem remuneração, que perdoou infinitamente e que aceitou a morte no extremo sacrifício para que a justiça no mundo se banhasse de caridade, a fé nasce pura e sublime, sem qualquer nuvem de arrogância ou de prepotência, de vez que ao espírita cabe o dever de acompanhar o Divino Mestre da Manjedoura e da Cruz, retribuindo a incompreensão com o entendimento e o ódio com o amor, por reconhecer, com Jesus, que somente a verdadeira fraternidade com incessante serviço no Bem Eterno será capaz de extinguir na Terra o velho cativeiro às trevas da ignorância, a fim de que a Humanidade penetre, vitoriosa, o domínio Soberano da Felicidade e da Luz.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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