…e o Amor Continua

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CAPÍTULO 8

JAYME COSTA DOS SANTOS FILHO


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BIOGRAFIA:

Jayme Costa dos Santos Filho, era filho do Dr. Jayme Costa dos Santos e D.

Sael Oliveira dos Santos, tendo nascido na cidade de Curitiba, PR, o dia 02. 12. 1955 e desencarnou, na mesma cidade, no dia 27. 02. 1977.

Jayminho era um jovem sadio e extremamente vivaz, havendo estudado em São Paulo, no Colégio de S. Bento. Fez vestibular para Engenharia, matriculando-se na Universidade Federal do Paraná.


Por ocasião do acidente automobilístico que o vitimou, trabalhava como estagiário na construtora Rafael Greca Ltda, estando matriculado no 4o

, ano da Faculdade de Engenharia.

Fez muitos amigos, cativando a todos pela sua bondade.

Quando da formatura de sua turma, em 1978, foi homenageado pelos colegas e, no discurso do orador dos formandos, foi lembrado com muito carinho, através das seguintes palavras: "A Reforma Universitária suprimiu o convívio acadêmico. As turmas chegam à formatura dispersas. Nem todos nos conhecemos. Alguns de nós estamos unidos apenas pela fraternidade dos homens. Ainda assim, das várias assembleias, ficou o consenso: Jayme Costa dos Santos Filho. Os que conviemos com ele sabemos que foi sorrir no Paraíso e que reside na lembrança de todos os seus amigos".

D. Sael esteve em Uberaba por 7 vezes diferentes, quando, na última, recebeu a primeira mensagem do filho.


A esse respeito, assim traduz a sua emoção:

DEPOIMENTO DA FAMÍLIA:

"A impressão que guardo é que não pisei no chão; fui pedindo licença e, com muita dificuldade, cheguei ao local pretendido. Minha filha e Cezar Augusto entraram também e ali ficamos aguardando. Meu coração batia descompassado; os pensamentos voavam, céleres. . . Cerrei os olhos e orei com toda a fé que pode ter um sentimento de mãe dilacerado pelo sofrimento e pela saudade. A serenidade aos poucos foi substituindo a emoção violenta".


PRIMEIRA MENSAGEM DE JAYME COSTA DOS SANTOS FILHO

Querida Mãezinha Sael, 1, a sua bênção para o seu filho que não a esquece.

Tenho o coração estourando no peito, se posso definir desse modo à emoção que me assalta.

Mãezinha, nas medidas do tempo, a minha saudade tem o tamanho de dois anos e três meses menos dois dias, 2. Parece-me certa a contagem. Tenho estado na condição dos detentos na cela dessa saudade que é tão nossa. Você compreende e perdoa.

Desde aquele momento em que o choque de veículos, 3, me apagou a memória, principiou vida nova para mim. Dormir foi o resultado daquele choque de que não conseguiria me desvencilhar. Um sono profundo, que assumia a forma de insensibilidade após uma carga violenta de sedativos.

Nada mais vi, depois daqueles minutos estranhos, até que o despertar veio a mim, à feição do sol da manhã num rosto de criança.

Descrever o que senti é realmente impraticável. No começo a ideia de um tratamento eficaz me veio à lembrança. Algum médico, decerto, me haveria arrancado àquela imobilidade total, entretanto, depois de fitar as enfermeiras silenciosas que se esgueiravam em torno de mim, o espanto me tomou todas as fibras ao ver que a Vovó Fredolinda, 4, estava em meu quarto. "Você voltou à nossa casa, Jayminho. . . ".

Aquela voz me abalava por dentro. . .

Então, era a separação do lar que ficava na retaguarda, então era a morte numa versão que nunca esperara! Apesar da alegria de encontrar minha avó, chorei qual menino que se visse furtado aos pais. Vovó Fredolinda me afagou, como se fosse a senhora mesma, e deixou que meu pranto rolasse enquanto a crise exercia sobre mim vigoroso domínio. . . Depois, querida Mamãe, foi a retomada de mim mesmo, pouco a pouco, lembranças à lembrança, nervo a nervo. . .

Reintegrado em mim próprio passei a ouvi-la, a escutar as ponderações de meu pai e os lamentos de nossa querida Jô, 5.

Não sabia se nossa casa estava em mim ou se estava eu, incompreensivelmente para mim, em nossa casa. . . Suas preces me colhiam à maneira de bálsamo tranqulizante e fiquei como que parado nessas emoções até que pudesse encontrar um meio de falar-lhe ao coração. Agora, enquanto escrevo, tenho a ideia de liberar as minhas próprias ansiedades nas letras que vou gravando no papel. . . Uma força benéfica me descansa. Falo ao seu carinho e isso para mim se lhe causei tantas lágrimas. Suponho que você e meu pai sabem que não tive culpa. O carro pesado me atravessou à frente e reconheci, de súbito, que não teria condições de evitar a ocorrência. O resto é o sofrimento que a esponja do tempo vai absorvendo gradativamente, habilitando-nos aceitação dos desígnios da Vida Superior. Peço-lhe dizer à querida Josane, 6, que desejo vê-la descontraída e feliz: Sei que a irmãzinha ainda sofre e formulo votos para que a vejamos liberta de quaisquer recordações destrutivas.

Tudo passou. Agora é tempo de esperança. Agradeço o carinho de sua persistência, aguardando-me a palavra que somente hoje consigo de algum modo articular. Agradeço a meu pai os pensamentos de paz e amor que me envia e desejo dizer que o meu bisavô Santos, 7, tem sido igualmente para mim um precioso amigo.

Mãezinha querida, conquanto o meu propósito de ampliar-me em carta afetuosa e longa; não devo abusar do tempo que me foi concedido. Pude transmitir à sua dedicação algo de meu jubiloso reconhecimento e um tanto de minhas saudades imensas e isso me reconforta.

Desejava ser útil ao amigo Cezar Augusto, 8, no entanto, estou ainda muito pobre de recursos na dimensão nova da existência a que fui conduzido.

Mãezinha; saiba que continuamos sempre juntos como nos dias que não se foram, porque as horas de nossa união são inalteráveis. Sou sempre seu filho pelo coração, companheiro e amigo de todos os instantes. A senhora se lembra de que enquanto meu pai Jayme, 9, velava por nós, sempre atento à solução dos nossos problemas, éramos nós, com a nossa querida Jô, os planejadores da alegria e da felicidade em casa. Pois, essa comunhão prossegue sem mudança. Seu coração formou o que trago no perito e, por isso mesmo, sou como que o próprio eco de seus pensamentos.

Vovó Fredolinda aqui comigo lhe abençoa o carinho e reafirma-me que somos e seremos nós assim sempre.

Querida Mãezinha; muito grato por todo o seu trabalho, deixando nosso céu de Curitiba, 10, para reencontrar-nos através das palavras escritas. Meu reconhecimento ao papai, com grande abraço à querida Josane. E para você, querida Mãezinha, todo o amor, todo o jubiloso amor de seu filho, coração de seu coração.


JAYMINHO – Jayme Costa dos Santos Filho

IDENTIFICAÇÕES:

1- Mãezinha Sael – Sael Oliveira dos Santos, genitora de Jayminho.

2- Dois anos e três meses menos dois dias. – Dado correto.

3- O choque de veículos – Refere-se ao acidente que o vitimou.

4- Vovó Fredolinda – Sra. Fredolinda de Oliveira, avó de Jayminho, desencarnada em 06. 08. 75, em Curitiba (PR).

5- Jô – Josane º dos Santos – irmã do comunicante.


6- Josane – idem

7- Bisavô Santos – Não foi possivel encontrar dados, em face de o mesmo haver desencarnado em Portugal.

8- Cezar Augusto – Amigo da missivista.

9- Pai Jayme – Dr. Jayme Costa dos Santos – genitor de Jayminho.

10- Céu de Curitiba – A família reside em Curitiba (PR). (Mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier).


SEGUNDA MENSAGEM

EXPLICAÇÃO:

Em novembro de 1980, Divaldo Franco encontrava-se em Curitiba (OR), proferindo conferência.

No dia 24, numa reunião na residência do Dr. Jorge Miguel Ajuz, diante de inúmeras pessoas que ali se encontravam, buscando uma palavra amiga, uma orientação espírita. Divaldo solicitou papel e lápis, após o que psicografou uma mensagem do Espírito Jayminho dirigida à sua genitora, que se encontrava presente.

A esse respeito, assim se refere D. Sael.


DEPOIMENTO DA FAMÍLIA:

"Eu não esperava receber uma bênção tão grande, que me ampliou a felicidade.

As referências a familiares e detalhes de ocorrências que o médium ignorava entremeavam-se ao carinho e à consolação que meu filho me trouxe na bela carta de alto conteúdo espiritual, demonstrando que os nossos queridos "ausentes" estão muito presentes e acompanham-nos em nosso trabalho e no nosso esforço de melhora íntima, através do estudo e da aceitação das verdades da Doutrina Espírita "".


SEGUNDA MENSAGEM : JAYME COSTA DOS SANTOS FILHO

Querida Mãezinha Sael, 1, estou rogando a Jesus conceder-nos suas bênçãos, a fim de que a nossa estrada prossiga clareada pelas estrelas da esperança, diminuindo as sombras da separação, que a morte não conseguiu tornar possivel.

Utilizo-me do correio da mediunidade, para colocar a ponte de comunicação com que passaremos as barreiras da saudade, minimizando as tristezas que, não raro, tentam assomar à tela da nossa afetividade, na tentava de fazer-nos sofrer.

Não conseguimos esquecer-nos, não obstante as circunstâncias em que nos encontramos. A Vida não foi devorada pela volúpia da Morte e o choque dos veículos não pôde apagar, com a destruição do corpo, toda a sinfonia das lembranças, que permanecem em musicalidade divina na pauta dos nossos corações afetuosos. . .

Faltando apenas 3 dias para completar 3 anos e 9 meses de separação física, na contabilidade terrestre que nos distancia do próximo dia 2 de dezembro, quando eu completaria 25 anos de idade física, 2, roguei a Jesus me permitisse trazer-lhes as notícias da nossa perene comunhão, auxiliando-a a manter alto o seu nível de otimismo e do papai Jayme, bem assim da nossa Jô, 3 e do nosso Francisco, 4, que senos associou à Família, você que transformou as saudades pungentes se demoram nas sombras da amargura lamentando a perda das pessoas amadas que transpuseram a aduana da Imortalidade.

Você soube converter a tragédia em bênção, infortúnio em felicidade, acalentando a hora em que voltaremos a estar juntos, servindo à vitória do Mundo Melhor, onde mais experimentaremos prova, dor ou saudade. . .

Antes da minha viagem para cá todos experimentávamos as saudades da vovó Fredolinda, 5, no entanto, hoje, ela é um Sol em nossas vidas, ensinando-nos, como no passado, a gravitar em volta da sua figura venerada.

Tudo passa, Mãezinha, entre expectativas e sonhos. . . Mesmo a dor é um sonho que, não sabendo como valorizar; muitos transformam em pesadelo. Felizes aqueles que da vida física sabem retirar os valores imperecíveis, que sobrevivem a quaisquer circunstâncias no trânsito carnal.

Tenho aprendido que a maior glória da existência humana é a perfeita conjugação do verbo servir, mediante o qual se pode construir a vida no coração, sem que calamidade alguma possa diminuir a grandeza da realidade perene.

Desejo dizer-lhe, Mãezinha querida, que a nossa Tia Quita, 6, hoje lúcida, vem agradecer-lhe e a todos o carinho com que a sustentaram na jornada de que ela se liberou a penantes, no demorado processo de desencarnação sob o jugo da enfermidade impiedosa, todavia, que se lhe fez uma estrada luminosa para a total liberação das penas a que se encontrava jugulada por impositivo das dívidas de outras reencarnações.

Nesta tarde de alegria e de recordações, desejo abraçar o anjo benfeitor que tem sido em nossa vida, a querida Tita, 7, em cuja alma abnegada e sentimentos superiores todos encontramos apoio e amparo, sustentação e lições vivas de grandeza que caracterizam os eleitos do Senhor que se engrandeceram pela renúncia e pela abnegação.

Nesta carta de amor que nada consegue diminuir, desejo dizer a todos aqui presentes, que anelam por notícias dos seres amados, ora residentes nesta outra dimensão da Vida, que nos fazemos intermediários deles mesmos, trazendo par aos que se encontram encarcerados nas jaulas do corpo físico, que não se lamentem nem se desesperem porque eles prosseguem unidos, lutando, lado a lado, vinculados pelos liames fortes do afeto, aguardando o momento próprio em que o intercâmbio mente a mente se faça consolador e abençoando, apagando com luz as teimosas sombras da duradoura saudade.

Morte não é separação, não é aniquilamento. Quando o homem compreende que a vida é indestrutível e que o berço é somente um pórtico por onde se adentra no corpo e que a morte é uma porta pela qual se sai da matéria, mudarão as paisagens da angústia que, teimosamente, domina larga faixa da Humanidade. Assim esclarecido, o homem se preparará para a realidade transcendente da Vida e não somente para o curto período "berço e túmulo" que, por mais demorado, é sempre breve na ampulheta do tempo ilimitado. . .








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