Ideal Espírita

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INTRODUÇÃO

ANDRÉ LUIZ

Você pede melhoras de saúde.

Antes, porém, socorra o enfermo em condições mais graves.

Você pede, em favor do seu filho.

Antes, porém, proteja a criança alheia em necessidade maior.

Você pede providência determinada.

Antes, porém, alivia a preocupação de outra pessoa, em prova mais contundente que a sua.

Você pede concurso fraterno contra a obsessão que o persegue.

Antes, porém, estenda as mãos ao obsidiado que sofre sem os recursos de que você já dispõe.

Você pede perdão pela falta cometida.

Antes, porém, desculpe incondicionalmente aqueles que lhe feriram o coração.

Você pede apoio à existência.

Antes, porem, seja consolo e refúgio para o irmão que chora em seu caminho.

Você pede felicidade.

Antes, porém, semeie nalgum gesto simples de amor a alegria do próximo.

Você pede solução a esse ou àquele problema.

Antes, porém, busque suprimir essa ou aquela pequenina dificuldade dos semelhantes.

Você pede cooperação.

Antes, porém, colabore a benefício dos que suam e gemem na retaguarda.

Você pede a assistência dos bons espíritos.

Antes, porém, seja você mesmo um espírito bom, ajudando aos outros.

Toda solicitação assemelha-se, de algum modo, à ordem de pagamento, que, para ser atendida, reclama crédito.

A casa não se equilibra sem alicerce.

Uma fonte ampara outra.

Se quisermos auxílio, aprendamos a auxiliar.


* * *


EMMANUEL.

Quem se refere a influência perniciosas é compelido a reconhecer os mais estranhos acidentes morais em toda parte, através da ingestão de corrosivos do pensamento.

Provindas de encarnados ou desencarnados vagueiam culturas corruptoras, aqui e acolá, desenvolvendo nos ambientes mais luzidos, a atmosfera pestilencial que fecunda os germes do crime ou prepara a intromissão da enfermidade e da morte.

Agora, é o vírus sutil da maledicência recolhendo as almas desprevenidas, na rede das trevas, de que escorre a lama da calúnia destruidora. . .

Depois, é o veneno do juízo precipitado, em torno das atitudes alheias, inflamando a cólera que se arma de violência para estender a injustiça. . .

Aqui, é o mordo do desalento, achacando corações simples e bem formados, por intermédio de queixas infindáveis e deprimentes, instalando a vitória da preguiça em prejuízo das boas obras. . .

Ali, é o fel da discórdia, a verter da boca insensata, projetando lodo na senda se companheiros esperançosos e amigos, para que todos os planos do bem desçam da claridade em que se esboçam para a sombra do mal que os asfixia no nascedouro. . .

Lembra-te, pois, de semelhantes perigos que surgem a cada passo e constrói na própria alma o pronto-socorro, capaz de atender a necessidade dos outros preservando a ti mesmo, contra o desequilíbrio calamitoso.

Neste refúgio assistencial de emergência, disporás do silêncio e do perdão, da frase benevolente e do entendimento conciliador, do consolo e da prece, como digna medicação a aplicar em regime de urgência justa.

Conserva, assim, essa farmácia de compreensão e fraternidade no imo do próprio ser e arrancarás muita gente do trauma letal da crueldade e do ódio, da miséria e da ignorância, como servidor genuíno do Mestre Inolvidável que elegeu no amor puro o grande roteiro de nossa libertação do passado para a conquista do celeste porvir, em perenidade de luz.


* * *


Prefácio de Emmanuel

Um livro em miniatura — solicitam-nos amigos domiciliados na Esfera física — um livro que caiba no bolso para ser manuseado em qualquer lugar, conjunto leve de folhas simples que veicule o pensamento espírita sem dificuldade, seja no intervalo de serviço ou no percurso do ônibus, na excursão fortuita ou no repouso eventual, nos momentos da sala de espera ou em breves ensejos de observação e reflexão em locais públicos. Desse propósito nasceu o presente volume em que se alinham páginas e anotações despretensiosas de vários amigos desencarnados, comentando os aspectos multifaces da Doutrina do Amor, que nos reúne nas mesmas aspirações.

Claramente, não podemos prescindir, em tempo algum, do estudo aturado das várias disciplinas que nos abrem caminho ao burilamento da própria alma, cabendo-nos o dever de prestigiar incondicionalmente a escola e a biblioteca, os salões de leitura e os institutos de educação.

A Terra agitada de hoje, porém, exige se estenda o esclarecimento rápido a todos os que, preocupados e inquietos, se mergulham nas atividades turbilhonantes de cada dia.

Em toda parte, a imprensa responde às requisições dessa ordem, publicando seleções e sínteses, resenhas e condensações de múltiplas matérias para facilidade dos leitores.

Nessa diretriz, ergue-se-nos o trabalho em que diligenciamos trazer aos irmãos e associados de esperança e de ação, respostas e informes instantâneos às inquirições endereçadas ao nosso ideal espírita.

Oferecemos, assim, a todos os companheiros o fruto humilde do tentame realizado, agradecendo não só aos corações generosos que nos auxiliaram em semelhante empresa, mas também rogando a luz e a bênção de Nosso Senhor Jesus Cristo para eles e para nós.



Uberaba, Natal de 1962.


(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier.)



Até a 6ª edição, o presente volume obedeceu ao formato do livro de bolso. — Nota da Editora.


Com a indicação e supervisão de Emmanuel, o conhecido benfeitor espiritual, os médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, formaram as páginas deste livro, responsabilizando-se o primeiro pelas mensagens de números e o segundo pelas de números , esclarecendo-se que foram psicografadas por ambos em reuniões íntimas e públicas.



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

Prefácio de André Luiz

A cada giro da Terra sobre si mesma, a vida humana surge diferente.

Aos clarões de cada alvorecer, raios solares sazonam no campo das consciências largas sementeiras de ideias novas.

No entanto, paradoxalmente, nihil novi sub sole… A necessidade basilar e inevitável do mundo prossegue… Multidões mentalmente acorrentadas às bastilhas milenares de preconceitos e excessos, enganos e viciações esperam que as verdades espirituais lhes facultem a necessária libertação.

Habitualmente, o homem transporta consigo o relógio ou a caixa de fósforos, sem que tais objetos lhe injuriem a apresentação pessoal. Por que não usar igualmente pequeno marcador de atitudes ou reduzido estojo de pensamento?

O jovem carrega, com frequência, a máquina fotográfica ou o rádio transistor colados à vestimenta. Por que não trazer também leve transmissor de lembretes renovadores?

A dona de casa acostuma-se a comprar refeições concentradas que podem ser conduzidas, junto do próprio espelho, na bolsa de mão. Por que não servir-se de minúsculo pacote contendo alimento espiritual?

O negociante guarda constantemente na algibeira o talão de cheques ou a caderneta de anotações, sem ao menos dar por isso. Por que não se utilizar no mesmo sentido, de um memorando esclarecedor?

O estudante de línguas maneja dicionários-mirins, em qualquer parte, penetrando as regras dos idiomas que aspira a aprender. Por que não compulsar diminuto volume didático de orientação íntima?

A divulgação cultural que vem acompanhando o ritmo de progresso de todos os sistemas de comunicação existentes na atualidade terrestre, oferece-nos a possibilidade do livro de bolso, que aplicada ao Espiritismo nos proporciona hoje o máximo de assuntos espíritas no mínimo de espaço, facultando-nos o entendimento rápido com o nosso ideal, erguido à posição de órgão consultivo da consciência.

Todos somos, dia a dia, situados em testes e provas de melhoria e aperfeiçoamento e, repetidamente, a meditação de um minuto, nos instantes críticos, vale mais que o planejamento de uma semana fora deles, facilitando o trabalho de uma existência inteira ou solucionando problema de séculos.

Aproveitemos os valores da evolução e atendamos, juntos, ao estudo libertador que nos descerra gloriosos portais abertos para o Infinito.



Uberaba, Natal de 1962.


(Página recebida pelo médium Waldo Vieira.)



André Luiz
Francisco Cândido Xavier

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