Ideal Espírita

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Capítulo XXXVII

Cérebro e estômago


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Se pretendes ajudar o cérebro que desatina, atende igualmente ao estômago que padece.

“Mente sã em corpo são” — doutrinava a cultura antiga. E ninguém terá pensamento sadio sem digestão correta.

Claro que não nos referimos aqui aos abusos do prato, mas à refeição frugal e pura que mantém a saúde física.

Não olvidemos, assim, a obrigação de sossegar as necessidades básicas do próximo para que lhe possamos doar a mensagem de nossa fé.

Nem somente pão excessivo que redunde em moléstia e viciação.

Nem somente discurso sistemático que resulte em demagogia e retórica.

Orientação para o cérebro. Socorro para o estômago.

Exemplo e lição, atitude e palavra.

Alimento e agasalho, remédio e consolo.

Estudo que edifique.

Bondade que reconforte.

Refeitório que restaure.

Escola que ilumine.

Através do Evangelho, no capítulo seis dos At, (At 6:1) somos informados de que no primeiro santuário do Cristianismo em Jerusalém, havia quem amparava os sedentos de luz e quem servia aos famintos de pão.

Conjugavam-se tribuna e mesa, verdade e amor para a vitória da luz.

Assim sendo, no apostolado espírita que revive o ministério divino de Nosso Senhor, não nos esqueçamos das aflições da alma e do corpo.

Auxiliemos as vítimas da ignorância, sem olvidar as criaturas que jazem sob o grilhão das calamidades materiais.

O cérebro depende do estômago para governar a vida orgânica. O estômago depende do cérebro para sustentá-la. Ambos reclamam atenção e carinho.

Foi por isso talvez que a Sabedoria Divina separou um e outro, impondo-lhes o coração de permeio.



(Psicografia de F. C. Xavier)



Scheilla
Francisco Cândido Xavier


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