Escrínio de Luz

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Capítulo XXXIII

Ricos e riquezas


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Habituamo-nos a considerar riqueza exclusivamente como sendo os chamados bens móveis, imóveis e semoventes, que constem do balanço patrimonial de instituições ou pessoas.

Riqueza, porém, é todo valor que consiga atender às necessidades humanas. Abastança pode estar nisso ou naquilo.

Há ricos de todas as condições.


Companheiros existem que, com os títulos acadêmicos que lhes exornam a personalidade, possuem as mais avançadas aquisições de conhecimento, categorizados em si por verdadeiras enciclopédias. São os ricos de cultura, ante os necessitados de instrução que se erguem do mais rigoroso analfabetismo.


Temos irmãos, portadores de cérebro semelhante a radar precioso, assimilando sugestões e projetos das Esferas Superiores, suscetíveis de resolver os grandes e os pequenos problemas da Humanidade. São os ricos de ideias, perante os necessitados de progresso e renovação, que se alteiam das linhas obscuras dos retardados mentais.


Milhares de pessoas conservam, por decênios, o corpo controlado e saudável, mobilizando sem dificuldade pensamento e palavra, olhos e ouvidos, mãos e pés, perfeitamente utilizáveis no serviço do bem. São os ricos de saúde, à frente dos necessitados de medicação e socorro, cujo número principia no catre dos paralíticos.


Legiões de criaturas dispõem, diariamente, do ensejo de consultar os assuntos de interesse atual, com a possibilidade de criar permutas e ações, trabalho e fraternidade, seja para diminuir o sofrimento ou aumentar a alegria no mundo. São os ricos de oportunidade, diante dos necessitados de recursos primários para a sustentação da existência, dos quais as primeiras filas começam entre as mães anônimas e esquecidas, no cativeiro de aflitivas obrigações.


Em toda parte, há ricos de fé viva, de coragem, de equilíbrio, de compreensão, e todos são chamados a repartir os dons que entesouram.

Avareza do coração é pior que a sovinice do cofre.

Sabemos além do mais, que a Providência Divina estabelece educação e apreço, dignidade e trabalho, à feição de riquezas destinadas a todos. Vejamos, assim, que valores possuímos em abundância e procuremos agir e servir, na edificação da felicidade geral.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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