Escrínio de Luz

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Capítulo VIII

Mocidade


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Mocidade é força.

Mas, se a força não estiver sob a direção da justiça pode converter-se em caminho para a loucura.


Mocidade é poder.

Entretanto, se o poder não aceita a orientação do bem, depressa se converte em tirania do mal.


Mocidade é liberdade.

Todavia, se a liberdade foge à disciplina é, invariavelmente, a descida para deplorável situação.


Mocidade é chama.

No entanto, se a chama não sofre o controle do proveito justo, em breve tempo se transformará em incêndio devastador.


Mocidade é carinho.

Mas, se o carinho não possui consciência de responsabilidade, pode ser veneno mortal para o coração.


Mocidade é beleza de forma.

Contudo, se a beleza da forma não se enriquece com o aprimoramento interior, não passa da máscara perecível.


Mocidade é amor.

Entretanto, se o amor não se equilibra na sublimação da alma, cedo se transforma em paixão infeliz.


Mocidade é primavera de sonhos.

Todavia, se a primavera de sonhos não se enobrece no trabalho digno, todo o nosso idealismo será simplesmente um campo de flores mortas.


Se te encontras na hora radiante da juventude, não te esqueças de que o tempo é o nosso julgador implacável. A plantação de agora será colheita depois.

Nossas esperanças dia a dia se materializam nas obras a que nos destinamos. A Lei será sempre a Lei.

Povoam-se e despovoam-se os berços e túmulos para que o Espírito, divino caminheiro — através da mocidade e da velhice do corpo terrestre —, desenvolva, em si, as asas que o transportarão ao cimo da vida eterna.

Assim, pois, se realmente procuras a felicidade incorruptível, confia teu coração e tua mente ao Cristo Renovador, a fim de que, jovem hoje, te faças, amanhã, o caráter sem jaça que lhe refletirá no mundo a Divina 5ontade.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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